F1: Renault lança o R26

A Renault apresentou nesta terça-feira, 31 de janeiro, sua campanha para o Campeonato Mundial de Fórmula 1 de 2006. Atual detentora dos dois tÁ­tulos colocados em jogo no ano passado – de pilotos e de construtores -, a equipe francesa entrará na nova temporada com condições de defender sua posição de melhor escuderia da principal categoria do mundo. Uma mostra disso é o fato de sua preparação ter se iniciado com grande antecipação: por exemplo, o motor V8, grande novidade do novo regulamento, começou a ser projetado e construÁ­do ainda em setembro de 2004. Veja abaixo o que os principais integrantes da equipe esperam do torneio que se inicia dia 12 de março, no Bahrein.

 


Diante da imprensa mundial e de convidados VIP em Montecarlo, a Renault F1 Team lançou hoje sua campanha para o Campeonato de 2006 com um claro objetivo: defender os tÁ­tulos mundiais conquistados em 2005 de forma bastante competitiva.


 


“Em termos de objetivos de desempenho, só existe um único: lutar pelo campeonato do mundo nas corridas finais”, explicou o presidente da Renault F1 Team, Patrick Faure. “Nós começaremos o ano com os mesmos profissionais em nossa administração, pilotos e equipe técnica. Todos em Viry-Châtillon (França) e Enstone (Inglaterra) estão trabalhando para preparar um pacote técnico capaz de nos manter no topo. Nós estamos unidos para tentar repetir os sucessos de 2005, quando fomos campeões de pilotos e de construtores.”


 


Para 2006, a Renault F1 Team se adaptou Á s mudanças significativas no regulamento técnico. As equipes agora devem utilizar motores V8 de 2,4 litros (ao invés dos V10 de 3,0 litros de 2005) que foram introduzidos na categoria para reduzir o desempenho, diminuindo a potência inicialmente em aproximadamente 20%. Estas regras foram forjadas a fim de reduzir o potencial de desenvolvimento a médio e longo prazo, reduzindo assim os custos. A mudança obrigou a equipe Renault a projetar e desenvolver um motor completamente novo, o RS26, em sua fábrica de Viry-Châtillon. Desde o inÁ­cio, em setembro de 2004, o projeto teve como lÁ­der Leon Taillieu, sob a coordenação do diretor-técnico de motores Rob White.


 


“O RS26 é um motor totalmente novo, que foi projetado para explorar ao máximo o novo regulamento”, explica Rob White. “As regras agora impõem muitos parâmetros para o projeto de motores, como um peso mÁ­nimo, uma arquitetura fixa e até mesmo o centro de gravidade. Nós assumimos uma abordagem pragmática com o objetivo de produzir um motor vencedor. O diálogo com nossos colegas na equipe de chassi foi aberto e extensivo, para produzir o melhor pacote possÁ­vel. Nós abordamos o projeto V8 com prazer e grandes ambições.”


 


 


 


O pacote-técnico que foi desenvolvido em função deste novo motor V8 é o chassi R26. Trabalho da equipe liderada pelo projetista-chefe Tim Densham, sob coordenação do diretor-técnico de chassi Bob Bell, o carro representa uma evolução agressiva do projeto campeão mundial de 2005. Apesar de o regulamento aerodinâmico ter permanecido estável, a equipe projetou um pacote totalmente inédito para otimizar o desempenho do chassi.


 


“Nós trabalhamos na melhora do carro em todas as áreas”, revela Bob Bell. “Integramos os desafios apresentados pelo novo motor V8 e continuamos em nosso caminho de evolução de desempenho. A diferença visual mais marcante vem dos sidepods (caixas laterais que levam o radiador e sistemas eletrÁ´nicos), que são menores, mas toda a aerodinâmica foi renovada. Nós também vamos usar uma caixa de câmbio de sete marchas para explorar melhor as caracterÁ­sticas de potência e o torque do novo motor. Obviamente, também trabalhamos para manter as caracterÁ­sticas positivas de manobrabilidade que eram uma vantagem do carro de 2005. O R26 é uma obra que representa a agressividade e competitividade desta equipe, e que mostra que pretendemos continuar na frente em 2006.”


 


O R26 competiu pela primeira vez em Jerez, na Espanha, no dia 10 de janeiro e, desde então, completou mais de 2.700 quilÁ´metros nas mãos dos dois pilotos oficiais. As indicações iniciais em termos de desempenho e confiabilidade foram encorajadoras.


 


Os pilotos da Renault F1 Team serão os mesmos que competiram no ano passado. Os parceiros Fernando Alonso e Giancarlo Fisichella formam uma das duplas mais completas do grid, e na temporada que se inicia no dia 12 de março, no Bahrein, eles terão o apoio do finlandês Heikki Kovalainen, alçado Á  condição de piloto de testes e de terceiro piloto após conquistar o vice-campeonato no campeonato da GP2 em 2005.


 


O campeão mundial Fernando Alonso iniciará o ano como o piloto a ser batido na Fórmula 1. Após tornar-se o mais jovem campeão da história, ele irá defender seu tÁ­tulo com a mesma mistura de agressividade e precisão que marcou sua pilotagem em 2005. Apesar de a próxima temporada ser sua última com a Renault F1 Team, o espanhol entra no torneio totalmente concentrado no desafio que tem pela frente.


 


“O ano de 2006 será um desafio totalmente novo para mim”, comenta Alonso. “Tudo se inicia novamente neste ano. Nesta fase, dizer que se pode conquistar o tÁ­tulo não significa nada – mas eu certamente quero lutar por ele. A Renault tem o potencial para isso e a equipe está confiante que nós podemos repetir o que fizemos em 2005. Minhas primeiras impressões do carro foram muito positivas e parece que faremos frente Á s equipes mais velozes. Meu objetivo é defender o número 1 que colocamos no bico do nosso R26.”


 


Para Giancarlo Fisichella, 2006 será o ano de sua afirmação. Depois de terminar no quinto lugar no campeonato do ano passado, e se ter tido um papel-chave na conquista do tÁ­tulo mundial para a Renault, o italiano deseja brigar por várias vitórias e também lutar pelo tÁ­tulo.


 


â€œÉ tudo muito simples para mim: minha meta é o tÁ­tulo”, resume Fisichella. “Esta é a equipe que irá defender o tÁ­tulo e que trabalha duro para conquistá-lo novamente, então eu espero ter uma grande temporada. Haverá uma boa rivalidade com Fernando. E, do meu ponto de vista, quero marcar pontos, vencer corridas e estar na briga pelo campeonato.”


 


 


 


A peça final no quebra-cabeças vem na forma de um portfolio de investimentos inalterado da parte dos parceiros e fornecedores oficiais da equipe. Em 2005, a Renault F1 Team ofereceu o melhor custo-benefÁ­cio do grid da Fórmula 1, conquistando um retorno lucrativo para o investimentos de empresas parceiras. É um ponto que o diretor-administrativo Flavio Briatore frisa com orgulho.


 


“Nós temos uma regra simples: nossa prioridade são as coisas que vão fazer o carro ser mais rápido”, diz o italiano. “Estamos orgulhosos pela eficiência da equipe. No ano passado, a Renault venceu o campeonato com três vezes menos dinheiro que alguns de seus competidores. Há sempre pressão no inÁ­cio da competição, e não motivos para se esconder dela. O ano de 2005 foi excepcional para nós, e esperamos que a nova temporada seja igualmente feliz.”