GT3 Brasil: Ferrari está levando desvantagem na equalização dos carros

Equipe Pósitron/Greco sugere estudos para retomar equilÁ­brio perdido.

Categoria criada para promover competição entre os carros dos sonhos, conduzidos por ‘Gentleman Driver’ fazendo dupla com piloto profissional, a GT3 Brasil tem procurado fórmulas para manter o equilÁ­brio de performance entre Ferrari F430, Dodge Viper, Lamborghini Gallardo, Porsche 997 e Ford GT.


 


Buscando a receita elaborada pelos promotores europeus, os dirigentes brasileiros têm aplicado aquelas normas em nosso certame, mas que estão necessitando de ajustes e uma verdadeira ‘tropicalização’ em virtude das particularidades do paÁ­s. “Na Europa o clima é diferente, as pistas são de outras caracterÁ­sticas, mais travadas, e a gasolina utilizada é melhor. Temos que ficar atentos Á s nuances do Brasil”, adverte o campineiro Antonio Jorge Neto, piloto da equipe Pósitron/Greco.


 


O experiente chefe de equipe Fábio Greco ainda acrescenta mais: “O nÁ­vel dos pilotos brasileiros é altÁ­ssimo em relação aos da GT3 na Europa. Aqui nossos pilotos profissionais aproveitam muito mais os carros e ai aparece o desequilÁ­brio. Lá praticamente todos são ‘Gentleman Drivers’, são mais lentos que os nossos e por isso andam iguais”, refere-se a desvantagem que alguns modelos estão sofrendo no campeonato brasileiro.


 


Fazer testes de equalização entre todos os modelos GT3 no Brasil, em nosso clima, em nossas pistas e com nossa gasolina é a solução sugerida por Renato Catallini, piloto da Ferrari F430 de numeral 15. “DevÁ­amos ter um piloto profissional, de outra categoria, e antes do campeonato e após algumas provas, ele experimentaria os carros com pneus novos para ver a correta equalização. Isto já acontece em outras categorias, na Europa e no Japão”.


 


“O Ferrari F430 é atualmente o carro menos competitivo dentro da GT3 Brasil, por causa do regulamento adotado. Precisamos urgentemente de um pacote de mudanças com um upgrade técnico”, pede Netinho, que vê na melhora de performance o caminho para o equilÁ­brio. “Precisamos ficar mais perto do Lambo, Viper, e Porsche. Hoje estamos de um a um segundo e meio defasados. Em relação ao Ford GT, nossa desvantagem é enorme. Tomamos de dois a dois segundos e meio deles. Levamos uma volta na corrida”, pondera o experiente piloto com passagem no motociclismo e que também atua na Stock Car.


 


Opinião um pouco diferente de Catallini, que acredita que os carros no Brasil já estão andando mais do que o espÁ­rito da GT3. “Aqui no Brasil já estamos ‘virando’ praticamente igual aos carros da GT2. É preciso equilÁ­brio e não velocidade. Senão, fica uma eterna evolução de performance, com possibilidade de quebras, e com custos que vão sair de nossa realidade”.


 


A GT3 Brasil estava equilibrada até a entrada do Ford GT. Como este modelo se mostrou muito mais rápido do que os outros, foram liberados itens para o Viper, Lambo e Porsche, e nada para Ferrari, que foi a mais prejudicada neste processo. “Aliviaram 20 quilos para nós na última corrida, que foi só uma canja de galinha. Agora querem restringir mais o Ford, e então os outros carros ficarão bem e nós não. Temos que voltar o regulamento para o mesmo de 2007, e só restringir o Ford GT, como será para a próxima corrida”, adverte o dirigente da Pósitron/Greco, que tem experiência também como piloto e promotor. A próxima etapa da GT3 Brasil será no dia 12 de outubro, no circuito de Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul.


 


Uma outra sugestão dos pilotos da Ferrari F430 é a equalização do peso mÁ­nimo. “A regra devia contemplar o peso do carro com o piloto, como nas principais categorias do mundo. Em categoria para ‘gentleman drivers’ isto é mais importante ainda”, lembra Antonio Jorge. “Quando o Roberto Moreno correu aqui de Ferrari, disseram que ele tinha o melhor motor. Não era. Além de ele ser um excelente piloto, ele é quase 50 quilos mais leve do que os outros. Ai é covardia”, emenda Fabinho.


 


Catallini resume que a equalização entre as marcas tem que ser acompanhada de economia. â€œÉ uma categoria para ‘Gentleman Driver, então, tem que adequar ao espÁ­rito da GT3. Precisa equalizar pelo lado mais barato, trazer a categoria para o patamar dela, mais próxima dos GT4. Não podemos esquecer dos custos, que estão crescendo demais, tem que ficar viável economicamente. Se continuar como está agora compromete a imagem da Ferrari, do patrocinador e até dos pilotos da marca. Estão todos se expondo, mas de forma pouco favorável”, encerra.


 


Esta é a pontuação do TelefÁ´nica Speedy GT3 Brasil depois de 10 etapas:


 


1º) W.Salles/R.Rosset (FG, RJ/SP), 62 pontos;


2º) A.Mattheis/X.Negrão (FG, RJ/SP), 61;


3º) P.Bonifacio/I.Hoffmann (LG, SP/PR), 40;


3º) W.Ebrahim/F.Ebrahim (VC, PR/PR), 40;


3º) A.Feldmann (VC, PR), 40;


6º) C.Ricci/R.Derani (F4, RS/SP), 31;


7º) L.Kaesemodel (VC, PR), 27;


8º) M.Stumpf (VC, RS), 25;


9º) V.Brito (P9, PB), 23;


10º) R.Cattalini/Jorge Neto (F4, PR/SP), 21;


11º) E.Fittipaldi (P9, SP), 18;


12º) M.Hahn/A.Khodair (F4, SP/SP), 15;


12º) N.Gresse (P9, SP), 15;


14º) R.Matias (VC, RS), 13;


14º) T.Marques (VC, PR), 13;


16º) A.Mazzochi (VC, RS), 12;


17º) W.Derani/G.Losacco (F4, SP/SP), 11;


18º) W.Fittipaldi (P9, SP), 9;


19º) E.Nascimentos/L.Burti (VC, RJ/SP), 8;


20º) S.Lucio/ L. Garcia (F4, DF/DF), 2;


20º) O.Mesquita (P9, SP), 2;


22) A.Hermann (P9, SP), 1 ponto.