Stock: Categoria começa mais lenta com pneus nacionais

Equipes sofrem com desgaste no primeiro treino.

Maior, mais organizada e provavelmente mais competitiva do que nunca, a Stock Car deu a largada para a temporada 2007 nesta terça-feira com a abertura dos dois dias de treinos livres em Interlagos. E confirmou o que se imaginava desde que a troca dos pneus importados pelos nacionais foi anunciada no ano passado: os carros, ao menos no inÁ­cio do campeonato, ficarão bem mais lentos. O melhor tempo da sessão, estabelecido em 1:41.204 pela manhã por Ingo Hoffmann, foi três segundos pior que a pole de Felipe Maluhy no encerramento do calendário de 2006. E ambos correm com a mesma carenagem do Mitsubishi Lancer.

Os pilotos da equipe Medley encontraram dificuldades na adaptação Á s caracterÁ­sticas dos pneus com composto e construção diferentes das dos fabricados na Itália e usados até o ano passado. “O carro ficou muito complicado de dirigir. Os pneus estão esquentando e deteriorando rápido demais. Eles só têm alguma constância quando já estão bastante gastos”, analisou Ricardo MaurÁ­cio. Estreante na equipe, MaurÁ­cio lembrou, no entanto, que o problema aflige a todos de modo igual. “Acho que só o Thiago Camilo e o Chico Serra já haviam testado estes pneus. A verdade é que vamos levar algum tempo para chegar ao acerto ideal”, reconheceu.

MaurÁ­cio utilizou apenas um dos três jogos de pneus novos a que tem direito nestes ensaios. Nos minutos finais da segunda metade, testou o sistema “push-to”pass”, uma das novidades da categoria introduzida para favorecer as ultrapassagens. A injeção de nitro, pelo máximo de três vezes e duração de até 18 segundos, funcionou bem no seu motor. No do companheiro Marcos Gomes, campeão da Stock Car Light em 2006, o resultado foi nulo. “Simplesmente não funcionou”, relatou Gomes, que já havia perdido boa parte dos treinamentos enquanto a equipe reparava a bomba da direção hidráulica.

Ao lado, nos boxes da recém-criada equipe Vivanz, Guto Negrão também não escondia o desapontamento com os novos pneus. “Os do ano passado eram infinitamente melhores”, comparou o experiente piloto, que fechou a jornada nas posições intermediárias. Quase consensual entre os colegas, sua opinião foi corroborada por Antonio Jorge Neto, o mais veloz no perÁ­odo da tarde. “Depois de 10 voltas, os tempos caem três segundos. Está muito pior do que imaginávamos.”