Stock: Quebras imprevisÁ­veis perseguem Gresse em seu ano de estréia

Promovido para a Stock Car V8 depois de se sagrar campeão da Stock Light em 2007, Norberto Gresse vem mostrando, entre os grandes nomes do automobilismo nacional, o talento que dele já se esperava. Mas nem tudo tem sido tão previsÁ­vel: além da capacidade de competir em pé de igualdade com adversários consagrados, este paulista de 24 anos vem encontrando uma dificuldade pouco comum: por duas vezes, o radiador de seu Peugeot 307 foi perfurado por destroços deixados na pista por outros carros.

“A primeira corrida foi em Interlagos, a minha estréia”, lembra Gresse. “Os treinos tinham sido difÁ­ceis e eu estava meio tenso. Mas veio a largada e, quando eu começava a me sentir bem, um pedaço da suspensão do Thiago Marques se cravou no meu radiador e o motor quebrou. A segunda foi neste domingo, em Curitiba. Larguei em 10º, o que já foi bom demais, e vinha lutando com o NonÁ´ Figueiredo quando uma peça de outro carro furou o meu radiador. Resultado: mais uma vez tive de abandonar uma corrida, e desta vez podia ter marcado meus primeiros pontos”.

Além destas “punhaladas”, Gresse foi alijado da segunda etapa,.em BrasÁ­lia, ao rodar no óleo deixado por um carro que teve o motor quebrado. Mesmo assim, ele recebe elogios de Jorge Freitas, o diretor técnico de sua equipe, a Nova RR. “Observei a evolução do Betinho na Stock Light e, quando surgiu a oportunidade, o trouxe para trabalhar comigo”, comentou Freitas, também proprietário de outra escuderia da Stock Car V8, a JF Racing.

Reconhecido como descobridor e desenvolvedor de talentos, Freitas tem entre suas crias o ex-piloto de F-1 e da F-Indy Cristiano da Matta. Agora, aposta alto em Gresse. “Bastaram três corridas para ele mostrar serviço. Largar em 10º no circuito externo de Curitiba, onde se luta por centésimos de segundo, exige qualidade”, analisa o experiente chefe de equipe. “Ele vai evoluir muito neste primeiro ano, mas para poder pensar em vencer precisa perder essa mania de sair catando pedaços de carro nas corridas”, brinca Freitas.

O engenheiro Wilton Lellis, que exibe em seu currÁ­culo a experiência de quatro anos no automobilismo inglês, trabalhando com o consagrado chefe de equipe de F-3 Alan Docking, também vê grande potencial em Gresse. O primeiro contato entre eles foi em BrasÁ­lia, outro circuito de altÁ­ssima velocidade. “Ele progrediu em todas as vezes que entrou na pista. Na corrida, ganhou posições até rodar no óleo. Potencial ele tem, só precisa de mais sorte”.