Kart: Mundial de Kart recebe equipe 100% brasileira

Mais tradicional fábrica nacional, a Kart Mini vai

Á  França com o piloto paulista Rafael Suzuki para a

disputa da Fórmula A, a principal categoria do Campeonato.


Uma equipe 100% brasileira desembarcará no final do mês na cidade de Angerville, na França, para a disputa do Campeonato Mundial de Kart, torneio que se realizará de 28 de setembro a 1º de outubro. O time realiza uma espécie de incursão exploratória no mercado europeu. A idéia é mostrar a qualidade do equipamento produzido no Brasil, especialmente pela Kart Mini, a mais tradicional fabricante de chassi do paÁ­s, com 40 anos de experiência no esporte. A equipe será capitaneada pelo fundador da Mini, Mário de Carvalho, e seu filho Mário Sérgio – um ex-piloto que foi provavelmente o maior rival de Ayrton Senna no kartismo nacional. A delegação disputará a principal categoria do Campeonato Mundial – Fórmula A – e terá como chefe de equipe Cláudio Dantas, o ‘Sabiá’, com a pilotagem por conta do paulista Rafael Suzuki. Várias vezes campeão no Brasil, Sabiá também conta com experiência na Europa, o que inclui o Campeonato Mundial.



A meta da equipe brasileira é bem realista: “Queremos ficar entre os dez melhores”, diz o piloto da Shutt/Kart Mini. “Estamos bem preparados, já que andei o ano todo aqui no Brasil como piloto da fábrica de chassi Mini. Tivemos desempenhos fantásticos. Além disso, o Sabiá e o pessoal da Mini são muito experientes. Pude competir em Angerville no ano passado e sei que a pista é muito técnica. Isso ajudará a manter o nÁ­vel mais alto ainda, já que estaremos enfrentando os melhores pilotos e equipes do mundo. Então, temos que entrar na pista conscientes do tamanho do desafio que temos pela frente”, analisa Rafael Suzuki. Para o piloto brasileiro, os pilotos equipados com o chassi italiano TonyKart, como o tricampeão mundial Davide Foré (Itália), serão seus principais adversários.



Além de Suzuki, o Brasil também contará mais dois pilotos na Fórmula A. O brasiliense Felipe Guimarães competirá na equipe oficial mantida pela fábrica dos chassis italianos Kosmic, enquanto o paranaense Gabriel Dias correrá na equipe MGM com os chassis Birel – duas organizações também baseadas na Itália.


 


Diferenças fundamentais – Outro desafio é o fato de no Brasil serem utilizados motores de 125 cm3 refrigerados a ar, enquanto na Europa o padrão é de propulsores de 100 cm3 , a água. “Essa é uma diferença fundamental”, frisa Mário de Carvalho, diretor da Kart Mini, fábrica que já participou do Mundial em 2000. “Mas acho que a adaptação mais importante que teremos pela frente diz respeito aos pneus. No Brasil usam-se os pneus MG, de fabricação nacional. No Campeonato Mundial todos estaremos equipados com os Bridgestone, que são bem mais aderentes e, portanto, irão alterar tanto o acerto do kart quanto o estilo de pilotagem do Rafael. Mas isso apenas torna o desafio técnico mais interessante do nosso ponto de vista”. O chassi Mini de Rafael Suzuki estará equipado com o motor italiano Vortex.


        
O traçado de 1.198 metros de Angerville fica a 60 quilÁ´metros de Paris e verá a definição de campeões mundiais de duas categorias. Além da Fórmula A, que é a principal, também será conhecido o vencedor da Copa do Mundo de Kart da ICA , que é uma espécie de categoria de acesso Á  Fórmula A. Tanto que, para disputar esta última, é preciso possuir uma licença especial. Rafael Suzuki já tem esta graduação desde 2003, quando foi sexto colocado no Campeonato Panamericano . Além disso, a carreira internacional do piloto da Shutt/Kart Mini inclui um excelente 16º lugar no Mundial de Fórmula A realizado na Itália em 2004. O paulista foi o melhor brasileiro naquele campeonato e o único sul-americano a chegar nas finais entre os 90 pilotos inscritos.


        
O nÁ­vel do Campeonato Mundial de Kart é algo simplesmente espetacular. Em condições normais, em qualquer treino, do primeiro ao 30º colocado não há sequer meio segundo de diferença. â€œÉ um campeonato incrivelmente competitivo”, frisa Rafael Suzuki. “Em uma situação assim, é muito difÁ­cil apontar um favorito. E esse é justamente o maior incentivo de entrar nesta disputa: trata-se de uma briga na qual tudo pode acontecer”.


        
O Brasil já conta com três tÁ­tulos mundiais de kart: em 1986 com o carioca Guga Ribas; 1995, com o paulista Gastão Fráguas, e 1998, pelas mãos de Ruben Carrapatoso, também de São Paulo.