Rally: Terminou o pior Rali do Mundial de Cross Country (ouça o áudio do piloto)

Inacreditavelmente fazendo parte do Mundial de Rali Cross Country, o Rally da África do Sul tem seu último dia marcado pela total desorganização. Nobre/Palmeiro termina em 3º lugar.

O Rally da África do Sul, 2ª etapa do Campeonato Mundial de Rally Cross Country chegou ao final nesta segunda-feira (30/07). Os problemas de segurança e de organização foram uma constante ao longo da competição e no dia decisivo do rali não foi diferente. O vencedor da prova foi a dupla norueguesa Ivar Tollefsen/Quin Evans, com um Nissan, que passaram por um grande susto ao atropelar uma vaca na especial de 200 km entre as cidades de Fish River e Bisho.

O piloto brasileiro Paulo Nobre, o Palmeirinha (Itaú Private Bank), teve a segunda-feira marcada por um problema mecânico, além dos sustos durante a especial devido a falta de segurança, e com isso encerrou o rali na 3ª posição ao lado do navegador Filipe Palmeiro. Mas a falta de organização no último dia de prova chegou a impressionar ao piloto brasileiro, principalmente por se tratar de uma prova válida para um torneio com a chancela da FIA (Federação Internacional de Automobilismo).

“Nem acredito que essa merda de rali acabou! Isso é uma afronta a segurança dos concorrentes e a população local! Não sei como uma porcaria de prova desorganizada dessa pode fazer parte de um Campeonato Mundial de Rali Cross Country! Não vou ficar aqui dizendo que hoje rodamos feio e saÁ­mos da estrada para não bater forte em várias vacas que atravessavam o caminho, ou que Deus não quis que batêssemos de frente com um carro bem no meio de uma curva, pois vai parecer que repeti minha declaração de ontem ou anteontem. Mas para ficar diferente, hoje nenhuma cabra morreu. Hoje a vÁ­tima foi uma vaca, que quase custou a prova dos noruegueses da Nissan! Na boa, isso não faz o menor sentido!”, disse o piloto brasileiro.

Vários erros foram cometidos ao longo do dia. Por ter vencido a etapa de domingo, Nobre/Palmeiro seria a primeira dupla a largar nesta segunda-feira, mas a organização colocou os noruegueses como os primeiros a partir. Depois, ao chegarem ao final do segundo trecho cronometrado, a dupla luso-brasileira não encontrou nenhum fiscal para marcar o seu tempo de chegada e na largada do trecho seguinte, não havia fiscal para marcar o horário de partida. Os organizadores obtiveram o tempo da dupla no dia de hoje, usando as anotações feitas pelo próprio navegador Filipe Palmeiro.

“Aqui é o tÁ­pico Cross Country desorganizado, que algumas pessoas que fazem rali brincam conosco. As regras são mais ou menos seguidas e na hora eles vêem que decisão devem tomar. Nosso tempo hoje foi tomado pelo meu navegador. Pois não tinha controlador nas especiais. E o carro dos noruegueses foi transportado de cegonha para o parque fechado, na cara da organização, e ai? “Ah, tudo bem, a noite tomamos uma cerveja e “congratulations” por terem terminado a prova !” Como diria Boris Casoi, “isso é uma vergonha!!!!””, reclamou Palmeirinha, já que ao final da prova, os carros devem seguir por seus próprios meios ao parque fechado, mas a dupla vencedora levou seu carro no caminhão cegonha da equipe, devido as avarias sofridas pelo carro na batida com a vaca durante a especial. Mas apesar disso não houve punição pela direção de prova.

Lado positivo – Agora Paulo Nobre volta sua atenção para o 15º Rally dos Sertões, que tem o inÁ­cio das atividades marcado para o dia 8 de agosto em Goiânia. E pensando no Sertões, Palmeirinha conseguiu ver até um lado positivo no desorganizado Rally da África do Sul. “O problema que tivemos na suspensão hoje foi o mesmo que tive no Sertões de 2006. O parafuso quebrou dentro do buraco e não dava para tirar e repor outro braço. AÁ­ o Palmeiro me fez lembrar o “MacGuyver” Luiz Palu (navegador de Nobre em 2006), grande amigo e excelente navegador e mecânico, que improvisou um monte de coisas para resolver o problema, trocar a peça e terminarmos a prova. Esse é o espÁ­rito, não desistir nunca. E o Palmeiro mostrou que tem esse espirito. Enquanto eu olhava, sem saber o que fazer para o problema, o Dona Maria (apelido de Palmeiro) foi lá e resolveu”, brincou Palmeirinha.

Os três primeiros colocados ao final do Rally da África do Sul foram:

1º Ivar Tollefsen/Quin Evans, 18h53min32s
2º Riccardo Garosci/Rudy Briani, 21h01min30s
3º Paulo Nobre/Filipe Palmeiro, 21h30min43s