Fernando Alonso rezou por um milagre para continuar na disputa pelo tÁtulo da Fórmula 1 depois da colisão que o tirou do GP do Japão na semana passada. Suas preces foram atendidas neste domingo na China.
Mas ele ainda pode precisar de outro, para ser campeão pelo terceiro ano consecutivo.
O espanhol, 12 pontos atrás de seu companheiro de equipe Lewis Hamilton no inÁcio da penúltima corrida da temporada, terminou em segundo, enquanto o novato de 22 anos saiu da prova pela primeira vez nas 16 provas de sua carreira na F1.
A distância entre os dois se reduziu para somente quatro pontos, faltando apenas o Grande Prêmio do Brasil em Interlagos no dia 21 de outubro. Kimi Raikkonen, da Ferrari, venceu a corrida na China, reduziu sua diferença em relação ao lÁder para sete pontos e se recolocou na disputa pelo tÁtulo.
“Estes oito pontos com certeza ajudaram”, disse Alonso. “Com sorte conseguirei fazer uma boa corrida no Brasil, mas para vencer o campeonato continuo precisando de um acontecimento drástico. Em uma corrida normal vai ser impossÁvel.”
“Sei que vai ser difÁcil porque sei que não será fácil tirar quatro pontos de Lewis.”
REVIRAVOLTA NA CORRIDA
Alonso, que conquistou seus dois tÁtulos com a Renault no Brasil, jamais poderia ter esperado tal reviravolta em uma corrida que parecia feita para Hamilton desde a largada.
O espanhol largou em quarto, uma situação que o deixou de péssimo humor no sábado, enquanto os chefes da McLaren não disfarçavam seu deleite com o desempenho de Hamilton.
“Estou muito feliz agora”, disse Alonso, cujo relacionamento com seu companheiro de equipe veio se deteriorando ao longo da temporada diante de um polêmico caso de espionagem envolvendo McLaren e Ferrari e da ascensão de Hamilton como favorito ao titulo.
“Ontem eu não disse nada que não seja verdade”, continuou Alonso, aludindo aos comentários feitos a repórteres espanhóis no sábado, nos quais criticou o tratamento que recebeu da equipe desde seu ingresso.
“A equipe tem dito muitas coisas ruins a meu respeito, especialmente depois do GP da Hungria, por isso o relacionamento não mudou muito”, acrescentou.
“Ron Dennis foi o primeiro a dizer que não estava falando comigo e coisas assim. A partir daquele momento, entendi que o campeonato não seria fácil para mim.”
Por Alan Baldwin (Reuters)