ChampCar: Junqueira conqusita resultado histórico para a Dale-Coyne

Desde o começo do ano estava batendo na trave, mas piloto e equipe sabiam que, mais cedo ou mais tarde, o resultado viria. Com uma prova brilhante no retorno da ChampCar Á  Europa, o mineiro Bruno Junqueira (Brasil Telecomunicações/Telemont) conquistou, no GP da Bélgica, em Zolder, seu primeiro pódio na temporada. De quebra, o segundo lugar é a melhor colocação obtida pela Dale Coyne Racing em toda sua história. O vencedor da prova, pela sexta vez no ano, foi o francês Sebastien Bourdais (Newman/Haas/Lanigan), em mais um passo decisivo rumo ao tetracampeonato.

 


Para não fugir Á  regra, o representante brasileiro na categoria teve de se superar para chegar ao segundo lugar e, com uma corrida de recuperação, se transformou no grande nome do GP. Largando em quarto, na segunda fila, Bruno foi cauteloso na primeira bandeira verde, para evitar a repetição da punição sofrida em Road América por pretensa largada antecipada. Assim, acabou sendo ultrapassado pelo inglês Justin Wilson, mantendo a posição até a 15ª volta, quando uma bandeira amarela levou todos os pilotos aos boxes. Um problema no reabastecimento derrubou o mineiro para o fim da fila, e o fez buscar uma estratégia diferenciada, que só daria resultado caso ele conseguisse economizar combustÁ­vel. Na segunda neutralização da prova, na 25ª volta, ele resolveu antecipar o segundo pitstop, na expectativa de fazer apenas mais uma parada. O risco calculado o levou Á  liderança e, de todos os que tentaram, apenas Bruno levou os planos ao fim.


Na 48ª volta, fez o que seria sua última parada, no mesmo momento em que nova bandeira amarela era mostrada, beneficiando os lÁ­deres. De quarto, Bruno voltou ao primeiro posto com o reabastecimento de quem vinha Á  frente. Só não conseguiu resistir Á  pressão de Bourdais, que podia acelerar sem se preocupar com o tanque de combustÁ­vel e ainda tinha os pneus extra-macios. Nos 15 minutos finais, o piloto da Dale Coyne segurou, de forma brilhante, um pelotão encabeçado por Graham Rahal (Newman/Haas/Lanigan), recebendo a bandeirada diante da festa da equipe, que não chegava ao pódio desde 2004, e só havia conquistado terceiros lugares.


Feliz com a sensação de voltar a estourar o champanhe, o que não ocorria desde 2006, e cansado por todo o esforço, Bruno não conteve a alegria pelo resultado. “Uma das corridas mentalmente mais complicadas para mim sem dúvida, com o problema de abastecimento no primeiro pitstop, indo de 5o para 15o. Foi muito difÁ­cil manter a cabeça fria, e seguir correndo, a frustração era muito grande, mas eu sabia que tinha o ritmo dos lÁ­deres, e então instruÁ­ o time a fazermos uma estratégia diferente da maioria, que com um pouco de sorte, tendo as bandeiras amarelas nos momentos corretos, poderia nos privilegiar, e foi o que felizmente aconteceu. Mas mesmo assim, para terminar a corrida, tive que economizar combustÁ­vel ao máximo, e brigando pelas posições da frente com os pilotos mais rápidos na pista foi realmente desafiador, mas queria tanto esse pódio que me concentrei ao máximo em não cometer erros e em proteger minha posição, e cruzar a linha de chegada em segundo foi uma vitória”.


O mineiro tem consciência de que fez história para a pequena e tradicional equipe de Plainfield, no estado de Illinois. “Estou muito feliz por toda a equipe e principalmente pelo Dale Coyne, que tem apostado tanto no meu talento para lhe trazer sua primeira vitória. Mesmo não tendo ainda sido o lugar mais alto no pódio, sei o quanto o deixei satisfeito e orgulhoso, e assim que me sinto também, orgulhoso de correr para ele, e esse pódio tem sem duvida um sabor especial tendo sido conquistado com tanto sacrifÁ­cio”. Depois da festa, Bruno já pensa na segunda parada da fase européia da temporada – o GP da Holanda, domingo (2), em Assen, outro circuito novo para a categoria em que sua experiência e talento podem fazer a diferença.