GT3 Brasil: Irmãos Fittipaldi emocionam público em Interlagos

Homenageados no pódio, Emerson e Wilsinho voltaram a pedido das pessoas na arquibancada.

Foi um dia intenso para os “estreantes” Emerson e Wilsinho Fittipaldi em Interlagos, onde neste domingo a dupla conduziu um Porsche 9 GT3 Cup S durante a quarta etapa do TelefÁ´nica Speedy GT3 Brasil, o campeonato de supercarros que é a grande novidade do automobilismo brasileiro. Cercados por fãs e jornalistas durante toda a manhã e a tarde, os experientes ex-pilotos de Fórmula 1 terminaram em nono lugar a prova, mas foram ao pódio para uma homenagem que foi mais especial para Wilsinho, que completa em 2008 cinqüenta anos de automobilismo. Lá, com o braço erguido por Emerson e uma placa mostrada pelos vencedores Ricardo Rosset (também ex-piloto de F-1) e Walter Salles, a dupla se emocionou novamente como aconteceu na quinta-feira, quando ambos choraram ao falar do retorno Á s pistas em parceria.



Usando o microfone do locutor no pódio, Emerson falou ao público sobre o fato de que, no inÁ­cio, ele era fã do irmão mais velho: “Poucos pilotos no mundo chegaram a esta marca que o Wilsinho atingiu. É resultado de muito esforço, muito suor e dedicação ao automobilismo, e muitos bons resultados também”, disse, com lágrimas nos olhos, para depois justificar: â€œÉ emocionante estar correndo novamente em Interlagos. E a categoria é muito boa, vai crescer rápido, e os carros são máquinas maravilhosas, tem um carro mais bonito que o outro”.


 


“Wilsinho era meu Á­dolo” – No inÁ­cio da carreira de ambos, Emerson era o mecânico do kart de Wilson e também do falecido ex-piloto de F-1 José Carlos Pace, cujo nome batiza o autódromo de Interlagos. “Eu preparava o kart deles. Mas o Wilsinho era meu Á­dolo. Eu era mais jovem e ele estava bem na frente na carreira. Então eu o achava o máximo”, detalhou depois.


 


Igualmente emocionado, Wilson – que é o “chorão da famÁ­lia”, segundo ele mesmo disse na quinta-feira -, agradeceu a homenagem e avaliou o desempenho da dupla. “Acho que nossa estréia foi boa, principalmente se considerarmos que recebemos os carros apenas na quinta-feira”, disse ele. “Não tivemos tempo para fazer todos os ajustes. Mas agora vamos nos preparar para a próxima rodada dupla, e eu estou muito animado para trabalhar depois de tudo que aconteceu aqui”.



Na prova deste domingo, a dupla terminou em nono, depois de largar em 15º. E mostrou serviço, como na ultrapassagem arriscada feita por Emerson sobre o Ferrari F430 de Marcelo Hahn (parceiro de Allam Khodair). A manobra se iniciou na Curva do Café percorreu toda a Reta dos Boxes e foi concluÁ­da antes do Esse do Senna, bem diante das arquibancadas. Na curva, Fittipaldi começou a passar o rival por fora, “pendurado”, como se diz no jargão do automobilismo quando um carro contorna uma curva no limite da aderência.


 


Na corrida do sábado, Emerson foi o responsável pela largada e entregou o carro a Wilsinho quando estava em quarto lugar, depois de partir do oitavo posto. Um pódio na estréia era uma possibilidade bastante viável, mas um problema com o rádio de comunicação impediu Wilsinho de ouvir as ordens da equipe para deixar o box, e com a perda de tempo as esperanças se diluÁ­ram. Os irmãos terminaram em nono.


 


Responsável pela vinda dos irmãos Fittipaldi para a GT3, o piloto Antonio Hermann disse que a equipe WB Motorsport irá reforçada para a rodada dupla de BrasÁ­lia, marcada para 15 de junho. “Teremos o tempo que nos faltou para conhecer bem este novo modelo da Porsche”, disse ele. “Vamos nos preparar bem. E podemos pensar em pódio ‘pelo menos’ para os três carros da nossa equipe”, disse Hermann, brincando com o fato de que na GT3 apenas três duplas sobem ao pódio em cada corrida.