Vida de piloto não é fácil. Depois de superar um começo complicado nos treinos livres para o GP de Detroit, penúltima etapa da Indy Racing League, encontrar o acerto ideal para seu Dallara Honda e terminar a sexta-feira entre os 10 primeiros. O sábado de qualificação prometia muito, mas acabou trazendo poucos motivos para satisfação. Um dos mais rápidos na pista de rua do Belle Isle Park, Bruno Junqueira (Alcompac/Telemont) viu todo esforço e expectativa comprometidos por um problema na suspensão traseira. Se acreditava ter carro para largar entre os seis primeiros (o que ficou confirmado no treino livre de ontem), o mineiro será obrigado a sair em 24º e buscar uma corrida de recuperação numa pista com poucos pontos para ultrapassagem. Na primeira fila do grid para as 90 voltas (a largada está prevista para as 16h30, de BrasÁlia), os dois pilotos que duelam pelo tÁtulo: o lÁder Scott Dixon (Ganassi) sai na pole, tendo a seu lado Hélio Castroneves, da Penske. Se mantiver a posição e somar o ponto pelo maior número de voltas lideradas, o neozelandês comemora a conquista do campeonato com uma corrida de antecedência.
Bruno terminou a última sessão livre de seu grupo com a quinta melhor marca (décimo tempo, na soma dos grupos). Depois de voltar a fazer mudanças nas regulagens do carro, ele voltou Á pista para a tomada de tempos e, em suas duas primeiras tentativas, figurava entre os seis primeiros, o que lhe dava a perspectiva de avançar para as sessões seguintes (os 12 mais rápidos disputariam a segunda fase e os seis melhores brigariam pela pole nos 10 minutos finais). Na terceira volta rápida, o piloto da Dale Coyne perdeu o controle do carro com a falha na suspensão e tocou o muro, provocando a interrupção da qualificação. Pelas regras da categoria, isso provoca a perda das duas melhores voltas, o que deixou o mineiro com um tempo nove segundos superior ao que havia feito na véspera (na verdade, o de sua volta de aquecimento).
“Nessa manhã finalmente nos portamos de forma competitiva aqui. Terminei a sessão com o 5o tempo do meu grupo, e 10o na somatória dos duas sessões. Um resultado decente, que mais importante, trouxe bastante ânimo para um bom desempenho na sessão classificatória. Fiz parte do segundo grupo de classificação, e como normalmente faço aguardei por 40 segundos para iniciar a minha sessão, a fim de conseguir um bom posicionamento na pista. Mas ainda na minha primeira volta, foi mostrada a bandeira amarela. De volta ao pit, aguardei os mesmos 40 segundos apos a bandeira verde e voltei Á pista. Já na minha primeira volta rápida eu figurava entre os top 6, e na minha quarta volta subi a 3o, mas resolvi fazer uma volta extra e nessa, acabei tendo uma quebra na suspensão, que terminou o meu dia no muro. Tendo causado a paralisação, perdi minhas duas voltas mais rápidas, e a chance de brigar pela minha melhor posição de largada na temporada. Triste fim para o dia de hoje mas, com um pouco de sorte, espero reverter esse grid amanha, e terminar a corrida nas primeiras posições”, afirmou Bruno. Ele sabe que, com os muros cercando a pista, muitas curvas travadas e poucos pontos para a ultrapassagem, a corrida deve ser marcada por várias bandeiras amarelas e premiar a resistência e a inteligência. Mais uma vez, o mineiro aposta em uma estratégia diferenciada de paradas nos boxes e na capacidade de economizar combustÁvel para avançar no pelotão e terminar numa posição que reflita seu verdadeiro potencial.