Histórias: Equipe Cooper

No final da década de ’40, Charles Cooper e seu filho John construÁ­ram um modelo para a nova série de 500 cilindradas, que obteve um grande sucesso. O
americano Harry Schell inscreveu um destes carros, um Cooper T12, equipado
com o motor de uma motocicleta JAP, para o GP de MÁ´naco de 1950, largando em
19º e não completando a primeira volta, foi um dos nove carros envolvidos em
um múltiplo acidente.
Em 1952, devido á falta de carros de F-1, após a saÁ­da da Alfa-Romeo e da Talbot, a FIA foi forçada a mudar o regulamento, assim os carros de F-2 passaram a competir nas provas do mundial de F-1. Isto possibilitou a diversos pequenos construtores a chance de competirem na categoria principal do automobilismo mundial.Vários pilotos vindos, da F-2, se inscreveram para o campeonato, e os Cooper T20, equipados com motor Bristol de 2 litros, eram os mais avançados tecnologicamente.A Cooper não coloca nenhum carro oficial, deixando que equipes particulares, a represente.

Os Ingleses Eric Brandon e Alan Brown são inscritos pela escuderia Richmond, e Brown é 5º lugar logo na primeira corrida do ano, na SuÁ­ça, foi o melhor resultado da dupla em quatro GPs naquele ano. Outro piloto particular, o jovem inglês Mike Hawtorn, consegue bons resultados, um 3º no GP da Inglaterra, e dois 4º lugares terminando o ano com 10 pontos e o 4º lugar entre os pilotos.Outros pilotos, como Reg Parnell, David Murray e Ken Wharton também guiaram Coopers particulares, sem nenhum bom resultado.

O GP da Argentina de 1953 marcou a estréia oficial da Cooper, com três pilotos, o argentino Adolfo Schwelm Cruz e os ingleses Alan Brown e John Barber, que conseguiu o melhor resultado, terminando em 8º. O novato inglês Stirling Moss, usando um motor Alta, de 1,5 litros, disputou outras três corridas pela equipe, sendo 6º na Alemanha, porém apenas os cinco primeiros pontuavam naquela época. Outros pilotos como Ken Wharton e Bob Gerard, com carros particulares, também correram sem bons resultados. Neste ano o irmão mais velho do futuro tri-campeão mundial de F-1, Jackye Stewart, Jimmy guiou um Cooper durante o GP da Inglaterra.Foi sua única corrida de F-1. Em 1954, com a volta dos modelos de F-1, com o novo regulamento de 2,5 litros, a Cooper se retirou. Apenas no GP da Inglaterra os Cooper apareceram nas pistas de F-1, dos cinco pilotos particulares que largaram Bob Gerard, que terminou em 10º, foi o melhor. O novato australiano Jack Brabham fez sua primeira corrida de F-1 no GP da Inglaterra de 1955, com um Cooper T40 modificado por ele, abandonando depois de 40 voltas. Bob Gerard inscreveu seu Cooper T23 para o GP da Inglaterra de 1956, sem sucesso. Foi a última aparição dos velhos Cooper. Em 1957 a equipe finalmente colocaria um modelo de F-1 nas pistas.

O milionário escocês Rob Walker, da famÁ­lia do famoso Whisky, decidiu financiar a construção do primeiro Cooper de F-1, equipado com um motor Coventry Climax, de 2 litros, para a temporada de 1957. A estréia do T43, projetado por Owen Maddock,foi no GP de MÁ´naco, com o australiano Jack Brabham largando em 15º e terminando em 6º, outro carro, com o inglês Les Leston também foi inscrito, mas o piloto não se classificou para a largada.O inglês Mike Mc Dowell foi o parceiro de Brabham na França, o inglês Roy Salvadori assumiu o segundo carro para o restante do campeonato a partir do GP da Inglaterra, onde foi 5º, o melhor resultado da equipe no ano. Outros pilotos com o inglês Brian Naylor e o australiano Paul England pilotaram Coopers particulares em alguns GPs durante o ano.

Apesar de ser um modelo bem leve o Cooper levava desvantagem devido ao seu motor de 2 litros, menos potentes do que os 2,5 litros, cerca de 195 cavalos contra 280 cavalos dos Vanwall, em circuitos e longas retas como Reims os carros não conseguiam acompanhar os outros, mas em circuitos travados como MÁ´naco a diferença era menor. Para 1958 Roy Salvadory e Jack Brabham continuaram como a dupla oficial da equipe, mas curiosamente as primeiras vitórias vieram através de uma equipe particular, do financiador do projeto, Rob Walker, o inglês Stirling Moss venceu o GP da Argentina, o Grande Prêmio com o menor número de inscritos da história, apenas dez carros alinharam no grid. Na corrida seguinte, MÁ´naco, o francês Maurice Trintignant deu a segunda vitória consecutiva para Rob Walker. Os carros oficiais conseguiram bons resultados, principalmente com Salvadory, como o 2ºlugar no GP da Alemanha. O novato da Nova Zelândia Bruce McLarem estreou, no GP da Alemanha com um bom 5º lugar. Brabham conseguiu apenas um 4º lugar no GP de MÁ´naco. Vários pilotos particulares, como os inglês Jack Fairman e o marroquino Robert La Case, usaram modelos da Cooper durante o ano.Nos construtores a equipe somou 31 pontos, ficando em terceiro.

A Coventry-Climax construiu um motor de 2,5 litros para a temporada de 1959, para o modelo T51, e uma tradição de longo tempo mudava com a colocação do motor Climax na traseira do carro, diferente dos outros que utilizavam o motor na dianteira dos carros. Com o aperfeiçoamento da caixa de marchas o Cooper se mostrou muito competitivo, Roy Salvadory se transferiu para a Aston Martin, que estreava na categoria, e Jack Brabham foi mantido na equipe, assim com Bruce McLarem .O americano Masten Gregory se juntou a eles num terceiro carro. A equipe de Rob Walker continuou a usar os Cooper para Stirling Moss e Maurice Trintignant.

Logo na primeira etapa do mundial, GP de MÁ´naco, Jack Brabham conquistou a primeira vitória oficial para o time, o australiano foi conquistando bons resultados no decorrer do ano, venceu novamente na Inglaterra e chegou a última etapa do ano, GP dos EUA, disputando o tÁ­tulo com o inglês Tony Brooks, da Ferrari, e Stirling Moss, no Cooper de Rob Walker, que vinha de duas vitórias consecutivas, Portugal e Itália. Moss marcou a pole com Brabham em segundo e Brooks o quarto. Moss liderou a corrida até a sexta volta, quando teve que abandonar com a caixa de marchas quebrada. Na última volta Brabham ficou sem gasolina sendo ultrapassado por McLarem, que venceu, e Trintignant, ele, então, saiu do carro e empurrou seu Cooper até a linha de chegada, sendo ultrapassado por Brooks, e cruzando em quarto. Este esforço valeu o tÁ­tulo mundial de pilotos com 31(34) pontos contra 27 de Brooks. Nos construtores a equipe foi campeã com 40(53) pontos.

Bruce McLarem se tornou o mais jovem piloto a vencer uma prova do
campeonato mundial de Fórmula-1 com 22 anos e 104 dias. Este recorde só foi batido em 2003, quando, Fernando Alonso com um Renault, venceu o GP da Hungria.

O ano de 1960, o último dos motores 2,5 litros, foi totalmente dominado pela Cooper, com o modelo T53, Bruce McLarem começou o ano vencendo na Argentina, depois Brabham venceu cinco GPs consecutivos, Holanda, Bélgica, França, Inglaterra e Portugal, conquistando o bi-campeonato, com 43 pontos contra 34(37) de McLarem. Venceu nos construtores com 40(61) pontos. Neste ano Rob Walker passou a usar chassis Lotus, e das equipes particulares que usaram o Cooper a que conseguiu os melhores resultados foi a do ex-piloto de F-1, Reg Parnell, o belga Olivier Gendebien foi 2º na França e 3º na Bélgica. No dia 13/05 o americano Harry Schell sofreu um acidente fatal durante um treino em Silverstone, seu Cooper se desgovernou, ele tinha 38 anos.

Com a mudança dos motores para 1,5 litros, em 1961, a Coventry-Climax atrasou a construção do novo motor, com isto a equipe teve que usar o motor derivado da F-2. A temporada foi muito ruim, o melhor resultado foi o 3º lugar de McLarem na Itália. Brabham marcou apenas 4 pontos. Jack Lewis conseguiu o melhor resultado entre os particulares, 4º na Itália. Nos construtores foram apenas 14 (18) pontos e o 4º lugar no campeonato. Jack Brabham deixou a equipe em 1962 para fundar seu próprio time, Bruce McLaren passou a primeiro piloto e o sul-africano Tonny Maggs foi contratado como seu companheiro. A ClÁ­max construiu um novo motor V8, McLarem fez uma boa temporada, vencendo em MÁ´naco e terminando em 3º no campeonato. Maggs foi 2º na França. Nos construtores foram 27(39) pontos e o 3º lugar no final. Nenhum bom resultado foi alcançado pelos pilotos particulares.

Os melhores resultados em 1963 foram dois 2º lugares, McLarem na Bélgica e Maggs na França. Rob Walker voltou a utilizar os chassis Cooper e com o veterano sueco Joakim Bonnier marcou 6 pontos. Nos construtores 25(26) pontos e o 5º lugar no campeonato. O jovem neo-zeolandês Tim Mayer, que tinha disputado o GP dos EUA de 1962 pela equipe, foi contratado para ser o companheiro de McLarem , em 1964, mas faleceu no dia 28 de Fevereiro aos 26 anos, treinando para a última etapa da Copa da Tasmânia. Phill foi contratado, mas o seu melhor resultado foi o 6º lugar na Inglaterra. McLarem foi 2º na Bélgica e Itália. O carro de Rob Walker, com Bonnier fez 3 pontos. No total foram apenas 16 pontos e o 5º lugar nos construtores.

Jochem Rindt passou a ser o parceiro de McLarem em 1965, mas o ano foi novamente ruim, o 3º lugar de McLarem na Bélgica foi o melhor resultado do ano. Apenas o 5º lugar entre os construtores com 14 pontos. McLarem deixou a equipe no inÁ­cio de 1966 para construir seu próprio carro. O regulamento mudou novamente e os motores passaram para 3 litros, a Maserati passou a fornecer os motores para a equipe. Rindt foi mantido e a partir do GP da França, John Surtees substituiu Richie Ginther, o inglês brigou com a equipe Ferrari logo após vencer o GP da Bélgica e decidiu sair. Depois de 3 temporadas fracas a Cooper volta as primeiras posições, Surtees vence o último GP da temporada, no México e termina o ano com vice-campeão. Rindt é duas vezes 2º lugar, e termina em terceiro ao final do ano. Nos construtores são 30(35) pontos e o 3º lugar no campeonato. Entre os particulares o melhor resultado é o 4º lugar de Siffert, da Rob Walker, nos EUA.

O mexicano Pedro RodrÁ­guez é contratado para 1967 e começa o ano vencendo na África do Sul, depois de um duelo com o Cooper particular de John Love, da Rodésia, que terminou em 2º lugar. Foi o único bom resultado da equipe no ano, Rindt marcou apenas 6 pontos. O novato belga Jacky Ickx estreou, na F-1, com um 6º lugar na Itália, com um Cooper oficial. 28 pontos nos construtores renderam a equipe o 3º lugar no campeonato.

Os motores BRM passaram a equipar a equipe em 1968, que começou a temporada com os pilotos Brian Redman e Ludovico Scarfiotti, que faleceu no dia 8 de junho durante uma competição de subida de montanha, vários pilotos passaram pela equipe durante o ano, e os melhores resultados foram dois 3º lugares com Redman na Espanha e Bianchi em MÁ´naco.O GP do México foi o último da história da equipe, Vic Elford terminou em 8º e Bianchi abandonou. Foram 14 pontos e o 6º lugar entre os construtores em sua última temporada.

No total foram 129 GPs disputados, com 16 vitórias, 11 poles, 13 voltas mais rápidas, 333 pontos conquistados e o bi-campeonato de pilotos e construtores em 1959 e 1960.