F1: Rubinho ameaçou deixar F-1 antes de Brawn negar ‘marmelada’

Discreto durante a entrevista coletiva que sucedeu o Grande Prêmio da Espanha, Rubens Barrichello foi mais contundente na conversa com a imprensa brasileira em Barcelona. Irritado com a estratégia de três paradas que lhe custou a vitória, o brasileiro revelou ter pedido explicações convincentes de Ross Brawn, ameaçando deixar a Brawn GP caso a equipe estivesse privilegiando Jenson Button.

Apesar de haver admitido uma ‘frustração’ em suas primeiras palavras ao fim da prova catalã, Rubinho não entrara em polêmicas a princÁ­pio, apontando apenas que a ‘estratégia não funcionou’. Entretanto, o piloto mudou o discurso quando falou com os repórteres brasileiros, garantindo que temeu pela repetição do que ocorria quando estava na Ferrari ao lado de Michael Schumacher.

“SaÁ­ do carro ciente de que tudo aquilo era polêmico. Disse para o Ross Brawn exatamente o que eu queria: se ele tivesse feito alguma coisa para que Jenson ganhasse a corrida, eu penduraria as chuteiras e ia para casa. SaÁ­ da Ferrari por causa disso e não preciso dessas coisas, sou melhor que isso”, desabafou o brasileiro, que viu o patrão classificar o assunto como uma ‘coincidência’.

Toda a teoria conspiratória surgida a partir da corrida espanhola começou no primeiro pit stop da Brawn GP, que acabou mudando de última hora a estratégia de Button para duas paradas – anteriormente, estava previsto que ambos os pilotos iriam três vezes aos boxes. Ao final, essa diferença foi decisiva para que o inglês triunfasse, recuperando a posição perdida para o companheiro logo na largada.

Mais calmo na sequência, Barrichello lamentou por não ter tido nem sequer a chance de mudar a estratégia durante a corrida, visto que seu engenheiro foi informado da alteração do planejamento do outro corredor em cima da hora.

“Por enquanto acho que é pura coincidência o fato de as duas paradas terem funcionado. Eu queria ter sido avisado quando o Button parou, e não quando eu saÁ­. Não tive escolha – era apenas uma volta para decidir se queria ou não fazer as duas paradas. Nas reuniões de sexta, sábado e domingo, isso não foi discutido – eram sempre três”, reclamou.

Apesar do resultado insatisfatório, que acabou aumentando para 14 pontos sua desvantagem para o lÁ­der do Mundial da Fórmula 1, Rubinho não perde as esperanças de faturar o tÁ­tulo inédito. “Para mim é bom achar que nada de ruim aconteceu, pois tenho um campeonato longo pela frente e não tenho de lutar contra a equipe. Hoje não é dia de chorar. Para ganhar esse campeonato, só vou conseguir na raça mesmo”, concluiu o veterano, já focando suas atenções no GP de MÁ´naco.

Fonte: Gazeta Esportiva.Net