Stock: Pane seca na última volta deixa Xandinho Negrão fora da zona de pontos

O tricampeão voltou. De ponta a ponta, sem dar chance aos adversários, Cacá Bueno (Red Bull) venceu o GP da Bahia e acabou com a má fase que o perseguia desde o inÁ­cio do campeonato. Cacá foi o sexto ganhador diferente em uma temporada que promete reeditar o equilÁ­brio de 2009, quando 10 pilotos subiram ao degrau mais alto do pódio em 12 etapas. Thiago Camilo (Vogel) e Duda Pamplona (Officer) completaram os três primeiros.

Com grande público nas arquibancadas do Centro Administrativo da Bahia, a corrida começou sob regime de bandeira amarela, com pista úmida em vários pontos e ameaça de chuva, o que levou as equipes a esperarem até o último momento para definir a escolha dos pneus. Todos, no entanto, preferiram acreditar que o tempo firmaria e largaram com os slick de pista seca. Depois que o safety saiu ao final da segunda volta, Cacá saltou Á  frente e deixou atrás de si apenas a luta pelo segundo lugar. Quarto no grid, Camilo conseguiu duas ultrapassagens e garantiu a segunda posição. Alguns acidentes, como o que provocou o abandono do lÁ­der Átila Abreu e um pouco mais forte envolvendo Ricardo Zonta, contribuÁ­ram para agitar os torcedores.

Cacá manteve o domÁ­nio estabelecido no ano passado, quando venceu a primeira prova da história da Stock Car na Região Nordeste. E festejou como de hábito, subindo ao carro depois da bandeirada para a comemoração de um resultado que não saboreava desde a passagem anterior pela capital baiana. “A prova começou na sexta-feira. A equipe fez um belo trabalho, porque fizemos muitas experiências no acerto e o carro ficou perfeito. Sábado, até tirei o pé no último treino para não correr risco na tomada classificatória. A corrida foi muito dura até a janela do reabastecimento. Veio uma garoa rápida e passei reto numa curva, mas a sorte é que o Duda também passou. Foram três ou quatro voltas complicadas, sem saber que decisão tomar na parada para nos boxes – se apenas reabasteceria, se trocaria os pneus… A parada foi perfeita, me deu uma grande vantagem e depois passei apenas a administrar. Tomara que essa vitória nos dê a chance de voltar a lutar pelo tÁ­tulo”, comentou.

O contraponto Á  alegria de Cacá na organização comandada por Andreas Mattheis foi o desapontamento com a pane seca que deixou Xandinho Negrão (Medley) parado na pista na última volta. Ele havia saÁ­do apenas em 20º, adotou uma estratégia inteligente de retardar ao máximo o reabastecimento obrigatório e caminhava para um excelente 9º lugar, com direito a uma ultrapassagem brilhante sobre Daniel Serra, quando a batida de Zonta causou a entrada do safety. Com duas voltas a mais que o previsto, Xandinho acabou ficando sem combustÁ­vel. “É inacreditável”, dizia, desconsolado e em meio aos cumprimentos dos mecânicos pela excelente prova. “Por duas voltas, a presença do saferty car me ajudaria”, lamentou. Com o clima incerto, Xandinho pensou em largar com pneus de chuva, já que a posição de largada permitiria um plano de corrida mais arriscado. “Em cima da hora apostei nos lisos e deu certo”, concluiu.