F3 Inglesa: Em corrida “desgastante” Gabriel termina em 4º

Prova final da rodada de abertura em Oulton Park viu o curitibano como o melhor brasileiro. Agora, F3 segue para Silverstone.

Um sétimo lugar, uma pole position e uma quarta colocação foram os resultados de Gabriel Dias na primeira rodada tripla do Campeonato Britânico de Fórmula 3 em Oulton Park, abertura da temporada 2010 de um dos campeonatos de base mais prestigiados do automobilismo internacional. O piloto de Curitiba (PR), que faz sua estréia na International Class este ano pela equipe Hitech, sabia que teria um final de semana difÁ­cil, mas mesmo assim somou pontos importantes para este inÁ­cio de campeonato.

Na terceira, e mais longa corrida da rodada, disputada no final da manhã desta segunda-feira (5), Dias largou da sexta posição e recebeu a bandeira quadriculada em quarto, lutando pelo pódio. “Foi uma corrida boa, mas muito desgastante, difÁ­cil psicologicamente. Tive que manter a concentração o tempo todo pensando nas variáveis”, disse.

“Aqui em Oulton Park é obrigatório fazer uma boa largada, porque a pista é muito difÁ­cil de se fazer ultrapassagens. Então passei dois na largada e estava bem mais rápido que o terceiro colocado (o inglês Rupert Svendsen-Cook, da Carlin), e ele não tinha um ritmo muito bom. No entanto, não dava para fazer muita coisa. Se eu chegasse perto para pressioná-lo, eu perderia a pressão aerodinâmica na parte da frente do carro, perderia tempo e desgastaria os pneus com mais rapidez. Então a estratégia foi economizar e manter a concentração”, analisou.

A corrida foi vencida pelo francês Jean-Eric Vergne, da Carlin, que lidera o campeonato. No final, Gabriel ensaiou um ataque para conquistar seu primeiro pódio no ano. “Tirei a diferença mais uma vez, vinha em um ritmo muito forte, mas assim que me aproximei, perdi novamente o downforce do carro e ficaria muito arriscado. Por isso decidi somar estes pontos, que são importantes para este inÁ­cio de campeonato”, ressaltou Dias, que terminou logo Á  frente do compatriota Adriano Buzaid, da Carlin.

Fim de semana difÁ­cil – Sem treinos livres, os pilotos foram direto para o treino classificatório no sábado (3), e Dias se viu prejudicado por uma bandeira amarela quando tentava baixar seus tempos, e com isso largou na décima posição na primeira corrida e em sexto na terceira. Gabriel iniciou a temporada terminando a prova em sétimo lugar, e com o grid invertido, largou da pole position na corrida curta, que aconteceu na manhã desta segunda-feira (5).

Com pista úmida, o piloto da Hitech sofreu com um problema no uperload do carro ao acenderem as luzes de partida. “Com isso, perdi o ponto da embreagem e não fiz boa largada. Perdi a ponta para o (japonês Daisuke) Nakajima, mas continuei bem perto fazendo pressão. Eu estava bem mais rápido que ele, e na abertura da segunda volta eu o ultrapassei por fora pouco antes da curva 1, mas ele se desesperou, perdeu o ponto de freada e bateu na lateral do meu carro, me jogando para a grama molhada. Por sorte não foi um acidente maior”, lamentou Gabriel, que iniciou uma rápida reação para recuperar as posições perdidas. A prova foi vencida pelo britânico Rupert Svendsen-Cook, da Carlin.

“Consegui continuar na pista, fazendo voltas rápidas e ultrapassei cinco carros em duas voltas. Mas como era uma corrida mais curta, que valeria metade dos pontos em jogo na prova seguinte, a equipe decidiu recolher o carro para economizar os pneus”, lembrou o curitibano, que largou com o mesmo set na corrida da tarde. “Foi uma pena, porque era uma corrida para termos vencido e seriam dez pontos a mais na tabela”, disse o piloto, que soma 17 pontos na 7ª colocação do campeonato. Vergne lidera com 50.

Para a segunda rodada do campeonato, nos dias 1º e 2 de maio em Silverstone, Gabriel alimenta maior confiança. “Fomos bem nos últimos testes que fizemos lá. Além disso, sabÁ­amos que Oulton Park seria a corrida mais difÁ­cil para a gente, e mesmo assim demonstramos uma grande evolução. Temos tudo para melhorar. Agora estamos com a cabeça voltada para Silverstone, pois sabemos que somos bons lá”, afirmou.