Outras: VocÁª conhece a Ginetta Cup?

Pelas mãos do baiano Diego Freitas, automobilismo brasileiro começa história em uma das categorias de acesso ao BTCC, o principal campeonato de carros de turismo da Inglaterra.

Desde meados da década de 1960, quando Emerson Fittipaldi começou a se destacar na Europa, o Brasil ganhou enorme influência no automobilismo mundial. Os pioneiros da história verde-amarela nas pistas abriram caminhos que hoje são bastante conhecidos dos brasileiros – como a tradicional escalada rumo Á  Fórmula 1 via F-3 Inglesa, por exemplo – mas ainda há rumos não explorados no esporte a motor que representam oportunidades de profissionalização para atletas do paÁ­s.

A Inglaterra é um dos principais destinos de quem se aventurara pela Europa, e é justamente no Reino Unido que um baiano começa, no próximo final de semana (entre 12 e 14/6), a escrever mais uma parte da história brasileira no automobilismo do velho continente. O piloto Diego Freitas, com a experiência de ter corrido na Fórmula Renault e na Copa Vicar Stock Car, estreia na Ginetta G50 Cup – competição que faz os eventos preliminares do Campeonato Inglês de Carros Turismo (BTCC), um dos mais importantes do mundo.

Esse campeonato, pouco conhecido por aqui, é um dos mais renomados da Inglaterra – reunindo uma média superior a 20 carros por etapa e pilotos de longa carreira no automobilismo. A Ginetta, que constrói os bólidos e dá nome ao certame, é uma fábrica tradicional da Inglaterra. Fundada em 1958, levou a experiência de fazer carros de rua para as pistas e começou a trilhar seu caminho no automobilismo. O modelo G4, lançado em 1961, é considerado seu maior sucesso – por conquistar um público que queria, ao mesmo tempo, um veÁ­culo confortável o suficiente para trabalhar durante a semana, mas também esportivo para se divertir nos tempos livres.

O modelo G50, que Diego Freitas vai encontrar na pista de Croft na sexta-feira, foi lançado em 2008 como parte das comemorações dos 50 anos da marca. A fábrica ainda constrói os carros da G20, que é a divisão de entrada das competições monomarca na Inglaterra – recebendo pilotos com idade entre 14 e 17 anos; além de modelos para categorias como a GT4, G50Z e protótipos da LMP1 e LMP2.

Também desde o ano passado a Ginetta tem uma parceria com outra empresa britânica de enorme história no automobilismo: a Zytek. Nascida em 1981 com o objetivo de produzir sistemas de gerenciamento de motores, a Zytek ficou famosa em 1984 quando assinava o sistema de gerenciamento do motor Hart que equipava a equipe Toleman de Fórmula 1 – que teve Ayrton Senna como piloto naquela temporada. Posteriormente, além de se aventurar nas corridas de longa duração, também passou a construir motores – que foram usados por categorias como a Fórmula 3000 e, mais recentemente, pela A1GP.

Na G50 Cup deste ano, o lÁ­der é o inglês Carl Breeze, campeão da Fórmula Renault Britânica em 2001 e com passagens pelo BTCC (Campeonato Inglês de Carros Turismo) e competições promovidas pela Seat na Europa. Em segundo lugar está Nathan Freke, outro que escolheu a categoria como forma de se profissionalizar depois de ter vencido o campeonato de Fórmula Ford há três anos.

“A Ginetta Cup é uma das melhores vitrines para se profissionalizar como piloto na Inglaterra, principalmente por correr junto com o maior campeonato de turismo deles. Traçando um paralelo com o Brasil, é como se eu tivesse indo correr na Copa Vicar de lá. Espero fazer um bom trabalho para receber outras oportunidades”, destaca Diego.

Os carros da categoria – cujo desenho lembra o famoso Dodge Viper – são equipados com motores Ford V6 que desenvolvem 300 cavalos de potência. Com câmbio seqüencial, tração traseira e 950 kg de peso total, são carros bastante rápidos que fazem corridas espetaculares nos eventos do BTCC.