Truck: Giaffone vence a segunda consecutiva

Sob uma temperatura de quase 40 graus, Felipe Giaffone venceu a quarta etapa da Fórmula Truck, neste domingo, em Fortaleza. O piloto da Volkswagen largou da segunda posição, atrás de Leandro Totti (Ford), e cruzou a linha de chegada Á  frente de Wellington Cirino (Mercedes-Benz), Roberval Andrade (Scania), Diumar Bueno (Volvo) e Pedro Muffato (Scania). Foi a corrida mais tumultuada da temporada, em que 16 dos 25 caminhões não completaram a prova.

O fim de semana começou tenso. Entre todos os caminões, dez foram desclassificados no treino de sábado após avaliação do teste de fumaça. Por isso, o grid inicial sofreu várias alterações.

A corrida começou tranqüila, sem acidentes nas primeiras voltas, como era temido. Leandro Totti largou bem e conseguiu defender a primeira colocação apesar dos ataques  constantes de Giaffone. Dentro da pista, a temperatura chegava a 50 graus.

O primeiro a sair da corrida foi Valmir Benavides, o Hisgué. O piloto da Volkswagen havia conquistado uma boa posição no grid e havia largado na sexta posição. Na seqüência, quem abandonou foi Adalberto Jardim (Scania).

Totti continuava lÁ­der, mas queimou o radar e teve de pagar a penalização (de passar pelos boxes na velocidade de 50 quilÁ´metros por hora). Decidiu cumprir na 37ª volta e perdeu a liderança para Felipe. Ao sair dos boxes, Totti abandonou a corrida. Ernersto PÁ­varo Neto, o Gardenal, chefe da equipe Londrina Truck Racing, lamentou: “Desde o começo da prova o Leandro estava com barulho no caminhão. Infelizmente não dava para continuar, ele estava fazendo uma belÁ­ssima prova.”

Totti avaliou: “Deu um problema na bomba injetora. O motor estava apagando e não dava para continuar. Com ou sem penalização, teria dado na mesma. São coisas de corrida.”

No fim da prova, o clima começou a esquentar. A torcida cearense viu um acidente acontecer após o outro e apenas nove pilotos terminaram a corrida.

Felipe saiu satisfeito com o trabalho da equipe. Como fez em São Paulo, subiu no caminhão após cruzar a linha de chegada. “Parti para o ataque dentro dos limites. Estava esperando uma oportunidade para ultrapassar o Totti, que fez um bom trabalho. Eu sei muito bem como é ter um cara pressionando atrás o tempo todo. Depois ele queimou o radar e quebrou…”, disse Felipe, que agora tem 64 pontos, apenas dois pontos do lÁ­der, Roberval.

O piloto da Scania, que fez uma belÁ­ssima prova de recuperação – largou em 17º após ser penalizado por fumaça sábado – e disse que a corrida de Fortaleza foi numa vitória. “Eu tinha uma pimenta a mais, que era largar lá de trás com o desafio de manter a liderança. Meu caminhão esteve muito bom hoje e a penalização de sábado mexeu muito comigo. Certamente é uma corrida que vou guardar”, afirmou.

Wellington Cirino, que teve o motor de seu Mercedes-Benz trocado, gostou do resultado: “O campeonato começa a partir dessa corrida. Esse segundo lugar me deu confiança e estou apenas a 18 pontos do lÁ­der. Só posso agradecer Á  minha equipe por ter mudado o projeto. Coloquei carga no novo motor e a partir de agora é evoluir o equipamento para a etapa de Caruaru (dia 12 de agosto).”

Diumar Bueno comemorou muito com sua equipe após conquistar o primeiro pódio da temporada. “Todo mundo sabia das dificuldades de potência na reta. Não é fácil competir com esses leões na pista. Vamos trabalhar para Caruaru, onde até a 12ª volta eu estava em terceiro quando a mangueira de água estourou”, declarou.

Quem mais sofreu com o calor foi Pedro Muffato, que havia vencido a prova de Fortaleza no ano passado. O piloto, que completou 65 anos nesse fim de semana, teve queda de pressão e precisou de auxÁ­lio médico depois da prova. “Eu estou a uma semana tentando me recuperar de uma virose. Estou tomando antibióticos e tive febre a semana toda. A minha idade pesou aqui em Fortaleza. Não é fácil segurar essa juventude. Acho que se somar a idade de todos não dá a minha”, brincou o veterano, que também fez uma ótima corrida ao largar em 22º. “Eu realmente não esperava chegar no pódio, até porque o caminhão não estava tão bom.”

Classificação da prova:

1º) Felipe Giaffone (SP), Volkswagen, 54 voltas em 1h00m52s320
2º) Wellington Cirino (PR), Mercedes-Benz, a 1s204
3º) Roberval Andrade (SP), Scania, a 34s425
4º) Diumar Bueno (PR), Volvo, a 38s889
5º) Pedro Muffato (PR), Scania, a 1m06s021
6º) João Maistro (PR), Volvo, a 1 volta
7º) Vinicius Ramires (SP), Mercedes-Benz, a 1 volta
8º) Luiz Carlos Zappellini (SC), a 1 volta
9º) Renato Martins (SP), Volkswagen, a 1 volta
10º) José Maria Reis (GO), Scania, 2 voltas
11º) André Carreira (SP), Volvo, a 2 voltas
12º) Jonatas Borlenghi (SP), Volkswagen, a 6 voltas
13º) Vignaldo Fizio (SP), Mercedes-Benz, a 9 voltas

Não completaram

Leandro Totti (PR), Ford, a 25 voltas
Fabiano Brito (PR), Volvo, a 26 voltas
Geraldo Piquet (DF), a 27 voltas
José Cangueiro (SP), Mercedes-Benz, a 20 voltas
Régis Boessio (RS), Ford, a 29 voltas
Fred Marinelli (SP), Iveco, a 33 voltas
Beto Monteiro (PE), Ford, a 35 voltas
Adalberto Jardim (SP), Scania, a 42 voltas
Valmir Hisgué Benevides (SP), Volkswagen, a 52 voltas

Classificação do campeonato após quatro etapas:

1º) Roberval Andrade (SP), com 66 pontos
2º) Felipe Giaffone (SP), 64
3º) Wellington Cirino (PR), 48
4º) Leandro Totti (PR), 36
5º) Beto Monteiro (PE), 33
6º) Renato Martins (SP), 32
7º) Geraldo Piquet (DF), 31
8º) Vignaldo Fizio (SP), 19
9º) Jonatas Borlenghi (SP), 15
10º) Diumar Bueno (PR), 12
11º) José Maria Reis (GO), 11
12º) João Maistro (PR), 10
13º) Fred Marinelli (SP), 8
       Pedro Muffato (PR), 8
15º) Vinicius Ramires (SP), 7
16º) José Cangueiro (SP), 4
17º) Débora Rodrigues (SP), 3
       Luiz Carlos Zappellini (SC), 3
19º) Djalma Fogaça (SP), 2
       Valmir Hisgué Benevides (SP), 2
21º) Beto Napolitano (SP), 1
       Fabiano Brito (PR), com 1 ponto

Campeonato de Marcas:

1º) Volkswagen, com 116 pontos
2º) Mercedes-Benz, 105
3º) Scania, 85
4º) Ford, 73
5º) Volvo, 23
6º) Iveco, com 8 pontos