Stock: Serrinha é 10º e Hoover 37º em dia cheio de complicações para a Red Bull Racing

Aos argentinos lhes agrada o drama, ou não fosse o tango a música nacional, e dramático foi para a Red Bull Racing o treino de classificação para a nona etapa da Copa Nextel Stock Car no Autódromo Oscar Galvez em Buenos Aires nesse sábado.

O melodrama teve inÁ­cio no treino extra pela manhã: vindo em velocidade na Curva 1, Hoover encontrou o carro de Mateus Greipel devagar-quase-parando bem no meio do traçado. O sul-mato-grossense conseguiu evitar o carro de Greipel, mas a correção jogou o Volkswagen Bora #12 na parte suja da pista e dali para a grama molhada, em alta velocidade, foi um pulo. Hoover só parou mesmo no guard-rail, em um forte choque frontal.

Quem viu o Bora #12 chegar em frangalhos aos boxes da Red Bull Racing imaginou que Hoover não participaria do treino de classificação, que teria inÁ­cio em cerca de 90 minutos. O trabalho frenético dos mecânicos colocou o carro na pista a tempo, mas a sorte que esteve ao lado de Hoover na vitória em BrasÁ­lia parece ter ficado perdida em algum ponto do Planalto Central: após a batida, a equipe de resgate local erroneamente empurrou o carro de Hoover com o câmbio engrenado, danificando a caixa.

O resultado na classificação foi outra saÁ­da de pista, que dessa vez, felizmente, concluiu-se sobre a grama. Por azar, o Bora #12 acabou atolado, forçando a interrupção do treino e conseqüente proibição do retorno de Hoover (pelas regras da Stock Car, pilotos que causam bandeiras vermelhas são punidos dessa forma).

“Quando saÁ­ para a pista na classificação, o câmbio simplesmente não reduzia as marchas,” lamentou o piloto de 28 anos, que teve de amargar o 37º posto no grid. “Pouco antes da rodar, já havia quase escapado. Foi um dia muito difÁ­cil, talvez meu pior dia na Stock Car até hoje. Agradeço Á  equipe por ter trabalhado duro para reconstruir o carro; cheguei a achar que nem poderia classificar. Agora precisamos fazer uma boa revisão e nos certificar que realmente foi só o câmbio que foi afetado, e, amanhã, espero chegar ao final em boas condições e talvez beliscar uns pontos – deve ser uma corrida com muitos acidentes”.

A história de Serrinha nesse sábado foi um pouco menos dura, porém sem deixar de ter seus toques dramáticos. A poucos minutos do final do treino classificatório o paulistano ainda estava fora dos 10 que disputariam a “Super Classificação”, e uma bandeira vermelha no final do treino deu a Serrinha tempo suficiente para uma única oportunidade de entrar entre os top-10. Oportunidade que ele aproveitou, colocando o VW Bora #29 no nono posto.

Na volta de retorno aos boxes, porém, uma súbita desaceleração de Ruben Fontes causou uma reação em cadeia, e Serrinha acabou tocando a traseira do carro de Renato Jader. O toque pareceu leve, mas talvez tenha sido o suficiente para comprometer o acerto do Bora do estreante, que sequer conseguiu completar uma volta genuinamente rápida e largará no décimo posto.

“Não toquei o Jader com força, mas o fato é que meu carro tornou-se ‘inguiável’ na Super Classificação”, relatou Serrinha. “Talvez tenha sido o toque, talvez a quebra de alguma outra coisa, mas o carro saÁ­a totalmente de frente nas curvas de alta e a traseira ia embora assim que eu acelerava nas saÁ­das de curva. Mesmo assim, ter conseguido um lugar entre os 10 é importante, e amanhã temos boas possibilidades de conseguir pontuar bem”.

Após a sorte quase inacreditável em BrasÁ­lia há duas semanas, o chefe de equipe Amir Nasr foi filosófico sobre o dia difÁ­cil da Red Bull Racing na capital argentina: “Prefiro não acreditar em sorte”, disse. “Com a chuva de ontem e a sujeira na pista hoje, esse foi um final de semana de condições anormais até aqui. Nessas circunstâncias, qualquer errinho vira um grande problema, já que o carro sai escorregando na grama molhada e não pára mais. Apesar disso, o desempenho do Daniel antes da Super Classificação mostrou que temos carro para estar na briga dos ponteiros, e o Hoover, chegando ao fim amanhã, pode entrar na zona de pontuação. Play-off é isso: é preciso arriscar, mas ao mesmo tempo possÁ­veis erros custam bem mais caro”.

A pole para o GP de Buenos Aires ficou com Rodrigo Sperafico. A Rede Globo transmite a prova a partir das 11h da manhã desse domingo.