GT3 Brasil: Dodge Viper de Negrão e Mattheis vence a segunda prova em Tarumã

Xandy Negrão e Andreas Mattheis, com Dodge Viper, e Paulo Bonifácio/Alceu Feldmann, com Lamborghini Gallardo, dividiram as vitórias na rodada dupla de abertura da GT3 Brasil neste domingo no circuito gaúcho de Tarumã, a 30 quilÁ´metros de Porto Alegre.

Beneficiados pela soma dos resultados – conquistaram um segundo lugar contra o terceiro de Xandy e Mattheis -, Bonifácio e Feldmann assumiram a liderança do campeonato com apenas dois pontos de vantagem sobre os rivais.

Disputada em diversos paÁ­ses da Europa, a GT3 estreou no Brasil com grid reduzido – nove carros participaram da primeira corrida e um a menos na segunda -, mas perspectivas de crescimento alimentadas pela excelência de marcas mundialmente famosas e o interesse que já começa a despertar no meio automobilÁ­stico. Diversos pilotos de outras categorias, inclusive da Stock Car, marcaram presença nos acanhados boxes de Tarumã. Os organizadores esperam que o número de participantes suba para 15 já nas próximas etapas, no inÁ­cio de setembro, em Curitiba.

Na pista, o favoritismo do Lamborghini Gallardo de Feldmann (piloto da Stock Car) e Bonifácio (Stock Car Light) esbarrou na qualidade da Equipe Medley. Xandy não corria desde o ano passado na Porsche GT, enquanto Mattheis, tetracampeão de marcas entre 1988 e 1993, há vários anos trocou o cockpit pelas funções de diretor-técnico. Mas souberam compensar a longa inatividade com habilidade e uma bem-planejada estratégia de parada nos boxes. Na segunda corrida, assumiram a liderança quando Xandy entregou o volante ao companheiro com uma boa folga. E só não saÁ­ram na ponta da tabela porque Xandy foi punido na primeira com uma passagem pelos boxes por ultrapassar o limite de 60 km/h no pitlane. A penalidade custou o segundo lugar.

Bonifácio e Feldmann saÁ­ram na frente e ganharam a primeira sem dificuldades. Na segunda, Xandy reconheceu que a sua vitória foi facilitada por um problema com o Lamborghini pouco antes da largada. Por causa de um defeito no pescador de combustÁ­vel, o pole Feldmann acabou partindo dos boxes. Xandy aproveitou a chance para imprimir um ritmo forte e se manter na pista até o limite da mudança de turno de pilotagem, que deve ser feita entre o 23º e o 37º minuto da corrida. “Eu vinha sendo de cinco a sete décimos mais rápido que o Andreas. O tempo que permaneci pilotando permitiu que ele assumisse o volante com bastante tranqüilidade.”

Aposentado da Stock Car desde o final de 2002, Xandy elogiou o cartão de apresentação que a GT3 deixou em Tarumã. “A categoria é muito legal, os carros são sensacionais e muita gente vai acabar migrando para cá na próxima temporada. Não apenas pilotos, mas equipes que não conseguirem um lugar entre as 16 melhores deste ano na Stock Car. O orçamento acessÁ­vel também vai ajudar, já que está no mesmo nÁ­vel da Stock Car Light, a divisão de acesso da Stock Car”, analisou.

Apesar da satisfação com o resultado, Xandy manteve os pés no chão e admitiu que o Dodge Viper ainda não pode fazer frente ao Lamborghini Gallardo e Á s Ferrari 430. Por isso, não será fácil alcançar a liderança do campeonato. “Nosso carro é mais lento e pesadão. E não há nada que possa ser feito, porque o regulamento é o mesmo lá de fora. Vamos apenas aproveitar os treinos livres para entender melhor o funcionamento do carro”, concluiu.

Confira o resultado da 2ª prova:

1 – Xandy Negão/Andreas Mattheis, Dodge Viper, 53 voltas em 59min45s139 (160,51 km/h)
2 – Alceu Feldmann/Paulo Bonifácio, Lamborghini Gallardo, a 25s354
3 – Abramo Mazzocchi/Ramon Dias, Dodge Viper, a 53s013
4 – Cláudio Ricci/Walter Derani, Ferrari 430, a 1min07s637
5 – LuÁ­s Otávio Paternostro/Renato Cattalini, Ferrari 430, a uma volta
6 – Alencar Jr./Rafael Derani, Ferrari 430, a uma volta
7 – Lico Kaesemodel/Antonio Hermann, Porsche 997, a uma volta
8 – Marcelo Fernandes/Sérgio Laganá, Dodge Viper, a duas voltas

A classificação do campeonato:

1) Paulo Bonifácio/Alceu Feldmann, 18 pontos
2) Xandy Negrão/Andreas Mattheis, 16
3) Abramo Mazzocchi/Ramon Dias, 14
4) Walter Derani/Cláudio Ricci, 10
5) Renato Cattalini/LuÁ­s Otávio Paternostro, 8
6) Rafael Derani/Alencar Jr., 6
7) Antonio Hermann/Lico Kaesemodel, 4
8) Sérgio Laganá/Marcelo Fernandes, 3
9) AmÁ­lcar Collares/Fábio Casagrande, 1 ponto