IndyCar: Toque compromete prova de Bruno Junqueira

Muros próximos; chicanes com zebras altas, em que é preciso praticamente atirar o carro; curvas cegas e, como se não bastasse, o fato de correr sem a pressão por resultados ou pelo campeonato, já decidido em Chicago. Todos esses ingredientes fizeram do GP da Austrália, prova extra-campeonato da Indy Racing League (IRL), no belÁ­ssimo visual das ruas de Surfers Paradise, um evento Á  altura da tradição do evento, com várias rodadas, suspensões quebradas, bandeiras amarelas e pneus furados.

Como o que tirou a chance de um ótimo resultado do mineiro Bruno Junqueira (Alcompac/Telemont). Depois de largar em 17º e fazer valer toda sua experiência para andar em sexto, ele viu todo o trabalho comprometido na 31ª das 60 voltas quando, em uma relargada, teve a roda dianteira direita atingida pelo carro de Justin Wilson, da Newman Haas Lanigan. Com isso, foi obrigado a fazer uma parada não programada nos boxes em seguida e a expectativa de completar a corrida sem um novo pitstop acabou frustrada, já que não houve novas neutralizações nas voltas finais. Nem mesmo o pole Will Power, que parecia caminhar para uma vitória tranquila, escapou das armadilhas do GP, abandonando ao bater na segunda chicane do seafront straight, a reta em frente Á  praia. Caminho aberto para a vitória de outro australiano, Ryan Briscoe (Penske), Á  frente do campeão Scott Dixon (Ganassi).


Bruno sabia que as primeiras voltas seriam fundamentais para o desfecho da corrida, e conseguiu ficar distante de problemas como o toque entre VÁ­tor Meira e Mário Moraes, aproveitando o bom acerto de seu Dallara Honda para ganhar terreno. Enquanto alguns pilotos apostaram nas primeiras bandeiras amarelas para reabastecer, o mineiro subia rapidamente na classificação, se aproximando do pelotão composto por Tony Kanaan e pelo veneuelano E.J. Viso, Á  frente de Oriol Servia e Hélio Castroneves, que terminariam entre os 10 primeiros. Ficou ao menos o saldo de ter mostrado um desempenho superior ao de equipes mais fortes e de ter descontado a diferença de equipamento na experiência e no braço.


“Fiz uma ótima largada, um carro competitivo, várias ultrapassagens, mas a boa corrida chegou ao fim numa relargada na volta 31, quando fui atingido na roda dianteira direita pelo Justin Wilson, que tentava me ultrapassar na curva 4. Entao fui obrigado a fazer uma parada para troca de pneus, ainda precisaria de mais um pitstop para chegar ao fim, a não ser que tivéssemos ainda mais 10 voltas sob bandeira amarela, o
que acabou por não acontecer, e nao pudemos mesmo brigar por uma melhora de posição, tendo que executar uma terceira parada a 8 voltas
para o final”.


“Tive um carro bastante rápido hoje, e cheguei mesmo a registrar a quarta melhor volta da corrida. Foi uma pena o incidente que tivemos, pois naquele momento eu estava a frente do Oriol, que acabou a corrida na quinta colocação, o que para mim teria sido um resultado excepcional depois de tantas dificuldades no final de semana”, destacou Bruno.