AMIKA: CompetÁªncia supera as adversidades na Aldeia da Serra

A segunda rodada do ano começou igual Á  primeira, ou seja, no Kartódromo Granja Viana com mais um grid de veteranos disputando o mais novo campeonato da entidade, o Clube AMIKA, para quem tem 3 anos ou mais de associação.

Como previsto as disputas na pista foram fantásticas, arrancando até mesmo comentários entusiasmados de pessoas que ocupavam as dependências do bar ou boxes. Foram 30 minutos de prova culminando em 35 voltas que apontaram Eduardo Figueiredo como o grande vencedor da prova seguido por Ricardo Rodrigues e Stênio Campos, ambos repetindo a ótima perfomance de março. O então lÁ­der do campeonato Miguel Cappuccio terminou na 12° colocação após trocar de kart e ainda foi punido em dois pontos por cobrir o logo da Associação com protetor de costelas perdendo a chance de descartar a etapa. Com o repeteco de pódio Stênio e Ricardo dividem agora a liderança do certame, ambos empatados com 51 pontos sendo cedo ainda para considerar os dois descartes de direito assim como é impossÁ­vel apontar um favorito em meio a tantos bons pilotos.


A boa manutenção dos karts, o clima de satisfação geral, os funcionários sempre bem dispostos e o ambiente de tranqüilidade que reinou na noite de sábado infelizmente não se repetiu no tumultuado dia seguinte durante a realização da segunda etapa da Copa AMIKA no Kartódromo Aldeia da Serra.


A confirmada ausência da equipe de pista, diretor de provas e mais dois auxiliares em serviços gerais da AMIKA somada ao fato do kartódromo ter tido uma avaliação muito ruim no kartÁ´metro do ano passado na parte de manutenção de karts, já preocupava os organizadores desde o mês passado. Para piorar os 7 a 10 karts novos prometidos para esta etapa não ficaram prontos a tempo e todas as 26 unidades disponibilizadas eram exatamente as mesmas que já haviam sido alvo de reclamações em 2005.


Durante as duas primeiras baterias tudo transcorreu bem apesar das constantes trocas de karts alardearem que os equipamentos não estavam em bom estado. A partir da terceira prova do dia os problema começaram a crescer. Com apenas 3 fiscais de pista sem rádio para se comunicar com o diretor de provas local, a fiscalização ficou seriamente comprometida e para piorar os funcionários resolveram sair para almoçar chegando ao ponto de haver um único fiscal e do organizador da AMIKA precisar ficar na ponta da reta principal sinalizando um acidente para quem vinha e o piloto que havia batido ter que ser auxiliado por um dos próprios espectadores pois não havia quem o tirasse do local.


Os erros de cronometragem também foram constantes e prejudicaram alguns pilotos. Entre sensores que caiam dos karts, números que desapareciam do placar e grids alinhados sem critério, a confusão foi se generalizando a tal ponto do próprio responsável pela torre precisar arrumar na caneta alguns dos resultados. Isso, é claro, criou confusão entre os pilotos que pleiteavam suas colocações finais de forma correta. Alguns nomes chegavam a aparecer duas vezes na folha de resultados.


Outra prática estranha do local fica por conta da troca de karts. Quem precisa trocar seu bólido perde a volta pois não troca o sensor. De acordo com os funcionários se isso ocorrer durante o qualify é possÁ­vel digitar o nome do piloto no novo número mas não parecia adiantar muito dada Á s confusões de alguns alinhamentos de grid.


Os karts em má conservação foram a tÁ´nica da insatisfação geral de mais de 200 pilotos que estiveram presentes no local. Alguns deles tiveram queimaduras de primeiro grau devidamente comprovadas e registradas em ocorrências de atendimento daJP SALVA dado ao vazamento de combustÁ­vel que saia dos tanques ou outros locais não identificados ainda. Motores que falhavam, bancos com os canos de proteção quebrados, karts sem freio e diversos outros problemas foram apontados pelos participantes e relatados por escrito ou verbalmente Á  administração da AMIKA.


Os acidentes também fizeram parte do dia exatamente como ocorre em todas as etapas de qualquer campeonato de velocidade. Isso é previsÁ­vel, faz parte do risco que os pilotos assumem ao competir neste esporte e não pode ser atribuÁ­da culpa ao kartódromo. Entretanto o que não pode se prever é que os karts não estejam projetados para absorver de forma adequada aos impactos, principalmente atingindo velocidades próximas a 70 km/h. As barras de ferro laterais protegem bem o equipamento mas não aliviam a força da batida no piloto, e foi isso que ocorreu em diversas ocasiões.


A competente equipe daJP SALVA foi acionada 3 vezes ao longo do dia além das ocorrências fora da pista ao serem procurados pelos pilotos que saiam machucados. O caso mais grave foi do piloto Raphael Sudam que precisou ser removido com o pé imobilizado após se chocar contra Gustavo Barros e mais dois pilotos. Felizmente não houve fratura e o piloto passa bem. Gustavo Barros teve 3 costelas machucadas e declarou que se o seu banco não estivesse torto e quebrado não teria sofrido as lesões precisando abandonar a prova para ser atendido.


Durante a prova feminina também houveram acidentes, até mesmo menos sérios dos que os registrados na Granja Viana mas incrivelmente com conseqüências bem piores. Rosemar Moreira e Lúcia Melo abandonaram a prova após mais uma intervenção da ambulância. Em ambos os casos com lesões nas pernas, região corporal aonde foram registradas as maiores queixas ao longo do dia justamente pelo fato dos impactos não serem absorvidos de forma adequada.


Quando todas as bruxas soltas pareciam ter sido recapturadas e a 12ª e penúltima bateria do dia chegava na sua metade um apagão nos refletores do kartódromo deixou os pilotos da pista com muito pouca luz natural já que o dia havia se encerrado. Em questão de minutos já não havia mais claridade suficiente para prosseguir a prova mas de forma absurda e surpreendente o diretor de provas não parou a corrida mesmo sob os pedidos da organização da AMIKA via rádio. Os pilotos foram obrigados a prosseguir sem a mÁ­nima condição de visibilidade. A bandeirada foi dada com a expressa ordem da organização de parar imediatamente a prova e o que não faltou, é claro, foram protestos e muita revolta dos pilotos e seus familiares diante de uma atitude totalmente sem nexo e irresponsável do diretor de provas.


Mesmo com toda essa situação o evento transcorreu bem graças Á  boa vontade de alguns funcionários do kartódromo e ao trabalho exemplar e elogiadÁ­ssimo por todos da equipe de boxes da AMIKA formada pelos Diretores Esportivos e demais voluntários que ficaram o tempo todo trabalhando incansavelmente e resolvendo os problemas da melhor forma possÁ­vel. Já aJP SALVA deu um show de competência e eficiência em todas as suas intervenções dentro e fora da pista e já receberam o carinhoso apelido de “anjos amiKos da guarda”.


Falando em resultados a bateria feminina como sempre é a grande vedete do dia. Todas as moças sendo paparicadas por maridos, namorados, pais e irmãos além de muito bom humor e muitas risadas no briefing e momentos que antecedem a prova. O certame feminino já está sendo apontado como o maior de São Paulo no kart indoor já que está com 18 pilotos inscritas e mais duas se associaram após a etapa da Aldeia da Serra além da estréia de Fernanda Pereira no último domingo.


As moças foram pra pista com um público vibrante e muito alegre que mostrou existir um espÁ­rito de alegria e muito entusiasmo em torno da nova categoria mesmo quando dois ou três torcedores não se comportam com a devida adequação ao ambiente familiar e de amizade que se formou.


Dentre as mulheres não há nenhum tipo de competição exarcebada ou acirrada demais como se vê nas categorias com predominância masculina. O que existe ainda é uma diferença de forças entre as que estão aprendendo, outras com experiência média e a que já domina a arte da pilotagem. A tendência natural é ao longo do tempo se criar um certame mais equilibrado com os frutos do aprendizado. A vitória da categoria ficou mais uma vez nas mãos de Mariana Christofoletti comprovando seu favoritismo ao tÁ­tulo.


Na Pesados a vitória ficou com José Andrade que literalmente deu um show de competência liderando a prova de forma limpa e sem erros. O mesmo José também mostrou seu valor ao cruzar a linha na segunda colocação da categoria Senior após largar na pole. A prova foi vencida por Roberto Caccuri que após a segunda colocação da etapa anterior assumiu a liderança do certame provando ser mais uma das gratas revelações do ano na AMIKA.


A disputada e interessante categoria Principal já tem um lÁ­der isolado e seu nome é Diogo Alves, o jovem piloto que acelerou em algumas baterias extras no ano passado e agora integra de vez o certame da AMIKA. Com pole, volta mais rápida e a segunda vitória consecutiva Diogo dá mais um passo importante rumo ao curso de Fórmula Alpie em Interlagos mesmo ainda sendo cedo demais para apontar favoritos.


O surpreendente Rogério Faim foi o dono da volta mais rápida do dia cravando 50.259s em sua melhor passagem. Os vencedores da categoria, seguindo a ordem das baterias, foram: César Augusto, Peterson Nakamura, Wellington Gutierrez, Bruno Chacon, MaurÁ­cio Pereira, Adriano Nawa, Sergio Tarraf, Diogo Souza, Marcelo Henriques e Igor Cirilo.


A próxima etapa estaria programada para o dia 21 de maio no Kart-in Jaguaré mas devido a desacordo comercial, a Administração da AMIKA remarcou para o dia 7 de maio no Kartódromo Granja Viana e a promessa é de mais um dia repleto de muita adrenalina, ótimas disputas e com certeza melhores condições de trabalho e qualidade de equipamentos.