Spyder Race Brasileiro: Campeão corre em Londrina focado em 2012

O carioca Valter Pinheiro chega Á  Londrina com o tÁ­tulo já conquistado e visando a temporada 2012.

Campeão da categoria Spyder Race Light com duas etapas de antecedência, o carioca Valter Pinheiro (Guerra Motorsport) pretende usar a rodada dupla que acontece esse final de semana na cidade de Londrina (PR) visando a temporada 2012 do Campeonato Brasileiro de Spyder Race.

No próximo ano, Pinheiro disputará a categoria Spyder Race graças a conquista do tÁ­tulo na categoria Light nessa temporada. O piloto da Guerra Motorsports conversou sobre o inÁ­cio no automobilismo, o tÁ­tulo e os planos para a próxima temporada, confira:

Spyder Race: Como foi sua estreia no automobilismo?
Valter Pinheiro: Fiz o curso de pilotagem do Manzzini em 2003. Em 2009 fiz 3 provas no Paulista de Força Livre com um Clio alugado do próprio Manzzini. Em 2010 comprei um Spyder e fiz várias etapas do Paulista de Força Livre, os 1000 km de SP e as 500 milhas de Londrina. De maneira séria, com equipe organizada, patrocÁ­nio e fazendo a temporada inteira, esse é meu 1o ano.

SR: Quais categorias você já participou?
VP: É meu 1o ano Spyder Race Light 2011 e Itaipava GTBR4 2011.

SR: Em 2011 você participou do Campeonato Brasileiro de Spyder Race e da GT4 com a Ginetta. Quais as semelhanças e diferenças entre os dois carros?
VP: As concepções são bastante diferentes. O Spyder tem motor traseiro, câmbio manual e é aberto. Já a Ginetta tem motor dianteiro (central), câmbio sequencial e é fechada. Porém, ambos os carros foram projetados para competição – não são carros de rua adaptados, ambos têm chassis tubulares e carrocerias de fibra de vidro. Os desempenhos são muito semelhantes, apesar da Ginetta ter uns 150 CV a mais, é mais pesada e o regulamento da categoria limita altura mÁ­nima, o que faz com que se perca muito em curvas. No final, os tempos de ambos são semelhantes e quase todos os autódromos.

SR: Qual o melhor carro: Ginetta ou Spyder Race?
VP: DifÁ­cil dizer. A Ginetta é mais forte em retas e tem câmbio sequencial, mas o Spyder é uma delÁ­cia de pilotar, porque você freia onde quiser e faz curva como quiser com o protótipo de 720 kg. Além disso, pilotar carro de corrida aberto é mais prazeroso. Outro ponto a favor do Spyder é a durabilidade e a facilidade do carro ser 100% nacional, o que facilita e barateia a preparação. Acho que vale destacar também o aspecto segurança do Spyder que, apesar de ser um carro aberto, o piloto fica muito bem protegido no habitáculo que resiste bem, pois a estrutura tubular é muito forte.

SR: Você venceu 6 corridas, todas até aqui. Restam 2 etapas para o término da temporada, você pretende aliviar o pé ou a ideia é fazer uma temporada 100%?
VP: Somos muito pragmáticos (eu e minha equipe), nosso alvo é valorizar os patrocÁ­nios que temos. Dessa forma, até agora, nossa meta era vencer o campeonato de 2011. A partir de agora, o foco já passa a ser a preparação para a temporada 2012, onde tem uns caras muito feras. Vai ser difÁ­cil acompanhá-los, então é melhor aproveitar essas duas últimas etapas para tentar andar no bolo deles.

SR: Na sua opinião, qual o pior momento da temporada 2011?
VP: Não consigo pensar em momentos ruins. Tive momentos de dificuldades, muita superação, mas sempre brindados com vitórias. Na primeira corrida do ano, em Curitiba, o carro não funcionou na sexta-feira. A cada vez que saÁ­ do box, voltei rebocado. No sábado, tive um compromisso familiar e voltei para o Rio de Janeiro. Retornei Á  Curitiba no domingo pela manhã, sem dormir, assisti um vÁ­deo “on board” do Raijan para aprender a pista e larguei do box – uma total aventura. Na corrida, após o safety car e a chuva, acabei em 1° na Light e 3° na geral! Em Santa Cruz eu tinha um carro fantástico, andando entre os melhores da categoria principal durante os treinos. Ia largar na pole, mas uma pane mecânica me tirou do grid (já alinhado) e me fez largar do box – antes da metade da corrida eu já estava em 1o. Nessa última etapa de Curitiba, no 1° treino o motor quebrou (o comando de válvulas quebrou ao meio) na 1ª volta. AÁ­ botamos um motor que estava muito fraco e que acabou fundindo durante a classificação. Colocamos um 3° motor no carro, que quebrou ainda no box! Ai acabaram-se os motores reservas e tivemos que pedir um cabeçote emprestado ao Leandro Romera e montá-lo em um bloco que ainda tÁ­nhamos, fazendo um 4° motor, um Frankstein. O Leandro Guerra e os mecânicos aprontaram o carro as 3:30 da madrugada de domingo e estavam todos de volta ao autódromo as 8:00 para o warm up. Largamos em último e ainda vencemos! Como poderia eleger um pior momento?

SR: Qual a melhor corrida da temporada 2011, na sua opinião?
VP: Foi exatamente essa última. Corri com o 4° motor do fim de semana, com peças emprestadas, os mecânicos foram muito além do limite fÁ­sico para montar todos esses motores em tão pouco tempo, e depois vencemos, com o Dal Pont e o Kastropil na minha cola o tempo todo e ainda saÁ­mos com o tÁ­tulo e a alma lavada! Essa foi a melhor corrida.

SR: Qual o melhor circuito da temporada?
VP: Curitiba, seguido de perto de Jacarepaguá. A sequencia de curvas de alta do autódromo de Pinhais encaixa perfeitamente no Spyder. Londrina tem sempre um clima de festa. A cidade nos recebe muito bem e o circuito é legal, mas o muro é nosso companheiro constante na pista. Um erro e adeus brinquedo. Campo Grande tem um traçado muito bom, muita área de escape, mas precisarÁ­amos gramar a área em volta da pista para reduzir um pouco a poeira que fica no asfalto. Santa Cruz tem um traçado bastante seletivo. Tem um mergulho cego depois de uma chicane e uma sequência de 5 curvas de alta onde só se toca no freio uma vez, e depois uma reta bastante longa, mas falta área de escape, se sair da pista, vai para barranco. Essas são as pistas que conheço.

SR: Como é seu relacionamento com seu companheiro de equipe, Raijan Mascarello? Mesmo em categorias diferentes (Race e Light), muitas informações são trocadas entre vocês ou é cada um por si?
VP: O relacionamento é excelente. E tudo é muito simples e muito claro: eu sou novato, da categoria Light e quero aprender com quem já sabe.

SR: Continua na Spyder Race em 2012 na categoria Race?
VP: Posso continuar na Light? Brincadeira. Eu sei que não pode. É que os caras da Race são muito rápidos.

SR: Como será dividir as curvas com o Raijan em 2012, agora valendo a vitória?
VP: Antes terei que alcançá-lo nas pistas, o que não vai ser nada fácil. Mas se acontecer, ele é um cara bastante combativo, mas muito leal e somos amigos.

SR: Qual o segredo para vencer 6 entre 6 corridas disputadas?
VP: Eu tive muita ajuda. O Luiz Pankowiski, que me acompanha em todas as corridas, praticamente me diz onde acelera, onde freia e onde vira o volante. O Leandro Guerra, que é dono da equipe Guerra Motorsport, me entrega carros fantásticos para correr. O cara faz da preparação dos carros uma obstinação. Além disso, eu consegui um bom suporte financeiro dos patrocinadores, que me permite ter sempre um equipamento de 1a e fazer treinos extras. Juntando isso tudo, acho que já temos boa parte do caminho andado.

Além de duas corridas no final de semana, os paranaenses de Londrina e região poderão acelerar seus carros no Autódromo Internacional Ayrton Senna com a realização do primeiro Oktane TrackDay na cidade. Para maiores informações acesse: http://trackday.oktaneclub.com

Confira informações sobre o carro do Campeonato Brasileiro de Spyder Race:

Chassi: Tubular, seguindo normas de segurança da FIA com carenagem de fibra de vidro
Motor: VW AP 2.0 – 200cv
Câmbio: VW 5 marchas em H
Amortecedores: 2 vias Koni/Sacks/JRZ e Blisten
Injeção eletrÁ´nica: HIS Pro PW6
Pneus: Pirelli aro 13
Peso (com piloto): 720kg

Confira a programação para o final de semana em Londrina:

QUINTA-FEIRA – 01/12

09h00 – 18h00 – Inscrições
10h00 – 11h00 – Sorteio de coletores
11h00 – 12h00 – Briefing com chefes de equipe

SEXTA-FEIRA – 02/12

08h00 – 08h40 – Treino Livre – Fórmula
09h00 – 09h40 – 1º Treino Livre – Camp. Brasileiro de Spyder Race – 7ª etapa (traçado curto)
10h00 – 10h40 – Treino Livre – Turismo
11h00 – 11h40 – 2º Treino Livre – Camp. Brasileiro de Spyder Race – 7ª etapa (traçado curto)
13h00 – 13h40 – Treino Livre – Fórmula
14h00 – 14h40 – 3º Treino Livre – Camp. Brasileiro de Spyder Race – 8ª etapa (traçado longo)
15h00 – 15h40 – Treino Livre – Turismo
16h00 – 16h40 – 4º Treino Livre – Camp. Brasileiro de Spyder Race – 8ª etapa (traçado longo)

SÁBADO – 03/12

08h00 – 08h50 – Treino Livre – Turismo
09h00 – 09h50 – Treino Livre – Fórmula
10h00 – 10h15 – Classificação – Spyder Race (7ª etapa – traçado curto)
10h20 – 10h35 – Classificação – Spyder Race Light (7ª etapa – traçado curto)
10h40 – Briefing com pilotos – 7ª e 8ª etapa
11h30 – 12h50 – Vistoria técnica e abastecimento
11h30 – 12h30 – Ação Promocional – Campeonato Brasileiro de Spyder Race
12h55 – Abertura de box – 7ª etapa – Campeonato Brasileiro de Spyder Race
13h05 – Fechamento de box
13h10 – Hino Nacional
13h20 – Largada (7ª etapa – traçado curto)
14h15 – Pódio
14h30 – 18h00 – Ação Promocional – Campeonato Brasileiro de Spyder Race

DOMINGO – 04/12

08h00 – InÁ­cio das vistorias obrigatórias – Trackday OTD
08h20 – 08h35 – Classificação – Spyder Race (8ª etapa – traçado longo)
08h30 – Briefing – Trackday OTD
08h40 – 08h55 – Classificação – Spyder Race Light (8ª etapa – traçado longo)
09h00 – 11h30 – Abertura de pista – Trackday OTD
09h30 – 11h00 – Vistoria técnica e abastecimento
11h35 – Abertura de box – 8ª etapa – Campeonato Brasileiro de Spyder Race
11h45 – Fechamento de box
11h50 – Hino Nacional
12h00 – Largada (8ª etapa – traçado longo)
12h50 – Pódio
13h00 – Abertura – Trackday OTD
18h00 – Encerramento – Trackday OTD