GP2 Series: Razia testa carro da Racing Engineering na terra de Fernando Alonso

No circuito de Jerez de la Frontera, usado pela Fórmula 1 para testes de pré-temporada, piloto baiano vai acelerar pela primeira vez o monoposto de 580 hp da equipe Racing Engineering.

Depois de vencer as três primeiras corridas que disputou pela F-3000 Masters, há pouco mais de uma semana, em Portugal, o piloto baiano Luiz Razia (Razia Sports / Cia Athletica) está de volta Á  Europa para mais um importante passo em sua escalada rumo a Fórmula 1. Ele fará nesta segunda e terça-feira, no circuito de Jerez de la Frontera, na Espanha, dois dias de testes com um carro de GP2 da equipe Racing Engineering, e terá a oportunidade de conhecer, ainda este ano, o monoposto que pretende pilotar em 2008, quando deve completar sua segunda temporada na Europa.


“Este teste será de grande aprendizado para mim, assim como foram as três corridas que disputei no Autódromo do Estoril, em Portugal, no fim de outubro. O carro da GP2 tem um motor de quatro litros que rende 580 hp, e representa um passo adiante em relação ao Fórmula 3000 que conheci dias atrás. Estou ciente que as dificuldades serão imensas porque não conheço a pista e nunca guiei nada tão potente e que se aproxime tanto de um Fórmula 1. Mas estou muito ansioso pela possibilidade de aprender mais sobre a categoria, ainda mais treinando na terra do atual bicampeão mundial, Fernando Alonso”, declarou Razia.


LÁ­der isolado do Campeonato Sul-Americano de Fórmula 3, o piloto baiano fará quatro sessões de treinos nestes dois dias que passará na Espanha, cada uma delas com no máximo três horas de duração. Além de se habituar Á s exigências fÁ­sicas do carro – que tem aceleração mais rápida e maior velocidade de contorno de curvas – Luiz Razia terá de se adaptar a uma caracterÁ­stica do modelo que é decisiva na conquista de bons tempos de volta: o freio.


“Estou acostumado a frear com o pé direito, e vou precisar voltar aos tempos do kart, quando usava o esquerdo. Além disso, o freio do GP2 é de fibra de carbono e por isso é bem mais eficiente que o do meu Fórmula 3. Poderei frear bem mais dentro das curvas, mas somente depois de algumas voltas, já que este sistema leva algum tempo para chegar Á  temperatura ideal de trabalho”, explicou.


Embora o piloto baiano saiba que terá nestes dois dias de teste em Jerez a chance de impressionar a equipe Racing Engineering – assim como fez com a Charouz Motorsport em Portugal, quando venceu três provas da Fórmula 3000 nos dois dias seguintes ao de seu primeiro treino na categoria -, Razia ressalta que o objetivo do teste desta semana é, novamente, o aprendizado.


“Quero fazer um bom trabalho e isso certamente vai me ajudar em futuras negociações, mas estou indo a Jerez com o objetivo de aprender e conhecer mais sobre a GP2. Costumo brincar dizendo que, nessas horas, é melhor se comportar como um burro com as orelhas bem abertas, para ouvir e assimilar tudo o que acontece, do que como uma galinha que só olha para o chão. Na Fórmula 3, estou sempre na oficina e vivo montando e desmontando o meu carro. Na GP2, embora eu não vá colocar a mão em nada, quero participar bastante. Os engenheiros da categoria são extremamente profissionais e exigem que o piloto tenha a capacidade de acertar rapidamente o carro, já que o número de treinos ao longo do ano é pequeno”, encerrou Razia.


Quando voltar ao Brasil, o piloto baiano vai retomar sua preparação para a rodada dupla de encerramento do Campeonato Sul-Americano de Fórmula 3, categoria que lidera com 81 pontos ganhos, seis vitórias e sete melhores voltas em 14 provas disputadas.