Stock: Corrida do Milhão pode repetir “fenÁ´meno Valdeno”

Pilotos que nunca venceram sonham reeditar façanha do paraibano neste domingo

Dois anos depois da prova pioneira, a Corrida do Milhão que a Stock Car realizará neste domingo em Interlagos pouco tem a ver com a edição original, realizada no Rio de Janeiro e vencida pelo paraibano Valdeno Brito. Se a denominação foi mantida, os organizadores trocaram o dólar pelo real, os novos motores ganharam a atualização da injeção eletrÁ´nica, o formato desportivo foi modificado e o equilÁ­brio entre as equipes é muito maior do que na temporada em que os pilotos da Medley ganharam oito das 12 etapas, quebrando todos os recordes de pontos na história da categoria. De qualquer forma, conservou o charme e o apelo de oferecer a maior premiação individual do automobilismo nacional.

A largada da corrida será Á s 11 horas, com transmissão ao vivo pela TV Globo. Em termos práticos, a mudança da moeda significa uma redução de 750 mil reais na bolsa que será paga Á quele que primeiro completar as 36 voltas ou 65 minutos da 7ª etapa da temporada – penúltima da fase seletiva aos playoffs. Então na Equipe Medley, o “Expresso da ParaÁ­ba” faturou R$ 1,75 milhão no final de agosto de 2008. Por causa da crise financeira global, a ideia de uma corrida milionária voltou para a gaveta no ano passado e retornou agora graças ao apoio da Goodyear, que integralizará a bolada.

É, de qualquer forma, um montante capaz de virar a cabeça da maioria dos pilotos e deixar os engenheiros Á s voltas com complicados cálculos de consumo de combustÁ­vel e pneus. Os organizadores chegaram a informar que os carros deveriam partir obrigatoriamente com 70 litros de etanol, mas a decisão ainda corria o risco de ser reformada depois dos treinos da sexta-feira. “Ainda não sabemos se as duas garrafas de 30 litros serão suficientes ou se será necessário colocar um pouco mais na segunda parada”, explicou Thiago Meneghell, engenheiro de Xandinho Negrão na Equipe Medley. Além disso, serão obrigatórias duas paradas nos boxes – para reabastecimento e troca de quatro pneus, não necessariamente no mesmo pit stop. “A troca de pneus é rápida. O que levará mais tempo é mesmo o reabastecimento”, completou Meneghell.

A praxe indica que o vencedor deverá dividir o montante com a equipe. Se ainda assim é uma quantia tentadora, nem todos os pilotos estão seduzidos apenas pela chance de engordar a conta bancária. “Claro que será legal ganhar essa grana toda, mas isso não é o mais importante. Para mim, o objetivo é chegar aos playoffs. Por isso, não pretendo fazer uma corrida agressiva buscando a vitória a qualquer preço. Vou ficar satisfeito se sair de Interlagos com o maior número de pontos possÁ­vel e o mais perto que der dos 10 primeiros do campeonato”, afirmou Xandinho, que ocupa a 19ª posição com 15 pontos, contra 28 de Thiago Camilo (Vogel/Ipiranga), o 10º colocado.

Em 2008, os carros da organização comandada pelo diretor-técnico Andreas Mattheis entraram na pista de Jacarepaguá com o favoritismo anunciado pelo domÁ­nio estabelecido desde a abertura do calendário. Desta vez, o panorama é outro e repete o salutar equilÁ­brio de 2009, quando 10 pilotos subiram ao degrau mais alto do pódio em 12 corridas. Todas as seis deste ano tiveram vencedores diferentes. Mas a chance da repetição do “fenÁ´meno Valdeno”, que venceu pela primeira vez na Stock Car justamente na Corrida do milhão, não pode ser desprezada. Entre os 17 dos 34 inscritos na prova que ainda lutam por uma vitória inédita estão o próprio Xandinho, já com a experiência de um ano e meio na Stock Car e apoiado pela fortÁ­ssima estrutura da Equipe Medley. Xandinho foi o melhor entre os “sem vitória” e terminou a sexta-feira na 7ª colocação. Outros candidatos a reeditar a façanha do único nordestino do grid são Popó Bueno, companheiro de equipe de Xandinho, e Antonio Pizzonia e Ricardo Zonta, com passagem pela Fórmula 1.