Os pilotos do Lamborghi Gallardo dominaram com a tranqüilidade esperada a terceira e quarta etapas da GT3 Brasil, disputadas neste domingo no Autódromo Internacional de Curitiba. O paulista Paulo Bonifácio e o paranaense Alceu Feldmann ganharam as duas corridas e provaram que a marca italiana dificilmente será ameaçada até o final da temporada.
“Em condições normais, sem algum problema com eles, não há como enfrentar o Lamboâ€, reconheceu Xandy Negrão, que corre com o Dodge Viper Coupé e subiu ao pódio com o segundo lugar no encerramento na rodada dupla, juntamente com Andreas Mattheis, seu companheiro da Equipe Medley.
Um dos pilotos mais experientes do grid e ainda hoje o 4º piloto com maior número de vitórias na Stock Car, categoria que deixou no final de 2002, Negrão sabe muito bem do que fala. Em Tarumã (RS), na estréia da categoria no PaÁs, a vitória da Medley na segunda corrida foi facilitada exatamente por uma pane no Lambo na volta de apresentação. Mesmo saindo dos boxes, no entanto, Feldmann e Bonifácio terminaram em segundo. “O maior problema do Dodge Viper é o câmbio. Só espetamos uma marcha numa reta longa como a de Curitiba, enquanto as outras marcas, inclusive a Ferrari, colocam pelo menos duas. O resultado é que o motor não tem força nas saÁdas de curva. Estão falando que o câmbio seqüencial será homologado para o ano que vem. Espero que isso realmente aconteçaâ€, comentou Negrão.
Na prova de abertura, a diferença do Lambo para a Ferrari de Cláudio Ricci e Walter Derani, os segundo colocados, ainda ficou abaixo de cinco segundos. Feldmann e Bonifácio foram beneficiados pela entrada do safety car por causa de um toque entre Fábio Casagrande e Marcelo Fernandes. Com o pneu esquerdo furado, precisaram entrar nos boxes para a troca e perderam a liderança, mas a recuperaram rapidamente quando os carros formaram a fila indiana no perÁodo sob bandeira amarela. Na segunda, tanto Feldmann quanto Bonifácio admitiram que o maior trabalho foi administrar a enorme vantagem que acumularam.
Um dos destaques da 4ª etapa foi a atuação de Mattheis, que assumiu o comando do Viper na sexta colocação e o levou ao segundo lugar, depois de uma ultrapassagem com direito a toque na Ferrari de Walter Derani em pleno miolo do circuito. “Ele se sentiu o Jim Clarkâ€, brincou Negrão, que passou a maior parte do seu turno disputando posição com outra Ferrari, conduzida pelo amigo LuÁs Otávio Paternostro.
Com os resultados na capital paranaense, Feldmann e Bonifácio abriram nove pontos sobre Mattheis e Negrão. O campeonato voltará a ser movimentado nos próximos dias 29 e 30, no Autódromo Nélson Piquet, em Jacarepaguá (Rio de Janeiro). A categoria utilizará o traçado usado pela Stock Car em novembro passado, na última prova antes do inÁcio das obras para os Jogos Pan-Americanos.