F3: Categoria tem decisão mais apertada dos últimos 13 anos

Campeonato é liderado por Luiz Razia, mas diferença entre lÁ­der e vice é de apenas dois pontos. Diego Nunes, o terceiro, está nove pontos atrás.

Desde a decisão envolvendo Helio Castroneves, Fernando Crocere e Gabriel Furlan, na agitada temporada de 1993, a Fórmula 3 Sul-Americana não via um final de campeonato tão apertado quanto o deste ano. Neste fim de semana, em Interlagos, o baiano Luiz Razia (Razia Sports / Cia Athletica) e o paulista Mario Moraes (Bassan Motorsport) partem para a disputa final do tÁ­tulo separados por apenas dois pontos, e entre eles não há favoritismo.


Diego Nunes, o terceiro na tabela a nove pontos de Razia, também está na briga e, embora não dependa mais de seus próprios resultados para ficar com o tÁ­tulo, pode surpreender em caso de quebra ou acidente com seus adversários. Os três são os mais cotados Á  vitória nas corridas deste sábado (25) e domingo (26) pelo retrospecto apresentado ao longo do ano: Razia venceu seis vezes, Moraes, cinco e Diego, duas.


“Durante toda essa temporada não houve favoritos e isso vai valorizar ainda mais a conquista do vencedor. Há mais de dez anos a Fórmula 3 Sul-Americana não tinha uma disputa tão apertada e este é um indÁ­cio de que os bons tempos da categoria estão de volta. Tivemos em média 14 carros no grid em todas as etapas, e embora a presença dos argentinos neste ano tenha sido praticamente nula, ela deve voltar a acontecer em 2007”, opinou Razia.


Em 1993, Helinho e Crocere terminaram separados por apenas um ponto, depois que o piloto brasileiro recuperou terreno nas quatro últimas etapas da temporada – com quatro vitórias consecutivas. É o que Razia não pretende permitir que aconteça este ano em relação a seus adversários. “Há muitas combinações de resultado que podem dar o tÁ­tulo a mim ou a outro piloto, mas prefiro contar com somente uma: duas vitórias minhas nas duas corridas do fim de semana é a forma mais segura de conquistar o tÁ­tulo. Correr só para chegar e pontuar costuma não dar certo”, declarou.


A extrema competitividade evidenciada na F-3 Sul-Americana neste ano é fruto da mudança dos motores da categoria, introduzida nas quatro últimas etapas da temporada de 2004. Na opinião do experiente chefe de equipe Luiz Trinci, da Dragão Motorsport, o maior equilÁ­brio conquistado pelo aluguel dos motores voltou a valorizar o trabalho dos engenheiros e dos pilotos.


“Agora todos os carros usam os motores Ford-Berta, preparados na Argentina. Antes disso, cada equipe cuidava de sua própria preparação e os pilotos com mais recursos chegavam a trazer motores da Inglaterra. Por isso, algumas temporadas começavam com um vencedor já anunciado”, opinou Dragão.


A temporada de 2004, que marcou a introdução dos motores Berta nas últimas quatro corridas do ano, terminou com o campeão Xandinho Negrão apenas dois pontos Á  frente do vice, Gustavo Foizer. Os dois chegaram Á  rodada quádrupla que marcou o encerramento da competição, no entanto, separados por 29 pontos, e Xandinho nem precisou completar a corrida final para ficar com o tÁ­tulo. Com isso, a decisão do tÁ­tulo de 2006 passa a ser a mais apertada na Fórmula 3 nos últimos anos.