Bia Figueiredo faz treinos fÁsicos especiais para a SP Indy 300 e irá correr com protetor de fibra de carbono sobre a mão fraturada
Malhar três horas em seis dias da semana é uma rotina na vida de Ana Beatriz Figueiredo há 12 anos. Mas, nesta semana de corrida da Fórmula Indy em São Paulo, esta é uma tarefa especial. Normalmente, a pilota da Ipiranga Dreyer & Reinbold Racing mudaria o roteiro de exercÁcios para uma programação especÁfica visando o próximo circuito a percorrer.
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Desta vez, além disso, junto com Fernando Conceição, seu personal trainer na Cia. Athletica, unidade Brooklin, de São Paulo, ela pega pesado em exercÁcios visando recuperar a força em seu ombro e braço direitos, além de manter a fisioterapia para recuperação da sua mão direita, fraturada e operada para inserção de um pino há quatro semanas.
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“Estamos fazendo manutenção do que a Bia já tem de preparo fÁsico, com ênfase na parte de fortalecimento do ombro, do braço e do antebraço direitos, porque com a fratura, a cirurgia e o necessário repouso da mão, esse lado dos membros superiores está menos forte que o lado esquerdo. Nosso objetivo é igualar a força dos dois ladosâ€, conta Fernando Conceição.
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Eles seguem Á risca a recomendação dos fisioterapeutas norte-americanos: Bia não pode fazer movimentos de pressão com a mão direita, não pode segurar nenhum tipo de objeto e não pode fechar os dedos em pinça. Observando tais limites, a pilota e o treinador desenvolvem exercÁcios de forma que Bia use pesos no ombro, no braço e no antebraço para diversos movimentos. “São exercÁcios para o pescoço, o ombro, o trapézio, o trÁceps e o bÁceps, que ela usa muito durante uma corrida de carroâ€, diz o personal trainer.
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Na parte do treinamento visando o preparo para a prova de São Paulo, o foco é resistência muscular, Á base de circuito intervalado com bicicleta. Por exemplo, Bia pedala muito forte, a 110 rpm, por um minuto, com carga alta, de 130 a 140 batimentos cardÁacos por minuto, em seguida faz uma série de 15 a 20 repetições de determinado exercÁcio no aparelho de musculação, a frequência cardÁaca baixa, ela volta para um minuto de bicicleta, depois volta para a máquina, e repete essa alternância por certo tempo.
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“Com isso, a Bia ganha em força e em condicionamento cardiovascular. A gente simula as situações da corrida de carro, em que ela precisa das pernas apenas para acelerar e frear; precisa de menos força dos membros superiores nas retas a até mais de 300 km/h; e precisa de mais força nos ombros, nos braços, nas mãos e no pescoço nas curvas a 200 km/hâ€, explica Fernando Conceição.
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Bia Figueiredo continuará fazendo fisioterapia para recuperação da mão direita até a corrida de São Paulo e ainda depois. E a partir de sábado estará acelerando no circuito de rua do Anhembi, onde os carros andam a até 320 km/h, com um protetor de fibra de carbono sobre a luva, na mão direita, como na última corrida, em Long Beach.
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“A Indy já me avisou que terei que usar. Minha equipe está tentando arrumar um protetor que não limite tanto meus movimentos e principalmente que não me impeça tanto de ter o contato da minha mão com o volante do carro, como aconteceu em Long Beach. Lá, na corrida, fiz meia dúzia de curvas controlando o volante só com a mão esquerda 83 vezes. Fiquei craque em dirigir com uma mão só. Mas estamos trabalhando para que isso não seja necessário em São Pauloâ€, completa a pilota da Ipiranga Racing.
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