GT3 Brasil: Pneus deixam de ser fator de equalização em 2008

Em seu terceiro ano na Europa e segundo no Brasil, a categoria estabelece novas regras para tornar semelhante o desempenho dos bólidos para a temporada que se inicia em breve. Os pneus deixam de ser fator preponderante no equilÁ­brio do desempenho dos supercarros.

Uma novidade para a temporada 2008 dos campeonatos de GT3 em todo o mundo, inclusive no Brasil, é que os pneus não serão mais fator de equalização entre os supercarros da categoria. Não haverá mais pneus com composto de borracha de alto grau de maciez, permanecendo somente os de composto mais duro. Esta será uma nova realidade para, por exemplo, as equipes que utilizam o Lamborghini Gallardo – um dos carros que dominou a cena na primeira temporada do Brasil GT3 Championship, no ano passado. Em 2007, um dos itens empregados na equalização do bólido italiano foi exatamente o composto macio dos pneus. Porém, em determinados circuitos as pneus traseiros do Lambo não apresentavam a durabilidade desejada – o que gerava problemas para os pilotos justamente nos momentos mais decisivos das corridas.

Em todo o mundo, a categoria utiliza pneus fornecidos com exclusividade pela Michelin. O novÁ­ssimo Porsche 997 Cup GT3, que acaba de ser totalmente reformulado pela fábrica, continua como o modelo de referência para o acerto de desempenho dos demais carros que participarão das temporadas 2008 da GT3 em todo o mundo. Segundo Ivo Sznelwar, diretor técnico da GT3 no Brasil, “com essa medida o Lamborghini deverá perder em torno de três décimos de segundo de desempenho por volta, o que obrigará que a recuperação dessa perda seja buscada em outras partes do carro. Uma das medidas que poderá ser adotada será a redução do lastro que foi inserido na metade da temporada passada”.

As duas primeiras seções de equalização serão realizadas em Monza, na Itália (13 e 14 de março). Haverá ainda mais um teste de equalização em Nogaro, França, de 31 de março a 01 de abril. Sznelwar explica que a GT3 continuará a aplicar um pacote variado de alterações para manter o equilÁ­brio que tem sido a chave do sucesso da categoria em todo o mundo: “O Dodge Viper, por exemplo, continuará com o composto duro. O Porsche, além de todas as mudanças que foram produzidas para 2008, correrá com pneus dianteiros mais largos do que os do ano passado. E há diversos tipos de acerto mecânico e aerodinâmico que serão aplicados”, diz ele. “Tudo isso se configura em um grande quebra-cabeças para Christophe Bouchut ― piloto de testes oficial da categoria ― e para a comissão técnica da Federação Internacional do Automóvel (FIA). O importante é que todo esse trabalho visa manter os carros no mais perfeito equilÁ­brio nas corridas. É um trabalho sensacional de engenharia de competição”, comenta o responsável pela área técnica no Brasil.

Foto: Miguel Costa Júnior