Outras: Wilsinho Fittipaldi abre o Clássicos de Competição com o primeiro Fórmula 1 brasileiro

Interlagos vive dias de agitação, mas desta vez transpira a emoção do esporte mesclada com curiosidade cultural.


Interlagos vive nesta semana dias de bastante agitação, mas com um viés cultural. O evento Clássicos de Competição teve sua abertura oficial nesta quinta-feira (25) como parte das comemorações oficiais do aniversário da cidade de São Paulo. Repleto de atrações para preencher um dia inteiro de lazer, o encontro dura até domingo. O evento foi aberto ao público a partir das 10 horas e levantou o ânimo dos apaixonados por automóveis. Logo cedo, Á s 8h30, os carros de época da categoria Super Classic fizeram um treino inaugural e abriram o encontro mais tarde, Á s 13h20, em um desfile escoltado por batedores da PolÁ­cia Militar, largando em seguida para algumas voltas na pista. Wilsinho Fittipaldi teve uma participação especial durante a abertura ao acelerar com um dos carros da Copersucar Fittipaldi, primeira e única equipe brasileira da Fórmula 1.


Neste primeiro dia de evento, o Torneio de Regularidade (aberto Á  participação do público) já atraiu o interesse de mais de 60 visitantes que se inscreveram nessa competição para sentir a emoção de acelerar no mesmo traçado utilizado pela Fórmula 1 – segundo estimam os organizadores, a disputa deve atrair até domingo mais de 300 participantes. Marcelo Cassari, que é engenheiro mecânico e possui uma oficina de restauração de veÁ­culos, participou da prova com um Dauphine amarelo, de 1962, todo original. Segundo ele, o trecho conhecido como ‘S’ do Senna foi o que lhe causou mais emoção, foi o momento mais emocionante da prova. E constata, com uma mistura de entusiasmo com emoção: “Como o pessoal da velha guarda era corajoso em pilotar esses carros!”.


A competição foi também a estréia do mecânico-geral Á‚ngelo Rodrigues, em Interlagos. Para percorrer os 4.309 metros da pista em grande estilo, ele conduziu seu xodó, um Mustang azul fabricado em 1973. Empolgado com a oportunidade, Cassari lembra que o trecho mais difÁ­cil foi também o ‘S’ do Senna e conta que sua melhor volta foi completada na casa de 2min44s.


De olho na História


O Clássicos de Competição apresentará nestes quatro dias exposições de vários carros importantes para a história das competições e também para a indústria automobilÁ­stica no Brasil. Um dos destaques é o Túnel do Tempo, que conta a evolução dos bólidos de competição no paÁ­s. Outras relÁ­quias que chamaram muito a atenção foram o carro da equipe Fittipaldi de Fórmula 1 e o Le Zebre, trazido da França pela famÁ­lia do aviador Santos Dumont em 1909. “Aqui, eu revivi minha infância, quando freqüentava o autódromo de Interlagos com meus pais”, comentou o funcionário-público Leonardo Famá, 42, que foi ao primeiro dia do evento. “Eu também não fazia idéia que a famÁ­lia de Santos Dumont se interessava por automóveis. Pena que São Paulo, que tem a maior frota de veÁ­culos do Brasil, não tenha mais eventos assim”, completou.


Diversão também para os pequenos. Juliano Carmona, 10, divertiu-se nas pistas de autorama, cujas corridas contaram com a assistência de um locutor profissional: â€œÉ muito mais legal com alguém narrando”, disse Juliano. “Eu quero voltar amanhã”. Crianças e adultos também passaram o tempo assistindo a filmes nas duas salas de cinema e comparecendo Á s palestras proferidas por pilotos e personagens da história das corridas no Brasil.