Truck: Roberval pontua em etapa marcada por dificuldades

Roberval Andrade teve na segunda etapa da temporada de 2006 uma das participações mais complicadas de sua carreira no Campeonato Brasileiro de Fórmula Truck. Diante das inúmeras dificuldades que enfrentou nos preparativos para a corrida do último domingo (16) em Eusébio, cidade da região metropolitana de Fortaleza, o paulista, campeão em 2002 e vice em 2005, definiu seu oitavo lugar como um resultado “de bom tamanho”.

Andrade aponta a estratégia de competição como ponto fraco da equipe Roberval Motorsport durante a etapa cearense. “O desempenho do caminhão foi ótimo. Eu me considero em um bom momento, também. A equipe, sob o aspecto técnico, está excelente. Mas, estrategicamente, nós tivemos que aprender muito neste fim de semana, e pagamos um preço muito alto por isso”, analisa piloto, que caiu da vice-liderança para o quarto lugar no campeonato.

Segundo mais rápido nas duas sessões de treinos livres disputadas no sábado (15), Roberval também foi segundo na primeira fase da tomada de tempos classificatória. Na Superpole, etapa que devolve os cinco mais rápidos Á  pista para definição das cinco primeiras posições, superou todos os adversários e conquistou a pole-position. No entanto, nesta fase final, foi desclassificado pelos comissários desportivos em função do excesso de fumaça de seu caminhão.

“Foi uma falha da equipe não me avisar pelo rádio sobre o excesso de fumaça. Como já estávamos na Superpole, eu poderia ter desistido da minha volta e ficado com o quinto lugar no grid”, comentou, lembrando que não houve excesso de fumaça na fase em que todos os pilotos foram para a pista. Com a punição, ele caiu para o 18º lugar no grid. “Isso, por si só, já complicou muito a nossa situação, porque a pista de Fortaleza dificulta muito as ultrapassagens”.

Roberval enfrentou sua maior dificuldade momentos antes da corrida. A ameaça de chuva trouxe incertezas a todas as equipes sobre o tipo de pneus com que deveriam calçar os caminhões. “Foi um ponto em que nossa equipe falhou de novo. A decisão de correr com pneus para pista molhada foi tomada muito tarde. Com o tempo que seria necessário para trocar todos os pneus, eu teria que largar do box, atrás de todo mundo. Foi ficando difÁ­cil”, relembra.

A decisão tardia consumiu mais tempo do que se podia esperar e, além de largar do box, Roberval só foi para a pista quando os demais pilotos já haviam completado uma volta da corrida. “Desde que eu vim para a Fórmula Truck, nunca tive que negociar tantas ultrapassagens e trabalhar tanto para ganhar três pontos”, avalia. “Eu tive que ultrapassar todos os pilotos da pista para descontar a volta de desvantagem para, aÁ­ sim, começar a brigar por pontos”.

Foi na volta final, depois da última relargada, que Roberval assegurou seus três pontos. Ele estava em 12º quando a bandeira verde foi acionada e conquistou quatro posições para cruzar a linha de chegada em oitavo. “Eu tinha, possivelmente, o melhor caminhão em Fortaleza. Na pista, estávamos muito fortes, mas nos perdemos nas estratégias e acabou sendo uma corrida de sobrevivência. Para a próxima corrida, já vamos ter algumas mudanças no corpo técnico da equipe”, anuncia o piloto.

A terceira etapa da temporada da Fórmula Truck está marcada para 14 de maio, no autódromo paulista de Interlagos.