Stock: Popularização da Stock Car leva torcida a criar fãs-clubes

Com maior divulgação da categoria, pilotos que só fizeram carreira na Stock, como Thiago Marques, despertam interesse do público.

A popularização da Stock Car no Brasil, que é medida pelo aumento da audiência das corridas na TV Globo (neste ano, serão oito provas ao vivo na emissora) também é atestada em outros números além dos quadros de retorno de mÁ­dia.

Antigo sonho da categoria em cair no “gosto do povo”, um caminho inevitável para atingir um público nacional de respeito, como a Nascar nos EUA, a Stock Car começa a ver a proliferação de seus fãs-clubes.

Com maior espaço na TV e mais pilotos vindo da F-1, como Luciano Burti, Christian Fittipaldi, Tarso Marques e Enrique Bernoldi, para ficar entre os nomes mais recentes, deve aumentar ainda mais o número de torcedores de cada piloto.

Mas o currÁ­culo no exterior não é obrigatório para os esportistas que despertam o fanatismo de seus seguidores. Exemplo disso é Thiago Marques, que fará em 2007 sua sexta temporada completa na categoria -o piloto deve anunciar ainda neste mês seus patrocinadores.

Ao contrário do irmão, Tarso, que fez o caminho tradicional do kart, passando pelas fórmulas nacionais e internacionais para chegar na F-1, Thiago começou tarde: apenas com 21 anos fez sua primeira temporada como profissional e, logo em 2001, foi campeão na Stock Car Light com a Action Power.

No ano seguinte, migrou para a V8 e, após dois anos na categoria, Thiago já inspirou um fã-clube na categoria. “Estava em Tarumã e vi umas faixas na arquibancada de apoio. Achei a atitude muito bacana, até porque a corrida marcava a volta da Stock ao circuito. Só não imaginava que era um fã-clube para mim. Fui pego de surpresa”, confessa Marques.

A “Torcida Organizada Thiago Marques” teve inÁ­cio em meados de janeiro de 2004, segundo explica o fundador Luiz Fernando da Silva. “TÁ­nhamos interesse na criação de uma torcida organizada e vimos com atenção a precoce e promissora carreira de Thiago”, diz Silva. “Fomos a Tarumã e entramos em contato com o Thiago, que nos deu autorização formal para a criação da torcida organizada”, conta o gaúcho, que mantém um site para a torcida, predominantemente do Rio Grande do Sul -um fato curioso, já que Marques é paranaense.

Para esta temporada, mais um fã-clube para Thiago Marques será aberto no próximo mês, desta vez em São Paulo, organizado por Carolina Marques. A torcedora não tem parentesco com Thiago, mas cujo sobrenome em comum ajuda a explicar o interesse inicial pelo piloto, como conta em uma das comunidades do Orkut sobre o piloto -a Internet também ajuda este movimento de popularização. Só Thiago possui três, uma delas mantida por Carolina, que acompanha a carreira do paranaense desde 2001.

Ainda que o número de fãs da categoria esteja crescendo em bom ritmo, o status ainda é longe de atingir o nÁ­vel observado no exterior. No caso de Luciano Burti, por exemplo, o maior Á­ndice de solicitações de autógrafos é de paÁ­ses de fora. “Recebo muito mais pedidos vindos de fora do Brasil. No exterior este ritual de ser um fã de automobilismo é mais cultural, mesmo em paÁ­ses sem muita tradição, como PolÁ´nia, República Tcheca e até China, de onde recebo muitos pedidos”, diz Burti.

O piloto avalia que a popularização de fãs-clubes é interessante para a categoria. “Isso é importante não para este ou aquele piloto. É fundamental para a Stock Car em si, porque mostra que as corridas estão sendo capazes de mexer com as emoções dos torcedores”, diz o piloto, que esteve nas equipes Jaguar, Prost e Ferrari na F-1.