GP2 Series: Lucas inicia batalha final pelo tÁ­tulo

Com apenas dois pontos de desvantagem, brasileiro da ART Grand Prix teve temporada marcada pela estratégia inteligente. Rodada dupla em Valência, Espanha, encerra o campeonato neste final de semana.

Enquanto a Fórmula 1 inicia sua antepenúltima rodada rumo Á  decisão do tÁ­tulo de 2007, no Japão, neste final de semana, a GP2 tem o seu desfecho em clima de grande decisão no circuito Ricardo Tormo, em Valência (Espanha). A categoria considera que esta seja a final mais dramática e disputada de sua curta história iniciada em 2005, especialmente em um circuito no qual um erro pode significar a diferença entre a glória e a derrota. “Largar na frente terá importância especial nesta rodada dupla”, diz Lucas, que desde 2004 integra o Renault Driver Development Program (RDD), o programa de apoio a jovens talentos financiado pela Renault F1 Team. “As ultrapassagens são difÁ­ceis aqui, e muita coisa será definida tanto na briga pelas primeiras filas do grid quanto na estratégia de corrida e de para de box”, obserca Di Grassi, lembrando do pit stop obrigatório que todos devem fazer na corrida do sábado, a mais longa do fim de semana.

Os principais atores na briga pelo tÁ­tulo da GP2 são o alemão Timo Glock, da iSport – time considerado o melhor da temporada -, e Lucas Di Grassi, da ART Grand Prix. Co 20 pontos em jogo na rodada dupla de Valência, os dois estão separados por apenas dois pontos na tabela – o que é considerado um empate técnico em termos de decisão de tÁ­tulo na competitiva e imprevisÁ­vel GP2. No passado, os principais protagonistas da categoria foram guindados diretamente para a F-1. No campeonato inaugural da GP2 em 2005, os postulantes ao tÁ­tulo no final da temporada foram Heikki Kovalainen e Nico Rosberg, hoje pilotos oficiais das equipes Renault e Williams de Fórmula 1, respectivamente. Em 2006, a rodada final chegou com Lewis Hamilton e Nelsinho Piquet disputando a taça. Com Hamilton conquistando imediatamente a condição de estrela na McLaren em 2007 – e Nelsinho prestes a anunciar seu futuro na principal categoria do mundo – a GP2 firmou-se definitivamente como filtro final e o melhor laboratório para testar quem realmente tem potencial para ingressar na Fórmula 1.

Com a GP2 preparando mais uma safra de revelações, o brasileiro Di Grassi é destaque. O alemão Timo Glock teve uma temporada marcada pela superioridade técnica do carro de sua equipe, fator que proporcionou uma vantagem decisiva principalmente na primeira metade do Campeonato. Já Di Grassi faz um ano sublinhado pela consistência e, sobretudo, pela inteligência na escolha e execução de estratégias, conquistando pontos, beliscando pódios e uma vitória, na Turquia. “Quando um piloto não tem nas mãos o melhor equipamento, ele depende muito mais de si próprio do que de fatores externos para sobreviver na competição”, diz Lucas Di Grassi. “Eu aprendi muito este ano. E talvez a maior lição seja aquela antiga história de que um campeonato só termina quando acaba. Eu e minha equipe tivemos que trabalhar bastante para alcançar a iSport. Agora, acho que estamos em uma condição razoável para brigar pelo tÁ­tulo. A briga com o Timo, que é muito experiente, vai ser difÁ­cil aqui em Valência. Mas acho que fiz um bom trabalho até aqui. Estou muito satisfeito. Mas, lógico, meu sonho é ir mais longe, ser campeão. E agora, neste fim de semana, este sonho está mais perto do que nunca. Vai ser difÁ­cil, muito difÁ­cil, mas eu vou tentar, é lógico”.