Stock: Barrichello promete anunciar futuro “em breve”

Astro convidado da Corrida do Milhão diz estar dividido entre Indy e Stock Car

Depois de terminar a prova em 22º, Rubens Barrichello afirmou ao final da Corrida do Milhão – que foi vencida por Thiago Camilo e consagrou Cacá Bueno como o segundo pentacampeão da categoria – que ainda não sabe exatamente onde correrá na próxima temporada. “Estou dividido entre a Fórmula Indy e a Stock Car”, disse aos jornalistas presentes ao Autódromo de Interlagos, no epÁ­logo de sua participação especial como convidado especial nas últimas três corridas e que renderá ao Instituto Barrichello Kanaan a contribuição de R$ 230 mil da Medley, patrocinadora da Equipe Full Time.

O piloto de 40 anos disse que está ponderando cada uma das opções e a decisão está próxima. “Acho que a gente vai fazer o anúncio em breve”, avisou. Segundo ele, a inclinação pela Indy poderia ser ditada pela sensação de que o trabalho ainda não foi concluÁ­do. “Eu gostaria de fazer um ano melhor do que este da minha estreia e botar em prática o que aprendi”, justificou, lembrando o crescimento e os resultados melhores na fase derradeira da temporada. A opção pela Stock Car atenderia o apelo familiar. “Pode estar chegando a hora de voltar apara casa. Quero que meus filhos tenham a infância que eu tive”, explicou. “De qualquer forma, estou numa boa situação, porque tenho a condição de escolher onde vou trabalhar. Agora, é uma questão de pensar direitinho.”

Se depender dos colegas, Barrichello tem lugar garantido no grid. “Que ele fique se tiver se divertindo”, sugeriu Cacá. “Ele e os outros pilotos que correram aqui neste fim de semana, como o Tony Kanaan, o Hélio Castroneves e o Rafa Matos valorizam nosso trabalho e mostram que temos nÁ­vel mundial”, continuou, deixando claro que a receptividade ao ex-astro da Fórmula 1 tem limites. “Ele será bem-tratado no paddock, mas na pista ninguém vai dar mole para ele”, brincou Cacá.

Barrichello largou em 7º, mas foi ficando pelo caminho sem conseguir implantar o melhor plano de corrida. “Estava difÁ­cil escolher a estratégia desde o inÁ­cio. Havia o risco da chuva, quem parasse cedo talvez tivesse ter de parar de novo, porque os pingos estavam acontecendo. Optamos por andar em pouco mais, mas no momento em que eu ia entrar, que era numa hora legal da prova, aconteceram dois safety cars. Isso acabou prejudicando um pouco toda a estratégia. Mas foi mais um aprendizado. A velocidade está lá. Falta ainda acertar o ritmo”, explicou.

Depois da passagem acidentada em BrasÁ­lia, onde foi atingido pelos concorrentes desde a largada, Barrichello pareceu mais ambientado ao clima habitualmente quente da Stock Car. “Falei da primeira vez, mas as pessoas podem pensar que estava reclamando. Agora já sei quem é, quem não é… É uma coisa mais para ser conversada internamente, para a gente ver os limites. Hoje foi bem mais tranquilo. Tomei pancada, mas também dei”, lembrou, bem-humorado. “E estava com o carro um pouco mais pesado, porque estava levando centenas de coraçõezinhos das crianças do Instituto Barrichello Kanaan que estavam torcendo por mim. Se eu ganhasse, o dinheiro também iria para elas.” Antes da largada, na companhia de Tony e Castroneves, Barrichello recebeu um visitante especial nos boxes da equipe – Paulo Henrique Machado, portador de paralisia infantil e há 40 anos morando no Hospital das ClÁ­nicas.

O companheiro de equipe Xandinho Negrão completou a corrida em 24º, depois de mostrar ritmo para terminar com tranquilidade entre os 10 primeiros. Sua corrida, no entanto, foi comprometida por uma parada extra nos boxes para a troca do pneu traseiro direito, destruÁ­do depois de um toque recebido do estreante Fábio Fogaça.