Que tal um dia de piloto?

Carlos Mattos esteve no QRX 2010 e pode sentir a emoção de ser piloto por um dia na pista de Interlagos.

Se tem uma coisa que todo apaixonado por carros e automobilismo tem em comum, é o sonho de pilotar em uma pista de corrida como o Autódromo de Interlagos em São Paulo. Seja o carro de uso particular, um carro de testes, ou até um carro de corrida, esse desejo mexe com os apaixonados, sejam eles homens ou mulheres.

No último fim de semana, teve inÁ­cio o evento Quatro Rodas Experience, e este que vos fala, esteve lá conferindo as principais novidades do mundo automobilÁ­stico, e o que posso dizer é que saÁ­ de lá realizado. Não que eu nunca tivesse pilotado um carro em Interlagos, afinal já faço a cobertura do evento há 3 anos.

No ano de 2008, realizei meu sonho e pilotei praticamente todos os carros, afinal tinha que matar minha vontade. Punto T-Jet, Golf, Jetta, Mégane, Mégane F1, mas o carro que mexeu com os meus sentidos foi o carro da extinta Copa Clio, que andei 18 voltas, descendo a lenha no carrinho que dei a velocidade máxima de 200km/h em 2 pontos da pista.

Este ano, o Quatro Rodas Experience, trouxe a mesma “pegada” dos anos anteriores, mas sempre com carros que nem sempre você encontra na concessionária pra andar e dar aquela famosa volta no quarteirão sem graça que os vendedores permitem que se faça. No QRX o bicho pega, e pega forte!

Cheguei no evento, fiz o meu credenciamento e já fui para onde os carros estavam e aproveitei para ver o que poderia dirigir na pista. Participei de 2 testes, junto com a Volkswagen na pista Off Road – sim Interlagos, tem uma pista off Road – montada especialmente para o QRX, pois não tenho conhecimento de alguma utilização da pista em outros eventos, e um teste junto com a Nissan, que já já eu conto como foi. No off Road o teste agendado foi com a Volkswagen Amarok, sim o lançamento da montadora, que é uma belÁ­ssima pick-up diga-se de passagem e me surpreendeu na lama, pois tem uma força absurda e passa pelos obstáculos como se nada tivesse acontecendo e tudo isso muito devagar, sem necessidade nenhuma de acelerar demais o carro para passar pela buraqueira, lamaçal e os barrancos da pista.

Em seguida, aproveitando que estava na parte debaixo do autódromo – que nada mais é que o estacionamento na saÁ­da do “S” do Senna – aproveitei para andar de QuadricÁ­clo, em uma pistinha de cascalhos montada onde oficialmente é o estacionamento. Descobri que me torno insano quando pego um brinquedinho desses para andar. O quadriciclo que andei, tinha câmbio manual e 600cc., o suficiente pra eu me matar caso eu quisesse. E eu quase o fiz!

O instrutor saiu rápido com o quadriciclo e eu, na intenção clara de segui-lo, fui atrás, 1ª, 2ª, 3ª marcha e a curva… Ele fez a curva na boa, afinal conhecia a pista. O bonitão aqui, o que fez??? Entrei de lado na curva, perdi o controle e quase atravesso os limitadores que definiam o traçado. O instrutor na hora parou, e os outros participantes da volta, passaram devagarzinho por mim como se numa bandeira amarela, em uma corrida. Passado o susto, e de volta a pista, fui mais tranqüilo com o brinquedinho, até porque todos reduziram o ritmo. Devem ter ficado com medo que o louco fizesse mais uma barbárie.

Enfim, terminado o percurso off Road, voltamos ao asfalto!

No meio do caminho para a pista, um Tiguan da Volks, estacionando sozinho. Sim! Fazendo baliza sozinho! E eu fui conferir mais essa atração do QRX. E fiquei impressionado com o funcionamento, o carro faz a leitura da vaga enquanto passa pelos carros, quando você prepara para entrar na baliza, ele simplesmente assume o controle e estaciona sozinho, basta o motorista controlar o freio e confiar no carro que tira uma fina bem considerável, uma solução bem interessante para alguns motoristas que vemos nas ruas, parando o trânsito por não conseguir parar em uma vaga na rua.

Chego novamente ao asfalto sagrado e vamos para o test drive em um impressionante Nissan Gran Livina… Nooooooooooooossa!!! O carro é ótimo, mas ele tem um desempenho modesto, é para andar nas ruas e não em um autódromo. Eu queria um carro que tivesse uma cilindrada boa, a ponto de me proporcionar emoção no volante quando eu contornasse um laranjinha, o segundo esse, ou que me puxasse com força na subida do café. E em cima da hora, troquei o Gran Livina por um Nissan Sentra, automático, mas que me garantiu boas risadas ao volante. Primeiro pelo fato de o carro ser bem equilibrado e não perder tanto a estabilidade em curvas como o Bico de Pato, que fiz bem no limite de perder a traseira, pois tive que corrigir duas vezes para não perdê-la. Segundo, que o bichão tem uma puxada forte, e o motor ruge como uma fera mesmo, basta cravar o pé no acelerador, e dar umas aliviadas para ele fazer as trocas de marcha e andar razoávelmente bem. O Sentra manual deve ser uma delÁ­cia de guiar. Foram 3 voltas de diversão, a mÁ­seros 120km/h nos trechos de reta, por causa do regulamento do evento, mas nas curvas, todos os “pseudo-pilotos” como eu, levavam os carrinhos ao limite. Um Uno na minha frente, me deu por 2 vezes a certeza de que iria capotar se o motorista continuasse fazendo as curvas daquele jeito. Uma pena que duram só 3 voltas.

Para quem não dirige, e para a criançada, o QRX oferece várias atrações como autorama, vÁ­deo game, simuladores de F1 e vários outros “brinquedinhos” que a criançada e os adultos também adoram.

Recomendo, não só por dirigir onde categorias dos campeonatos paulista, brasileiro e mundial, como a Fórmula 1 passam. Mas também pela energia gostosa que só o autódromo proporciona aos amantes da velocidade.

Mas uma coisa todos com certeza concordarão comigo… Este evento sim deveria acontecer umas 3 vezes por estas bandas. Para que todos possam ter a emoção de guiar um carro onde, poucos tem oportunidade de andar e até de visitar.

Carlos Mattos – carlos@carlosmattos.com.br