GP2 Series: Pizzonia nunca tinha corrido ou testado por equipe que não falasse inglÁªs

O brasileiro Antonio Pizzonia ficou extremamente satisfeito com o seu teste na equipe do piloto italiano de Fórmula 1 Giancarlo Fisichella na Fórmula GP2, em Paul Ricard, na França, no inÁ­cio desta semana (03 e 04/10).


Ele se adaptou bem e acabou sendo o melhor estreante, ao estabelecer o melhor tempo em uma das quatro sessões e finalizar os dois dias de treinos com a terceira marca. “Foi tudo bem positivo. Eu me adaptei bem ao carro e fiquei impressionado por ser mais rápido do que eu imaginava, e por ser um equipamento avançado, de tecnologia moderna”, comentou o amazonense, que nesta temporada disputou duas provas de Fórmula Mundial. Outra excelente impressão foi o equilÁ­brio entre as diversas equipes e o alto nÁ­vel dos pilotos.

 


Estes testes de inverno também proporcionaram a Pizzonia uma nova experiência no automobilismo. Além de estar estreando com o Dallara/Renault da categoria, esta foi a primeira vez que ele trabalhou com um time que não fosse inglês ou norte-americano, depois de quase dez anos no esporte. Este contato acabou gerando situações inusitadas para o amazonense. Acostumado principalmente com a fleuma britânica, ele levou um susto quando escutou os gritos em seu rádio quando estabeleceu o melhor tempo na terceira sessão de treinos. Era o engenheiro italiano da Fisichella Motor Sport International comemorando o resultado.


 


“Normalmente, quando você bate um recorde ou mesmo ganha uma corrida de forma arrasadora, os ingleses costumam dizer no máximo ‘Well done. Good job’. Os italianos já gritam e você não entende nada!”, riu Pizzonia. Quando voltou para os boxes, o espanto do ex-piloto da Williams F1 foi ainda maior. Os mecânicos estavam pulando e arrancaram Antonio de dentro do cockpit para abraçá-lo. â€œÉ legal esta atmosfera latina. Os italianos são muito emotivos, comemoram bastante”, comentou.


 


No entanto, o contato e trabalho de Pizzonia com a equipe não foi fácil. Ironicamente, o engenheiro-chefe Ferdinando Ravarotto fala português fluentemente, por ter trabalhado com muitos pilotos brasileiros, entre eles Nelson Piquet e Roberto Moreno, e normalmente passar as suas férias no Brasil, mas não domina bem o inglês. E o amazonense não fala italiano, e sempre conversou com os engenheiros em inglês, usando só os termos técnicos e jargões britânicos. O natural, então, é que a comunicação fosse feita em português, o que acabou gerando situações engraçadas.


 


“O mais estranho é que tive muita dificuldade. Eu só conseguia me expressar bem em inglês, pois nunca trabalhei com mecânicos e engenheiros brasileiros, a não ser no tempo do kart. O que inicialmente poderia ser um facilitador para as nossas reuniões, serviu para darmos risada e muita conversa com as mãos!”, gargalhou Pizzonia, que mesmo assim conseguiu um bom acerto para o monoposto da FMS. “Mais alguns treinos me ajudariam bastante, pois agora eu já entendo as reações do chassi, suspensões e os pneus slick da bridgestone, aliás, muito bons”, elogiou o piloto de 25 anos de idade.


 


Antonio Pizzonia vai analisar alguns convites que tem também de outras categorias, para definir o seu futuro para a próxima temporada.