GT3 Brasil: Cláudio Ricci e Rafael Derani sobressaem no calor do RJ

Dupla da Ferrari F430 venceu de ponta a ponta a corrida disputada neste sábado; briga pela segunda posição foi intensa até as voltas finais, e entre três carros.

A 11ª etapa do Itaipava GT3 Brasil, disputada na tarde deste sábado (26) no autódromo de Jacarepaguá, teve um ingrediente a mais além do calor que faz no Rio de Janeiro: muita estratégia para economizar os carros debaixo das altas temperaturas durante as 45 voltas da corrida de hoje, vencida pelo Ferrari F430 da dupla formada por Rafael Derani e Cláudio Ricci, da equipe CRT.

O segundo lugar da corrida só foi conhecido nas últimas voltas da corrida, e ficou com o ascendente Lamborghini Gallardo da dupla Bruno Garfinkel/Chico Serra. Atrás do carro número 33, o Ferrari Scuderia de Chico Longo/Daniel Serra. Os dois modelos italianos alimentaram intensa disputa pela posição durante todo o segundo turno da corrida, logo após a parada para troca de pilotos. A briga ainda envolveu Allam Khodair, que até então era o segundo colocado após assumir a pilotagem do Ferrari F430 no lugar de Marcelo Hahn – e que terminou a prova em quarto lugar.

O resultado permitiu a Ricci/Derani abrir mais vantagem na liderança do campeonato. “Minha largada foi muito boa e isso foi o mais importante. A gente sabia que o Porsche carregava mais lastro que a gente e era questão de tempo, por causa do calor, que eles começassem a perder rendimento por causa do peso e do desgaste dos pneus”, analisou Rafael Derani.

Na largada, quase todos mantiveram a mesma posição até a abertura da janela para troca obrigatória de pilotos, ocorrida logo após a entrada do safety car na volta número 11, causada por uma rodada do Ferrari F430 de Fernando Poeta (parceiro de Duda Rosa). “Já tinha alguma vantagem em relação ao segundo colocado, mas o safety car reagrupou todo mundo, e isso me preocupou um pouco”, contou Derani. “Porém a pista foi liberada pouco antes da abertura dos boxes e consegui fazer três voltas muito rápidas antes da minha parada”, lembrou.

Enquanto Rafael retardava sua troca, os outros pilotos pararam nos boxes assim que o 23º minuto de prova foi atingido. Ricardo MaurÁ­cio assumiu o volante do Porsche 997 no lugar de Miguel Paludo, mas o carro alemão perdia rendimento – e posições – até terminar em quinto lugar.

Allam Khodair tinha em suas mãos o segundo lugar, quando dois carros começaram a galgar posições disputando entre si: Chico Serra, no Lamborghini Gallardo, Á  frente de seu filho Daniel, guiando o Ferrari Scuderia. “Já faz dois anos que corro junto com o meu pai, e essa foi a primeira vez que disputamos posição para valer. Andamos juntos o tempo todo na corrida, foi muito bom. E passar o ‘velho’ não é nada fácil”, brincou Serrinha.

Pai e filho encostaram no carro de Khodair na 37ª das 45 voltas da corrida e passaram a atacar de todos os lados. Chico, ao mesmo tempo em que atacava o adversário da frente, se preocupava em não ser ultrapassado por Daniel. No 40º giro, na Curva de 90, que antecede Á  Curva da Vitória, Serra colocou o Lamborghini por fora, mas não conseguiu passar o F430; no mesmo momento, o Serra mais jovem tentou por dentro com o Scuderia, sem sucesso.

Duas voltas depois, Daniel passou o pai por fora na Curva da Vitória e tentava também ganhar a posição de Khodair, que se defendia do Scuderia. Foi quando Chico Serra posicionou seu carro por dentro e passou os dois Ferrari na entrada da reta. Na curva seguinte, apesar do traçado defensivo do bólido número 16, Daniel Serra conseguiu a ultrapassagem.

“Foi muito bom, muito competitivo. Brigar por posição com o filho é legal demais”, dizia um empolgado Chico Serra, de 52 anos e mostrando estar em plena forma. “O Bruno (Garfinkel, seu companheiro de equipe) teve uma pilotagem excelente, redonda, conforme havÁ­amos combinado. E o carro tem melhorado muito a cada corrida. Agora temos potencial para brigar na frente”, disse.

Garfinkel confirmou: “A intenção era pilotar o mais rápido possÁ­vel, mas também poupando o carro ao máximo. Quando o safety car saiu da pista, a maioria dos pilotos foi para a troca e eu tinha uma volta limpa em que pude acelerar tudo antes de entregar o carro para o Chico. Funcionou, porque só na parada de boxe nós ganhamos duas posições”.

O calor trouxe dificuldades também para o lÁ­der da corrida, Cláudio Ricci, que chegou a ter mais de oito segundos de vantagem para o restante do pelotão. Cruzou a linha de chegada apenas 4s006 Á  frente de Chico Serra. “O final foi difÁ­cil, porque o asfalto abrasivo causa muito desgaste dos pneus, e o rendimento do carro caiu drasticamente. Vamos trabalhar para que amanhã o problema não persista”, afirmou o gaúcho.

GT Masters – No campeonato das duplas formadas por pelo menos um piloto bronze (Á  exceção da combinação bronze-platina), a ordem dos quatro primeiros se manteve, com Derani/Ricci em primeiro, Garfinkel/Serra em segundo e Longo/Daniel Serra em terceiro. A dupla Allam Khodair/Marcelo Hahn terminou na quarta posição, com o Ferrari F430 de Fernando Poeta/Duda Rosa na quinta posição.

O treino de aquecimento Á s 8h40 abre a programação deste domingo (27). A largada para a 12ª etapa será Á s 12 horas, com transmissão ao vivo pelo canal Record News, e pela internet, na RaceTV – www.racetv.com.br .

Confira o resultado da 11ª etapa do Itaipava GT3 Brasil:

1º) R.Derani/C.Ricci (FE, SP/RS), 45 voltas em 1h00min45s381 (média de 136,29 km/h)
2º) B.Garfinkel/C.Serra (LA , SP/SP), a 4s006
3º) C.Longo/D.Serra (FS , SP/SP), a 4s341
4º) M.Hahn/A.Khodair (FE , SP/SP), a 11s980
5º) R.Mauricio/M.Paludo (PO , SP/RS), a 1 volta
6º) F.Poeta/D.Rosa (FE , SP/RS), a 1 volta
7º) A.Hermann/B.Posses (PO , SP/SP), a 2 voltas
8º) C.Faria/F.Greco (FE , SP/SP), a 23 voltas
9º) W.Derani/R.Santos (FE , SP/SP), a 38 voltas
10º) L.C.Assaf/F.Greco (FE , SP/SP), a 42 voltas

Melhor Volta: R.Derani/C.Ricci, 1min13s340 (150,54 km/h)
Legenda: FS – Ferrari Scuderia; FE – Ferrari F430; LA – Lamborghini Gallardo; PO – Porsche 997