F1: Cresce a concorrÁªncia pelas corridas

O governo francês, através do primeiro ministro François Fillon e da ministra dos Esportes Rosalyn Bachelot, salvaram o GP da França de Fórmula 1 e a corrida ainda será disputada em 2008 e 2009 no circuito de Magny-Cours. Depois, provavelmente, o paÁ­s terá um novo autódromo nas cercanias de Paris. Esta decisão foi tomada na semana passada depois de um encontro entre o presidente da FOM, Formula One Management, Bernie Ecclestone, e o primeiro ministro francês.

Cingapura terá sua primeira corrida de F-1 no ano que vem. No calendário provisório da FIA, a data de 28 de setembro está reservada para esta prova noturna nas ruas da cidade. O traçado é do arquiteto alemão Hermann Tilke, responsável por todos os circuitos modernos da Ásia, Golfo Pérsico e Turquia. O governo de Cingapura entra com 60% dos custos da prova estimados em US$ 70 milhões. O Singapore Tourism Board estima que os lucros com o turismo e outras fontes proporcionadas pela corrida, como novos negócios, já superem os investimentos no primeiro ano. Depois o objetivo é arrecadar o mesmo que a Malásia lucra com o GP, cerca de US$ 100 milhões, fora os negócios. Para o ministro da Indústria e Negócios, S. Iswaran, a F-1 é um empreendimento que une diversão, tecnologia e negócios. E requer o apoio do governo.

A Ándia, uma das economias emergentes asiáticas, reivindica uma corrida no calendário da F-1 e oferece a construção de um circuito na região de Bangalore, centro das indústrias de tecnologia de ponta do PaÁ­s. No ano passado, Bernie Ecclestone esteve na cidade conversando com dirigentes indianos. Sagar Musthappa, dirigente e piloto de rali, defendeu a candidatura indiana argumentando que investir na Fórmula 1 é apostar no impacto econÁ´mico. E o governo sempre acaba ganhando com taxas, negócios e desenvolvimento.

Indianápolis não sediará mais o GP dos EUA em 2008 porque Tony George, proprietário do circuito, não chegou a um acordo para a renovação do contrato. No mesmo dia, a Indianapolis Convention & Visitors Association divulgou dados indicando que a cidade deixará de lucrar cerca de US$ 100 milhões com o cancelamento da corrida.

O governo da China credita Á  Fórmula 1 parte do crescimento do turismo em Xangai que levou o paÁ­s a uma confortável e lucrativa posição entre os mais visitados do mundo nos últimos três anos.

Estes exemplos mostram que a Fórmula 1 mudou muito na última década. A mudança de patrocinadores, a conquista do mercado asiático e Golfo Pérsico (Abu Dhabi, depois de Bahrein, deverá ser a próxima parada da categoria na região), a entrada de diversos paÁ­ses na lista de candidatos a uma corrida do Mundial – Rússia, Coréia do Sul, Ándia, México entre outros – passou a exigir uma nova relação entre promotores e a FOM. E todo mundo quer uma vaga no calendário. No ano que vem serão cinco corridas na Ásia, duas nas Américas, uma na Oceania e dez na Europa. O Brasil, considerado o GP mais organizado de 2006, encerrará o Mundial, no dia 2 de novembro, em Interlagos. E, como já ocorre em relação Á  Copa do Mundo de Futebol e Jogos OlÁ­mpicos (de inverno ou verão), o aval dos governos passou a ser fundamental para garantir a realização das corridas. Autódromos obsoletos como Ámola, por exemplo, perderam espaço e a corrida acabou saindo do calendário este ano. A renovação dos contratos com cada um dos paÁ­ses, em função dessas novas circunstâncias, teve de ser antecipada em relação aos prazos anteriores. Caso um paÁ­s desista de realizar a corrida ou deixe de oferecer as condições exigidas, o candidato imediato terá que ser comunicado com antecedência para tomar as providências necessárias.

A Fórmula 1 cresce e avança sem limites na era super-globalizada.