Stock: Categoria entra na era do controle de dopagem

Pilotos recebem em Curitiba manual e lista com substâncias proibidas.

Anunciado desde o inÁ­cio da temporada, o controle de dopagem na Stock Car começa a tomar forma. Nesta sexta-feira, durante a habitual reunião com o diretor de prova que antecede a todas as etapas, os pilotos receberam o manual antidoping elaborado pelo dr. Dino Altmann, médico-chefe da categoria. O documento, bastante minucioso, relaciona as substâncias e métodos proibidos, mecanismos de realização dos testes, gerenciamento de resultados e dá outras informações. “O objetivo principal da regulamentação antidoping é garantir uma competição mais justa, por meio do conhecimento das regras”, sustenta Altmann.

A iniciativa – que ainda deverá ser regulamentada pela Confederação Brasileira de Automobilismo – foi elogiada pelos pilotos. LÁ­der do campeonato, Ricardo MaurÁ­cio é um dos raros nomes entre os 50 pilotos que estão em Curitiba a já se ter submetido ao exame antidoping. Coincidentemente, em uma das duas provas em que foi sorteado em quatro anos de passagem pela Fórmula 3000 o tcheco Tomas Enge caiu na malha fina e teve cassado pela Federação Internacional de Automobilismo o tÁ­tulo conquistado em 2002. Os testes de urina indicaram a presença de maconha em seu organismo.

“O automobilismo é o segundo principal esporte do Brasil e um dos únicos que ainda não havia aderido ao antidoping. Acho que a prevenção é o melhor remédio. Na maior parte das vezes, esportistas acabam consumindo medicações proibidas por desconhecimento. E o importante é que o médico da categoria estará sempre disponÁ­vel em caso de dúvida. Quem precisar tomar algum remédio e não estiver seguro sobre sua legalidade é só conversar com ele”, lembrou.

A exemplo do modelo que vigorou na extinta Fórmula 3000, o controle na Stock Car deve ser exercido em duas ou três ocasiões por ano e os nomes escolhidos por sorteio. “Tudo era realizado de modo superprofissional. A coleta era feita em laboratórios nos próprios autódromos e os meios de lacração davam aos pilotos a segurança de que o material não seria violado”, continuou MaurÁ­cio, vencedor da corrida de abertura em Interlagos.

Com 47 anos e um dos pilotos mais experientes da Stock Car, Guto Negrão também dá as boas-vindas Á  novidade. “Num universo de 50 pessoas é sempre possÁ­vel que, até inadvertidamente, alguém consuma alguma substância vetada pela legislação especÁ­fica. Os exames darão mais transparência e levarão a Stock Car a seguir a tendência moderna de combate ao doping”, afirmou. Oriundo da Stock Car Light e uma das boas surpresas do inÁ­cio do campeonato, Marcos Gomes acompanha os colegas. â€œÉ mais uma prova do profissionalismo da Stock Car”, resumiu.