IndyCar: 15º, Meira diz que “só arrisca quem quer ganhar”

15º em St. Pete, Meira admite estratégia de risco e diz que ‘só arrisca quem quer ganhar’.

Depois de liderar segunda etapa da Indy por duas vezes, brasileiro manifesta deficiência do carro da A.J. Foyt com pneus mais macios.

 
Depois do pódio na abertura da temporada, em São Paulo, Vitor Meira e a A.J. Foyt Racing parecem ter se certificado de que jogar com as circunstâncias de corrida pode ser uma compensação ao potencial modesto da equipe. Na segunda etapa da Fórmula Indy, disputada nesta segunda-feira (29) no circuito de rua de St. Petersburg, o lido com a estratégia voltou a aproximar o piloto brasileiro de um resultado expressivo. Ele, contudo, terminou em 15º.

“Só arrisca quem quer ganhar. Nossa estratégia foi um pouco exagerada, arriscada, mas existia a chance de dar certo e não era pequena. Se desse certo, é bem provável que eu estaria entre os cinco primeiros mais uma vez, nós serÁ­amos heróis. Pelo menos a gente mostrou que estava ali”, resumiu Meira. “Eu detesto o ‘se’, se isso, se aquilo. Há um fato, a gente tentou e não deu certo, paciência, bola para a frente. Poderia ter dado certo”, acrescentou.

Largando em 17º como único piloto de uma equipe de poucos recursos, o piloto de BrasÁ­lia sabia que tentar uma estratégia extrema seria a única chance de se sobressair. Foi o que fez. Com a pista secando rapidamente depois da chuva do inÁ­cio do dia, iniciou a corrida com pneus slicks de composto mais duro. Era o décimo na 24ª volta, quando um acidente com o japonês Takuma Sato ocasionou a segunda intervenção do safety car na corrida.

Todos os pilotos que ainda não haviam feito seus pit stops tomaram o caminho dos boxes na volta número 26. Meira foi exceção. Permaneceu na pista e assumiu a liderança, que manteve até estacionar nos boxes para a troca de pneus na 35ª volta. Calçou o carro com pneus mais duros – o regulamento da Indy obriga todos os pilotos a completarem pelo menos duas voltas sob bandeira verde com os pneus vermelhos, de composto mole e menos durável.

Meira voltou Á  pista em 17º lugar. Era 14º quando um acidente entre Dan Wheldon e Mário Moraes recolocou a disputa sob bandeira amarela, na 48ª volta. A ida de vários adversários aos boxes permitiu-lhe estar em sétimo Á  relargada, na 54ª volta. A bandeira amarela voltou a ser mostrada na 66ª volta, quando Mike Conway tocou o carro de Raphael Matos e ficou atravessado na pista. Com quase todos aproveitando para pit stops, Meira voltou a ser lÁ­der.

Até então, sua estratégia vinha surtindo efeito positivo. Na 72ª volta, sob bandeira verde, o brasileiro da A.J. Foyt foi para os boxes para sua última parada. Encheu o tanque e teve seu carro calçado com pneus vermelhos. A partir daÁ­, as coisas passaram a dar errado. Num primeiro momento, porque na volta seguinte a seu pit stop a bandeira amarela foi acionada por conta do toque de Graham Rahal em Simona de Silvestro, que rodou e ficou parada na pista.

As cinco voltas atrás do safety car em ritmo lento proporcionaram a quase todos a economia de combustÁ­vel necessária para eliminar a necessidade de um último pit stop. “Em tese, foi isso que acabou com a nossa estratégia. Mas a gente também sabia que, com pneus vermelhos, nosso carro é ruim. Os pneus, ao final da corrida, estavam detonados, na lona, bem mais que a gente imaginava. É algo que sabÁ­amos que poderia comprometer a estratégia”, disse.

Nas últimas 20 voltas, o desgaste excessivo dos pneus macios submeteu Vitor Meira a um ritmo de corrida até quatro segundos por volta mais lento que o dos lÁ­deres. Terminou em 15º, último entre os que completaram as 100 voltas da etapa. “A gente não se arrepende por ter arriscado. Como equipe pequena, saindo lá de trás, era o único jeito. Hoje não deu, uma hora vai dar certo. O pensamento era terminar entre os cinco primeiros. Ficou para a próxima”, finalizou.

Adiada do domingo (28) por conta da chuva que inviabilizou a pista de rua da Flórida, a corrida foi vencida pelo australiano Will Power, da Penske. A equipe conquistou também as terceira e quarta posições, com o também australiano Ryan Briscoe e o brasileiro Helio Castroneves. Entre os pilotos da equipe da Carolina do Norte ficou o inglês Justin Wilson, segundo com a ascendente Dreyer & Reinbold. Sete dos 24 participantes abandonaram a prova.

A terceira etapa do campeonato da Fórmula Indy está confirmada para dia 11 de abril no misto do Barber Motorsport Park, no Alabama.