IndyCar: Meira define “dia longo” depois do 15º lugar nas 500 Milhas

“Foi um longo dia”, define Meira, depois do 15º lugar na Indy 500
Dificuldade com equilÁ­brio no carro e falha no carro após segundo pit stop comprometem corrida do brasileiro da A.J. Foyt

A participação de Vitor Meira nas 500 Milhas de Indianápolis foi uma das mais difÁ­ceis desde sua estreia na prova, em 2003. O piloto brasileiro da A.J. Foyt Racing finalizou a corrida do último domingo (29) na 15ª posição, uma volta atrás dos lÁ­deres, depois de figurar entre os oito primeiros. Um problema durante um pit stop, quando o motor de seu carro se desligou, foi o ponto crucial da busca por um bom resultado na edição que marcou os 100 anos da corrida.

Largando em 11º, Meira teve um inÁ­cio de prova promissor. O trabalho de box da A.J. Foyt no segundo perÁ­odo de bandeira amarela, motivado pelo acidente de E.J. Viso, permitiu-lhe subir para oitavo. Na parada seguinte, também durante uma bandeira amarela, desta vez por conta da batida de Jay Howard, o motor de seu carro apagou quando ia voltar Á  pista. A equipe pÁ´s o carro em funcionamento novamente, mas Meira caiu para 16º.

O brasileiro voltou aos boxes duas voltas depois, ainda com a bandeira amarela acionada. “Quando fui entrar no meu pit, o Ed Carpenter estava saindo do dele e a gente teve uma leve batida”, contou Meira, que teve de ser empurrado de volta a sua posição de parada e acabou ficando com o carro em um ângulo errado em relação Á  linha dos boxes. O imprevisto fez com que o piloto caÁ­sse para a 18ª posição na classificação da corrida.

As 500 Milhas de Indianápolis ainda não haviam chegado Á  sua metade e Meira vivia dificuldades com a falta de velocidade nas retas. A equipe decidiu por mudanças na configuração do carro, diminuindo sua pressão aerodinâmica. Meira já era 12º mas, com dificuldades em meio ao intenso tráfego da prova, caiu para 17º durante as voltas sob bandeira verde. Na 138ª volta, acabou ficando uma volta atrás dos lÁ­deres. “Estava difÁ­cil”, lembrou.

A chance de recuperar a volta de desvantagem exigia novas mudanças. No pit stop seguinte, a A.J. Foyt devolveu parte da pressão aerodinâmica ao carro. “Só que não tivemos mais nenhuma oportunidade de estar de novo na volta dos lÁ­deres”, lamentou. A vitória foi de Dan Wheldon, da Bryan Herta Autosport-Curb Agajanian. O inglês assumiu a liderança na última curva da corrida, quando J.R. Hidebrand, da Panther, bateu no muro da entrada da reta de chegada.

“Foi um longo dia. Nós tivemos pit stops excelentes, ganhamos um monte de posições depois de cada parada”, avaliou Meira. “Nós não tivemos nenhum dia de treinos com as condições da corrida, com tanto vento e com tanto calor. É uma fase de aprendizado, pode ser que a gente tenha trabalhado muito para o treino de classificação e não tenha trabalhado o suficiente para o que poderia acontecer na corrida. Só não foi o dia para nós”, finalizou.

O norte-americano Ryan Hunter-Reay, companheiro de equipe de Meira nesta prova, enfrentou dificuldades com o equilÁ­brio do carro e foi 23º. “O dia todo foi um exercÁ­cio de ficar longe do muro, eu quase perdi o carro pelo menos umas 12 vezes”, descreveu. “Todos tiveram que lidar com complicações, mas nós de fato sofremos mais que os outros. Tivemos que preparar um carro em 30 voltas no ‘Carb Day’ para a corrida mais longa e mais importante do ano”.

Na equipe, só quem não teve problemas com seu carro foi o chefe A.J. Foyt, que pilotou o Chevrolet Camaro Pace Car antes da largada. “Quem poderia pensar que eu iria liderar a Indy 500 depois de 50 anos da minha primeira vitória aqui?”, questionou, bem-humorado. “Foi divertido. Não tão divertido quanto pilotar um carro de corrida, mas é a segunda maior diversão”, definiu o campeão das 500 Milhas nas edições de 1961, 1964, 1967 e 1977.