Duas semanas depois da batida que matou o piloto Gustavo Sondermann, da Copa Montana, o autódromo de Interlagos foi palco de um novo grave acidente ontem.
Na disputa da terceira etapa da Stock Paulista, na primeira volta da corrida, o piloto Paulo Kunze, com o Á”mega número 9, bateu em outro carro na reta oposta, decolou, passou por cima do guard rail e parou fora da pista. Kunze disputava a primeira prova da temporada.
De acordo com informações da organização, Kunze encaminhado com traumatismo craniano para o Hospital Alvorada. Seu quadro era estável na noite de ontem.
Apenas neste ano, o autódromo, que abriga o GP Brasil de F-1, já testemunhou dois acidentes com mortes.
No último dia 3, o piloto Gustavo Sondermann, da Copa Montana, categoria de acesso Á Stock Car, protagonizou acidente na Curva do Café e teve morte encefálica confirmada no dia seguinte.
A curva, uma das mais velozes de Interlagos, foi o mesmo local que vitimou Rafael Sperafico, também na categoria de acesso Á Stock Car, em dezembro de 2007.
Antes da morte de Sondermann, em 24 de fevereiro, o fotógrafo João Lisboa morreu também na Curva do Café.
Gerente-gestor do autódromo de Interlagos, Octavio Guazzelli, afirmou que não estava no local ontem e não tinha ainda todas as informações sobre o acidente.
“Sem uma análise completa do acidente, é leviano apontar a pista como a principal, a deflagrante ou a responsável pelo acidente”, afirmou Guazzelli.
Ele afirmou que a administração do autódromo não pode simplesmente fazer alterações na pista sem a anuência das entidades promotoras de eventos locais no caso a Fasp (Federação de Automobilismo de São Paulo), nacionais e internacionais.
Após o acidente com Sondermann, representantes da CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo), da Fasp, do autódromo e da Prefeitura de São Paulo definiram detalhes para a obra de uma área de escape da Curva do Café e que prevê a retirada de aproximadamente seis lances da arquibancada.
O projeto da reforma após finalizado será entregue para avaliação da CBA, que posteriormente o encaminhará Á FIA (Federação Internacional de Automobilismo).
Segundo Guazzelli, Interlagos tem taxa de ocupação diurna de cerca de 98% e acidentes graves quando acontecem são estatisticamente quase irrelevantes.
“Os acidentes são coisas que acontecem, mas diante disso mudar as caracterÁsticas de uma pista tem um passo muito grande”, disse ele.
Após relatório fundamentado com o pedido de intervenção, é preciso verificar o custo da alteração, o tempo e a mão de obra disponÁveis, enumerou o dirigente.
João Ometto Neto, representante dos pilotos da categoria, disse que deve haver reunião na federação para analisar o acidente. “Automobilismo é um esporte de risco. Ainda não sabemos o que realmente aconteceu. Vamos ver se há imagens.”
Fonte: Jornal Floripa
foto: site da Stock Paulista