IndyCar: Com pódio na volta Á s pistas, Meira aponta fim de semana de “cabeça”

Com pódio na volta Á s pistas, Meira aponta fim de semana de “cabeça” na SP Indy 300.

Melhor brasileiro na corrida alerta necessidade de “manter os pés na realidade” e define estratégia como determinante para o terceiro lugar.

 
Numa das corridas mais movimentadas dos últimos anos, que chegou a ser interrompida por conta da chuva e do consequente acúmulo de água em vários pontos da pista, o australiano Will Power, da Penske, comemorou neste domingo (14) a vitória na São Paulo Indy 300, primeira etapa da temporada da Fórmula Indy. Ele dividiu o pódio com o norte-americano Ryan Hunter-Reay, da Andretti Autosport, e o brasileiro Vitor Meira, da A.J. Foyt Racing.

A atuação na inédita corrida brasileira marcou sua volta Á s pistas, quase 10 meses depois do acidente sofrido nas 500 Milhas de Indianápolis. “Não poderia ser melhor, voltar conseguindo este pódio correndo em casa. A gente se deu bem, o meu carro ficou um canhão quando decidiu colocar os pneus macios para pista seca, e fizemos a troca no momento certo. A pista estava meio molhadinha, ainda, e quando voltei estava realmente muito rápido”, narrou o brasileiro.

Largando em 16º depois de ter frustrada a opção de acerto aerodinâmico de seu carro, Meira sabia que dependeria de uma atuação conservadora para sair do Circuito do Anhembi com um resultado satisfatório. Mas admitiu que estar entre os três primeiros colocados não era algo que via como viável. “Nosso resultado foi excelente, e foi bem merecido, mas não estamos no nÁ­vel de terceiro lugar. Ainda temos que trabalhar muito”, comentou, após a festa no pódio.

Meira reconheceu que contou com a sorte para estar no pódio. Sorte que se manifestou já após a largada, quando saltou para oitavo diante do acidente que envolveu vários carros e que levou Mário Moraes, Marco Andretti e Takuma Sato a abandonarem a etapa paulista. “A gente sabia que teria de ter paciência. Tivemos, e arriscamos na hora certa, e trabalhamos bem. Mas, repito, não estamos nesse patamar todo, precisamos manter os pés na realidade”, disse.

Os meses que dedicou Á  reabilitação fÁ­sica depois de sofrer fratura numa vértebra no acidente em Indianápolis foram lembrados por Meira. “A parte mais frustrante de um processo desse é quando você acha que pode correr e não está liberado pelos médicos. Na Indy você não tem que estar pronto para correr, tem que estar pronto para bater de novo. E eu sempre soube, durante a recuperação, que o meu lugar lá estava garantido”, falou o piloto da A.J. Foyt.

O trabalho feito pelos organizadores do evento após os treinos livres do sábado (13), que consistiu na fresagem da camada mais superficial do piso de concreto do Sambódromo, mereceu elogios de Meira. “Todo mundo esteve lá na sexta-feira, nós pilotos, a IRL, o pessoal da Bandeirantes, ninguém antecipou que haveria tanto problema de aderência. Mas houve, e todos fizeram o que era para ser feito. Houve trabalho e houve progresso, deu tudo certo”, atestou.