F3 Sulamericana: Pilotos se voltam para a 1ª etapa neutra de 2007

Com quatro corridas ‘em casa’, equipes de São Paulo levam vantagem técnica no calendário.

As equipes e o renovado grupo de pilotos do Campeonato Sul-Americano de Fórmula 3 aceleram nesta semana os preparativos para a segunda rodada dupla da temporada, a ser disputada no Autódromo Internacional de Tarumã, situado em Viamão, a 40 quilÁ´metros de Porto Alegre. A expectativa entre os participantes é grande, e não apenas por se tratar do circuito que conta com a curva mais espetacular do automobilismo brasileiro:

“Este será nosso primeiro compromisso em uma ‘pista neutra’”, observa o jovem goiano Rodolpho Santos (Neo QuÁ­mica/Palu Suisse/Wurth), um estreante de 18 anos. “A pista gaúcha é uma das quatro (entre as sete do torneio) que não foi escolhida como sede de uma equipe. Então, ninguém faz treinos particulares lá e, em termos de acerto e conhecimento do traçado, nos enfrentaremos em condições muito iguais. Será, na verdade, o primeiro confronto no qual mediremos forças com todos partindo de uma base de conhecimento relativamente igual. Então, quem vencer lá pode comemorar muito, pois será uma vitória especial”, completa Santos. As demais ‘pistas neutras’ do calendário são: Córdoba (Argentina), 26 e 27 de maio; Resistência (Argentina), 21 e 22 de julho, e Santa Cruz (RS), 15 e 16 de setembro. A etapa gaúcha está marcada para os dias 28 e 29 de abril.

Vantagem dos ‘paulistas’ – Neste aspecto, as equipes baseadas em São Paulo levarão uma vantagem especial em 2007. Afinal, quatro das 14 etapas da temporada (duas por evento) serão realizadas em Interlagos. “Em uma categoria repleta de pilotos estreantes, essa é uma vantagem muito importante”, diz Amir Nasr, chefe da equipe Amir Nasr Racing, que conta com Rodolpho Santos e o brasiliense Felipe Guimarães (WebMotors) – outro novato da categoria.

“Um piloto e uma boa equipe podem aperfeiçoar muito a si próprios e ao carro treinando em um traçado onde outros não têm acesso – e isso constrói uma vantagem óbvia. Por isso, uma de nossas missões em 2007 é tentar compensar esse desnÁ­vel. Mas há o lado positivo desta restrição: treinando em apenas uma pista, você reduz muito o custo da temporada, e isso é beneficia a todos de forma indistinta. E hoje em dia isso é fundamental para o nosso esporte”, detalha Nasr, cuja equipe é sediada em BrasÁ­lia, local da quarta rodada dupla de 2007.

Na curva, a 200 km/h – Um ponto fundamental nos 3.016 metros do traçado de Tarumã é a sua famosa (e muito respeitada) Curva Um. â€œÉ um trecho espetacular”, define Rodolpho Santos. “Por isso, o público se aglomera por ali para ver os Fórmula 3 contorná-la a uns 200 km/h. Qualquer manobra mal-calculada pode jogar você para fora com grande violência, pois a força centrÁ­fuga é enorme ali. Fazer a Curva Um de pé embaixo é coisa para pilotos corajosos – e os Fórmula 3 permitem essa manobra. Ultrapassar ali é para quem realmente sabe o que está fazendo. É por isso que em Tarumã se diz que essa curva separa os homens dos meninos”.

E não é só isso: este trecho do traçado praticamente define se o tempo de volta do piloto será bom ou ruim. Então, é preciso fazê-lo com perfeição: â€œÉ um trecho muito veloz antecedido por uma reta e seguido por outra”, diz o chefe de equipe Amir Nasr. “Como a curva em si é extremamente rápida, perder um décimo ali significa perder muitos metros para os concorrentes. Por isso, os treinos que antecedem a corrida em Tarumã privilegiam o acerto para traçados de alta velocidade. Tentamos fazer isso em BrasÁ­lia, um circuito que também possui curvas rápidas, mas nenhuma tão impressionante como a de Tarumã”.

Foto: Luca Bassani/RaceOne