GT3 Brasil: Xandy Negrão diz que Piquet “tem medo” de correr na GT3

LÁ­der do campeonato ironiza nova ausência do tricampeão da Fórmula 1.

Anunciada diversas vezes, e até agora nunca confirmada, a estréia de Nelson Piquet na GT3 Brasil parece a cada dia mais um sonho dos organizadores da categoria do que um desejo do tricampeão mundial da Fórmula 1. Nesta sexta-feira, pouco antes da abertura dos treinos oficiais da quarta rodada – sétima e oitava etapas -, o lÁ­der Xandy Negrão (Medley) ironizou a ausência de Piquet nos boxes de Interlagos.

“Acho que ele está com medo de levar pau da gente. Afinal, a cada etapa surge uma desculpa para ele não correr. Agora, parece que vai acompanhar o filho numa prova de kart e só vai estrear no Rio de Janeiro, em setembro, embora o carro dele já esteja aqui em São Paulo. Há algum tempo, também dizia que andaria na Fórmula Truck, o que jamais aconteceu”
, comentou Xandy, atual campeão e recordista de vitórias da GT3 – ganhou oito das 14 etapas desde 2007. Além de amigos, Xandy e Piquet foram sócios de 2005 a 2006 na Piquet Sports, equipe de Fórmula GP2 que serviu para o desembarque dos filhos Xandinho e Nelsinho na divisão de acesso Á  Fórmula 1.

De acordo com os promotores da GT3 no Brasil, Piquet manifestou no ano passado a intenção de comprar um Ford GT e formar parceria com Cássio Homem de Mello. Mais tarde, anunciou que o companheiro seria Eduardo Souza Ramos, mas manteve o projeto de estrear na abertura do calendário em Curitiba, em abril último. Desde então, essa data vem sendo postergada a cada etapa.

Sem o terceiro carro da marca norte-americana, a expectativa é que a pole das duas provas do fim de semana se transforme numa disputa particular entre os Ford GT de Xandy e Andreas Mattheis e dos vice-lÁ­deres Ricardo Rosset e Walter Salles. Rosset detém o recorde da categoria em Interlagos com o tempo de 1min35s114 (média de 163,09 km/h) estabelecido na sessão classificatória da quarta etapa. A marca poderá se manter inalcançável em função do regulamento adotado pela categoria, já que os Ford GT receberam lastro de 40 kg para a etapa seguinte em BrasÁ­lia e mais 30 kg agora.

“Será muito difÁ­cil. Esses 70 quilos fazem muita diferença. É como se estivesse levando um passageiro. Em relação Á  etapa anterior em São Paulo, o Ford GT está 140 quilos mais pesado. Há um comprometimento das freadas e da tração”
, observou Xandy. “O pessoal banaliza os efeitos desse lastro. Queria ver eles colocando dois quilos numa mochila e sair correndo. É a mesma coisa”, acrescentou Mattheis. Mais rápido dos treinos desta manhã, quando já deixou os boxes com um jogo de pneus novos, Xandy ficou a praticamente um segundo daquele tempo de Rosset.