Uma das grandes atrações do Clássicos de Competição será um modelo
francês que desembarcou em solo brasileiro no inÁcio do século passado.
O público visitante do Clássicos de Competição, evento que ocorrerá nos próximos dias 25 a 28 de janeiro e que fará parte das festividades de aniversário da cidade de São Paulo, verá entre inúmeras outras atrações um automóvel rarÁssimo. Segundo consta, o primeiro carro motorizado a rodar em solo brasileiro foi trazido por Alberto Santos Dumont, em 1891, na época um jovem promissor de apenas 18 anos. O carro desembarcou do navio Portugal, em Santos, e era um Peugeot.
O interesse por essa nova e revolucionária forma de transporte parece que não era somente do jovem Santos Dumont, mas se estendia também aos seus familiares. Anos depois, em 1909, eles trouxeram da França um outro modelo, desta vez da marca Le Zebre. Esse segundo carro trazido pela famÁlia existe até hoje e também fará parte das atrações do Clássicos de Competição.
Localizado totalmente desmontado no porão de um castelo na Via Anchieta que pertencia Á tradicional famÁlia Samarone, do bairro do Ipiranga, o carro passou por um logo perÁodo de restauração e hoje pertence ao acervo do Museu do Automóvel de São Paulo. Foram precisos 18 anos de trabalhos para que o Le Zebre ficasse perfeito. Um dos entraves encontrados na restauração foi a falta de informações, já que se trata de uma marca extinta e existe pouquÁssima literatura sobre ele.
É um modelo movido a gasolina, equipado com magneto, tem câmbio de três marchas, faróis a carbureto, volante e rodas de madeira ― como era comum na época ―, lampiões a querosene para a iluminação e pára-brisa exclusivo para o motorista em forma de monóculo. Um dos destaques dessa relÁquia é a buzina manual a ar em forma de serpente, com olho verdadeiro embalsamado. A bomba de encher pneus é semelhante Á de uma bicicleta. O Le Zebre raramente sai do museu, portanto, é atração especial do Clássicos de Competição.