IndyCar: James Hinchcliffe passa Takuma Sato na última curva e vence em São Paulo

Com uma ultrapassagem na última curva, o canadense James Hinchcliffe (Andretti Autosport) venceu a São Paulo Indy 300, disputada neste domingo (05/05), no Circuito do Anhembi, em São Paulo. O japonês Takuma Sato (A.J.Foyt) foi o segundo, seguido pelo norte-americano Marco Andretti (Andretti Autosport).

Na largada, o pole-position, o norte-americano Ryan Hunter-Reay (Andretti Autosport) manteve a ponta, seguido pelo escocês Dario Franchitti (Ganassi), o venezuelano Ernesto Viso (Andretti Autosport), o brasileiro Tony Kanaan (KV Racing) e Hinchcliffe.  Saindo do fundo do grid, a dupla da Penske, o brasileiro Helio Castroneves e o australiano Will Power, vinham na 17ª e 20ª posição, respectivamente. Na primeira volta, Kanaan passou Viso, pelo terceiro lugar.

Após o seu carro ser o último a deixar as garagens, já com o desfile dos pilotos acontecendo, devido Á  troca do alternador, a brasileira Bia Figueiredo (Dale Coyne) ficou lenta na pista, na 5ª volta. Com o escapamento quebrado, a caixa de marchas quebrou, e a corrida de Bia, que vinha na 15ª posição, acabou. A primeira bandeira amarela foi acionada.

Muitos pilotos, entre eles, Kanaan, Power e Castroneves, aproveitaram para fazer a primeira parada nos boxes. Na relargada, na 9ª volta, Tony passou Franchitti, e na seguinte, assumiu a liderança, ao superar Hunter-Reay.

Na 17ª volta, Power, vencedor das três primeiras edições da prova, abandonou com o motor estourado na Reta do Sambódromo. Segunda amarela da prova. Kanaan foi novamente para os boxes, trocando os pneus vermelhos pelos pretos.

Sem parar nos boxes, o francês Sébastien Bourdais (Dragon) assumiu a liderança, seguido pelo canadense Alex Tagliani (Barracuda) e Castroneves, que também não pararam. Na relargada, Castroneves passou reto na curva, e caiu para a 7ª posição.

Os norte-americanos Graham Rahal (RLL) e Ed Carpenter (ECR) se enroscaram, provocando a terceira amarela, na 24ª volta. Na relargada, duas voltas depois, Castroneves foi tocado por Dixon, e rodou, indo para os boxes na sequencia. Voltou na 23ª posição.

Após liderar 13 voltas, Bourdais foi para os boxes. O experiente piloto errou o seu pit, tendo que ser levado por seus mecânicos para o local correto.

Sato assumiu a ponta, seguido por Reay e Kanaan. Rahal tocou no muro, e com pedaços de seu carro espalhados pela pista, a quarta amarela foi agitada. Sato foi para os boxes, com Reay reassumindo a ponta, seguido por Kanaan, Franchitti e Dixon.

Logo após a relargada, na 40ª volta, uma confusão envolveu Castroneves, que foi tocado por Bourdais, o norte-americano J.R.Hildebrand (Panther), Pagenaud e o norte-americano Charlie Kimball (Panther). Quinta bandeira amarela.

Com o pneu traseiro direito estourado, Castroneves foi novamente para os boxes.

A relargada aconteceu na 44ª volta, com Reay mantendo a ponta. Na volta seguinte, Kanaan, num ótima manobra, ultrapassou Reay, levantando novamente o público nas arquibancadas. Pouco depois, Reay foi ultrapassado por Andretti, que tinha parado nos boxes, e com pneus vermelhos era mais rápido.

Na volta seguinte, Andretti passou Kanaan, assumindo a liderança. Reay entrou nos boxes, para outra troca de pneus e reabastecimento na 47ª volta.

Com o etanol acabando, Kanaan ficou lento na pista, e foi perdendo posições. A equipe errou nos cálculos, e o brasileiro ficou parado na reta dos boxes, com o tanque seco. Nova amarela, para o carro de Kanaan ser rebocado para os boxes.

Hildebrand era o lÁ­der na relargada. Poucas curvas depois o britânico Justin Wilson (Dale Coyne) bateu, provocando a sétima e última amarela.

A prova recomeçou três voltas depois, com Sato em primeiro, seguido por Hinchcliffe o norte-americano americano Josef Newgarden (SFR) que havia largado em último após uma punição.  Os três primeiros passaram então a fazer um intenso duelo pela vitória nas voltas finais.

Com os pneus mais gastos, Sato se defendia dos ataques, até que na última curva, no final da Reta dos Bandeirantes Hinchcliffe passou o japonês, para vencer por apenas 0s3463 de vantagem.  Hinchcliffe, que venceu pela segunda vez no ano, liderou apenas uma volta, a final.

“São de corridas assim que os fãs vão se lembrar. Muita ação, várias ultrapassagens, mudanças de estratégia, coisas deste tipo. Pelo menos para mim, ultrapassar na última curva da última volta para vencer é algo do qual eu vou me lembrar por muito tempo”, destacou o vencedor da prova.

“Quando passei o Josef eu ainda podia usar o botão de ultrapassagem mais duas vezes, e acho que o Takuma não tinha mais nenhum. Foi aÁ­ que pensei que poderia vencer. Ele fez um grande trabalho dificultando a manobra, mas só tive certeza mesmo quando passei a linha de chegada e percebi que havia vencido. E esta é a melhor das sensações”, destacou Hinchcliffe.

Com o segundo lugar, Sato assumiu a liderança do campeonato.

“Acho que em 2010 tivemos aqui um recorde de ultrapassagens (foram 96 no total naquele ano), e isso já prova que o desenho da pista é fantástico para esta finalidade, com a reta mais longa do calendário e a freada forte para a curva final. As corridas aqui são sempre muito emocionantes. Foi um fantástico show para a categoria”, destacou Sato.

Andretti fechou o pódio. “O traçado é fantástico, fizemos um grande show e o circuito é dos melhores que temos no ano. Acho que foram várias trocas de lÁ­der e uma incrÁ­vel quantidade de ultrapassagens. É muito divertida para os pilotos”, disse o norte-americano.

O espanhol Oriol Serviá (PantherDRR) terminou em quarto. A sua equipe  já anunciou que por falta de patrocÁ­nio, vai deixar o campeonato após as 500 Milhas de Indianápolis.

Newgarden foi o quinto, seguido por Viso. Franchitti, a suÁ­ça Simona de Silvestro (KV Racing), Pagenaud e Kimball fecharam os dez primeiros. O pole e atual campeão, Reay, chegou na 11ª posição.

Castroneves terminou na 13ª posição. Â

“Hoje foi uma guerra. Mesmo depois de muitas pancadas, ainda tinha chances de uma boa colocação no final. Não era pra eu ter feito a última parada. A gente poderia ter chegado perto de onde estava o Takuma Sato [segundo colocado], mas quando a gente ganha, ganha junto e quando perde, também perde junto. Temos que abrir o olho porque o japonês já abriu o dele”, brincou o piloto da Penske.

Kanaan chegou na 21ª posição, e marcou a volta mais rápida, 1m20s4364 (113, 501 mph) na 60ª volta.

“Como ser humano, pensamos Á s vezes com esse lado egoÁ­sta, de querer vencer. É difÁ­cil aceitar o que aconteceu”, admitiu Kanaan. “Tive as últimas 20 voltas para pensar, chorar e refletir, mas temos que tirar o lado positivo das coisas.”

“Somos uma equipe e quando todo mundo faz o seu trabalho, você ganha. A pessoa que faz minha estratégia é a mesma com a qual eu ganhei 12 das minhas 15 corridas na Indy. Bola pra frente. Sinto que estamos chegando perto da vitória, mas precisamos terminar. O dia em que a gente fizer tudo certo e for o nosso dia, sabemos que vai acontecer.”, declarou o brasileiro da KV.

“Eu também tenho o controle do nÁ­vel do combustÁ­vel e vi que estava baixando. Não sabemos realmente o que aconteceu, mas ninguém me deixou na mão. A gente perdeu. Os números no volante mostravam que a gente tinha mais do que a gente achou que tinha.”, finalizou Kanaan.

Figueiredo, a primeira a abandonar a prova, entregou uma camisa autografada do Corinthians para Sato, durante a entrevista coletiva dos três primeiros.

“Claro que não estava nos meus planos sair da prova tão cedo. Estava indo bem, já tinha ganhado uma posição e estava confiante, mas essas coisas acontecem. O time está ganhando confiança e entrosamento. Hoje mostramos que temos competividade”, destacou. “Só precisamos nos ajustar em alguns aspectos. Vamos para Indianápolis e buscar um resultado melhor. Vamos erguer a cabeça porque temos 15 longos dias. Vamos trabalhar e melhorar.”, declarou Figueiredo.

“Quando freei, não reduziu da sexta marcha para quinta. Fiquei em sexta, tentando reduzir de marcha. Minha esperança era eles me levarem para os boxes e me fizessem voltar. Quebrou o escapamento, afetou a caixa de câmbio e eu não conseguia mudar de marcha”, lamentou a brasileira.

Sato liderou 22 voltas, Hunter-Reay 16, Bourdais 13, Kanaan 12, Andretti 7, Hildebrand 4 e Hinchcliffe uma.

Sato é o novo lÁ­der do campeonato, com 136 pontos. Andretti é o segundo com 123. Castroneves caiu para a 3ª posição, com 116, seguido por Hinchcliffe com 112.

A próxima etapa, as 500 Milhas de Indianápolis, é a mais importante da temporada, e acontece no dia 26 de maio.

Final:

1. James Hinchcliffe (CAN/Andretti-Chevrolet), 75 voltas
2. Takuma Sato (JAP/A. J. Foyt-Honda), a 0s3463
3. Marco Andretti (EUA/Andretti-Chevrolet), a 1s1376
4. Oriol ServiÁ  (ESP/Panther DRR-Chevrolet), a 1s1745
5. Josef Newgarden (EUA/Fisher Hartman-Honda), a 1s6516
6. Ernesto Viso (VEN/Andretti-Chevrolet), a 2s8119
7. Dario Franchitti (ESC/Chip Ganassi-Honda), a 3s5961
8. Simona de Silvestro (SUI/KV-Chevrolet), a 4s2772
9. Simon Pagenaud (FRA/Schmidt Peterson-Honda), a 7s6331
10. Charlie Kimball (EUA/Chip Ganassi-Honda), a 9s0265
11. Ryan Hunter-Reay (EUA/Andretti-Chevrolet), a 9s5135
12. Alex Tagliani (CAN/BHA-Honda), a 10s4393
13. Helio Castroneves (BRA/Penske-Chevrolet), a 11s1234
14. Sébastien Bourdais (FRA/Dragon-Chevrolet), a 13s6406
15. J. R. Hildebrand (EUA/Panther-Chevrolet), a 13s7377
16. Tristan Vautier (FRA/Schmidt Peterson-Honda), a 14s3517
17. James Jakes (ING/Rahal Letterman-Honda), a 19s8585
18. Scott Dixon (NZL/Chip Ganassi-Honda), a 29s4261
19. Sebastian Saavedra (COL/Dragon-Chevrolet), a 54s7223
20. Justin Wilson (ING/Dale Coyne-Honda), a 2 voltas
21. Tony Kanaan (BRA/KV-Chevrolet), a 3 voltas
22. Graham Rahal (EUA/Rahal Letterman-Honda), a 4 voltas
23. Ed Carpenter (EUA/Carpenter-Chevrolet), a 4 voltas

Não completaram
Will Power (AUS/Penske-Chevrolet), 18 voltas/motor
Bia Figueiredo (BRA/Dale Coyne-Honda), 6 voltas/alternador