Stock: Para Tarso, Pedro e Pizzonia, chegou a hora da reação

Três dos principais nomes da categoria precisam de bons resultados para terem chances no play off.

Vencer em Campo Grande, até hoje, sempre foi um prêmio reservado a quem larga na primeira fila do grid. A única exceção foi em 2002, quando Beto Giorgi largou em terceiro e venceu, mas apenas porque estava em segundo quando o motor do lÁ­der Ingo Hoffmann quebrou. Desde então, só venceu quem largou na primeira fila: David Muffato em 2003, que foi o segundo no grid; Cacá Bueno em 2004 e 2006, ambas saindo na pole position; e Tarso Marques no ano passado, também largando em primeiro.

Esta dificuldade, porém, não se deve Á  falta de pontos de ultrapassagem. Tarso Marques, por exemplo, aponta Londrina, Santa Cruz do Sul e Tarumã como circuitos em que ganhar posições é muito mais difÁ­cil. “Claro que largar na frente é meio caminho andado, mas não garante a vitória. Em Campo Grande, o essencial é se manter atento para a areia que o vento traz para o asfalto. Se ela pegar alguém desprevenido, é erro na certa. Lá, o segredo é se manter bem concentrado o tempo todo. Os erros são inevitáveis quando se coloca os pneus na parte suja do asfalto”, avisa o piloto do Peugeot 39.

Esta caracterÁ­stica deixa prever uma luta ainda mais intensa do que o normal nas três fases da prova de classificação – mas o trabalho já começou para os mecânicos e engenheiros. Um problema qualquer durante as duas sessões de treino livre da quinta-feira pode significar um atraso irrecuperável no trabalho de adaptação dos carros Á s caracterÁ­sticas da pista. “Em Campo Grande, o que define são bons freios e boa tração, qualidades que meu carro tem de sobra”, anima-se Pedro Gomes, que corre com o Peugeot 43 e precisa aumentar suas chances de ingressar entre os 10 pilotos que vão disputar o tÁ­tulo de campeão brasileiro nas quatro últimas rodadas.

No ano em que foi introduzido o play off, 2006, o último a entrar entre os 10 somou 45 pontos; no ano passado, 43. Pedro Gomes tem, depois de quatro rodadas, apenas cinco. Ainda restam quatro etapas para se definir quem vai disputar o tÁ­tulo, mas ele sabe que a reação tem de começar nesta etapa. Mas nomes de peso, como o próprio Tarso Marques, com seis pontos, também estão em situação difÁ­cil e precisam reagir rapidamente.

Este é o caso também de AntÁ´nio Pizzonia, que até agora somou apenas um ponto. Dono de um currÁ­culo que inclui a Fórmula 1 e todas outras categorias de elite do automobilismo, Pizzonia tem vivido na Stock Car uma experiência inédita: a pancadaria que assola quem larga na metade de trás do grid. A tampa do motor de seu Peugeot carrega a inscrição “Save the Amazon”, sua ajuda Á  preservação da floresta brasileira – mas podia também ser uma alusão Á  verdadeira selva que é a vida de quem corre do segundo pelotão.

Na etapa de Santa Cruz, por exemplo, Pizzonia largou em 24 e já era o 18º no final da primeira volta, mas duas voltas mais tarde teve de abandonar a prova com a suspensão do Peugeot número 70 quebrada pela batida sofrida durante um duelo por posições. Quem larga na frente está livre dessa “vida selvagem”, mas só tem lugar para dois carros na primeira fila. E nada menos de 34 pilotos vão fazer de tudo para ocupá-los.