Após uma corrida, pilotos chegam a um consenso: ficou realmente mais difÁ­cil ultrapassar na Fórmula 1 este ano

Quinta volta do Grande Prêmio da Austrália: Daniel Ricciardo ultrapassa Nico Hulkenberg na disputa pelo quinto lugar. Na 35ª, Valtteri Bottas, que já havia passado Lance Stroll e Esteban Ocon, supera Stoffel Vandoorne para ficar em oitavo. No mais, nenhuma ultrapassagem digna de grande nota em 58 voltas, e algumas tentativas frustradas, como a de Max Verstappen em Fernando Alonso e a inútil perseguição de Lewis Hamilton a Sebastian Vettel na briga pela vitória.

Depois da primeira corrida da temporada, os pilotos resolveram abrir o bico: ficou mais difÁ­cil ultrapassar em 2018, por causa da maior turbulência gerada pelos carros a quem vem atrás. Turbulência leia-se perda da pressão aerodinâmica e, consequentemente, aderência, e, dessa forma, se tornou mais complicado perseguir de perto outro competidor. Quem chiou mais foi Hamilton, com direito a uma declaração filosófica:

– Meu melhor amigo estava na beira de um penhasco e eu não consegui chegar até ele para salvar sua vida hoje. Foi dessa forma que foi difÁ­cil ultrapassar. Poderia ficar ali a vida toda, com todas as minhas habilidades, todas as minhas ferramentas, eu não consegui chegar perto o suficiente para estar na faixa de ataque. Estava pegando ele (Vettel) nas curvas, mas ele foi mais rápido nas retas. Talvez as próximas corridas sejam diferentes.

Companheiro de Hamilton, Bottas também reclamou bastante da dificuldade em perseguir – e mais ainda ultrapassar – os adversários.

“Você já sente alguma perda mesmo estando três segundos atrás. Quando você chega a um segundo ou alguns décimos (do carro Á  frente), simplesmente aumenta (a turbulência)” comentou Bottas, que, apesar de ter o carro mais rápido do grid, conseguiu evoluir de 15º no grid apenas para oitavo.

Quem soltou o verbo foi Max Verstappen, que, depois de rodar e perder posições, teve muitas dificuldades para se recuperar, e chegou mesmo a cortar uma curva depois de passar Fernando Alonso, tendo de devolver a quinta posição para não ser punido.

“Foi como em MÁ´naco. Mesmo sendo um segundo a um segundo e meio mais rápido, você ainda não consegue passar. Como fã eu teria desligado a TV. E até mudar alguma coisa, vai continuar dessa forma. Eles precisam mudar o circuito? Acho que eles deveriam pensar nos carros, porque no passado ultrapassar não era problema aqui”, comentou o holandês da RBR.

De fato, para este ano, uma terceira zona de acionamento da asa móvel foi adicionada ao circuito de Melbourne, na freada para a curva 12. Mesmo assim, as ultrapassagens foram muito difÁ­ceis no circuito australiano.

“Isso ajudou um pouco, mas a diferença foi muito pequena . Este ano está novamente mais difÁ­cil de acompanhar (o carro da frente), então talvez com a asa móvel a diferença seja mais ou menos zero” complementou Bottas.

A próxima etapa da temporada será disputada daqui a duas semanas, no Bahrein, uma pista com mais retas e, teoricamente, menos difÁ­cil de se ultrapassar.

Fonte: Globo Esporte