Stock: Abertura do play off pode ser com pista molhada

Para Losacco, MaurÁ­cio e Átila boa visibilidade vale mais do que um bom acerto do carro.

A primeira das quatro etapas que definirão o campeão da Copa Nextel pode ter um complicador a mais para os pilotos: de acordo com a previsão do tempo, a corrida, programada para as 11 horas do domingo, será disputada sob chuva.

As quatro etapas do play off que indicará o campeão da temporada já acarreta maior tensão para os profissionais da Stock Car. Esta será ainda mais tensa se a pista estiver de fato molhada neste domingo – todos envolvidos concordam que um único abandono pode significar o fim das esperanças para os pilotos.

Com nÁ­veis de experiência diferentes, Giuliano Losacco, campeão em 2004 e 2005, Ricardo MaurÁ­cio, o maior vencedor do ano, com três vitórias em oito corridas, e Átila Abreu, o melhor estreante do ano, apontam a visibilidade como a maior preocupação em caso de chuva. “A água entra no carro se vaporiza e embaça totalmente o pára-brisa, não dá para enxergar nada”, exclamam em unÁ­ssono. A solução não é fácil. Fechar as entradas de ar, por exemplo, evitaria a entrada da água, mas elevaria insuportavelmente o calor, que em condições normais já se aproxima dos 60 graus.

Uma das providências possÁ­veis é a troca do pára-brisa. Os usados no seco são de policarbonato ou acrÁ­lico, mas por reduzirem muito a eficiência dos limpadores, eles são substituÁ­dos pelos de vidro. Mais pesados, estes oferecem melhor visibilidade e, também, a possibilidade de adotar sistemas elétricos de desembaçamento. O lado negativo é a possibilidade de quebra causada pela grande torção dos Stock Cars.

Giuliano já enfrentou situações assustadoras. “Em Buenos Aires, no ano passado, não dava para ver a pista. Tinha equipe jogando baldes d’água nos carros quando eles passavam em frente ao muro dos boxes. A Corrida do Milhão, no fim de agosto no Rio de Janeiro, também foi terrÁ­vel. A cortina d’água transformou a corrida em um vÁ´o cego e acabei furando um pneu. Na chuva, o que vale é um pára-brisa limpo. O carro pode estar ótimo, mas não adianta nada se você não vê para onde vai”, alerta o piloto do Peugeot 9.

Para Ricardo MaurÁ­cio, a pior foi mesmo a de Buenos Aires em 2007 . “Era a primeira prova do play off e eu era o segundo no campeonato. O Safety Car entrou na pista e meus pneus esfriaram demais. Quando deram a relargada, acabei saindo da pista. O pior é que eu estava liderando e a vitória ficou com o Cacá Bueno, que acabou sendo o campeão”, lembra o piloto do Peugeot 90.

Átila está em seu ano de estréia. Seu melhor resultado foi em Campo Grande, levando o Peugeot 51 ao terceiro lugar, um grande passo rumo ao play off. “Agora, com chuva ou sem chuva, vou lutar pelo tÁ­tulo. Sei que não pontuar em uma das quatro corridas pode me tirar da disputa, mas se surgir a oportunidade de vencer, não vou abrir mão. O importante é enxergar”, alerta ele.