Stock: Chefe da Medley pede nova data para etapa gaúcha

Andreas Mattheis alerta para problemas com clima no fim do ano.

Preocupado com a sequência de incidentes climáticos com potencial de tragédia que vem perseguindo a Stock Car no Rio Grande do Sul, o diretor-técnico da Equipe Medley, Andreas Mattheis, acredita que já está na hora de a categoria discutir o remanejamento da etapa gaúcha da segunda para a primeira metade do calendário. “Nos últimos anos, este foi o terceiro problema sério no estado. Se a ventania e a tempestade de ontem tivessem ocorrido domingo durante a corrida, ninguém sabe o que poderia ter acontecido. Se há um problema com o clima nesta época do ano, devemos antecipar a data da prova”, justificou Mattheis.

A passagem de um ciclone por áreas do Rio Grande do Sul nesta quinta-feira danificou casas, provocou inundações, deixou mais de sete mil pessoas desabrigadas e também levou prejuÁ­zos Á  Stock Car. Montadas acima dos boxes, as tendas dos espaços Vips saÁ­ram voando. Os vidros da sala de direção de prova explodiram, um poste de iluminação caiu e um funcionário de uma equipe ficou ferido sem gravidade. Mattheis estava ao lado da área que abrigava os carros da Stock Car Junior quando a estrutura foi ao chão. “Felizmente, consegui escapar rapidamente quando percebi o aumento da intensidade do vento. Mas o susto foi grande”, comentou Mattheis.

Nos últimos anos, fenÁ´menos climáticos vêm complicando a vida da Stock Car no Rio Grande do Sul. Já causaram o cancelamento de treinos em Tarumã, em função de chuvas torrenciais que inviabilizaram a utilização de uma pista de alta velocidade com precário sistema de drenagem e segurança complicada pela falta de áreas de escape adequadas. Em 2006, o goiano Rubens Fontes venceu pela única vez na categoria ao final de uma corrida com apenas sete voltas com bandeira verde. Inconformado com o desfecho, parte do público reagiu arremessando até cadeiras para dentro da pista.

No mesmo campeonato, ventania semelhante em Santa Cruz do Sul, no interior do estado, gerou idênticos problemas e preocupação verificados nesta semana em Tarumã. A Stock Car está se despedindo do velho traçado de 3.016 metros, inaugurado em 1970. A estrutura do autódromo, no entanto, permanece tão arcaica quanto na época de seu nascimento. Cães na pista, como verificado nos ensaios de hoje, são outro complicador crÁ´nico do local. No calendário de 2010, recentemente divulgado pelos organizadores, Tarumã dará lugar ao Velopark, igualmente localizado nas franjas da capital gaúcha. “Mudar apenas o local não adianta, porque o Velopark nem fica distante daqui. A questão é a data”, reforçou Mattheis.

Nesta sexta-feira, enquanto os promotores corriam para recuperar os estragos e os carros entravam no circuito para os primeiros treinos livres, o tempo permaneceu encoberto a maior parte do tempo e a chuva voltou a cair no inÁ­cio da tarde. A Equipe Medley trabalha com a possibilidade de novas e mais severas precipitações ao longo do fim de semana. Mattheis, no entanto, torce para que as previsões da meteorologia não se confirmem mais uma vez. “A expectativa era de chuva nas provas em Curitiba e em BrasÁ­lia, e ela não veio. Tomara que falte novamente.”

As tomadas classificatórias serão realizadas neste sábado a partir das 11h40. As posições do grid ganharam importância ainda maior Á s vésperas da penúltima etapa da temporada – 11ª do ano e 3ª dos playoffs. Caso saia na pole e Ricardo MaurÁ­cio e Thiago Camilo não larguem entre os três primeiros, o lÁ­der Cacá Bueno ampliará de 24 para 27 pontos a vantagem sobre os mais diretos rivais e na prova precisará aumentar essa margem em apenas mais dois para conquistar por antecipação o seu terceiro tÁ­tulo na Stock Car.