Pilotos experientes e novatos rebatem as declarações sobre uso de droga e bebidas.
A comunidade da Stock Car ficou surpresa após as declarações do piloto Renato Russo, que esteve envolvido no acidente fatal de Rafael Sperafico, em dezembro, publicadas nos jornais o Estado de São Paulo e Jornal da Tarde nesta quarta-feira. As acusações sobre o uso de bebibas e drogas na Stock Car Light chocaram dirigentes e pilotos, novos e experientes.
Para Carlos Col, diretor-presidente da Vicar, realizadora da categoria, e primeiro campeão da Light, em 1993, trata-se de uma declaração muito grave. “Estamos realmente perplexos. Estou na categoria há muito tempo, primeiro como piloto e agora como promotor, e nunca vi ou ouvi nada deste tipo. É imprudente falar uma coisa dessas sem apresentar fatos concretos. Não existe qualquer indÁcio de que isso tenha ocorrido. O antidoping faz parte do nosso regulamento neste ano, seguindo a mesma linha da FIAâ€, explica.
Dino Altmann, médico oficial da Fórmula 1 no Brasil e da Stock Car, destaca que a implantação do teste este ano não é baseada em qualquer suspeita. “Nossa intenção é mostrar que a competição é honesta. Nunca houve qualquer dúvida. Estamos apenas seguindo uma corrente da Federação Internacional de Automobilismo. Na Fórmula 1, por exemplo, tivemos três testes no ano passado e deveremos ter mais este ano. Tudo com o objetivo de deixar a disputa igual para todosâ€, diz.
Primeiro campeão da Stock Car, o experiente Paulo Gomes, como era de se esperar, também estranhou a entrevista de Russo. “Nunca tive conhecimento de um fato desses. E olha que tenho mais de 45 anos de automobilismo. Tenho dois filhos correndo na Stock Car e se imaginasse que existe a possibilidade de isso acontecer jamais os deixaria correr. É complicado em um esporte de risco usar drogas; seria suicÁdio!â€, ressalta.
Essa opinião é compartilhada por Luciano Burti, membro da Comissão de Pilotos. “Isso não existe. O uso de drogas ou bebidas no automobilismo não ajuda ninguém. Teremos o antidoping porque é importante e não para justificar qualquer fatoâ€, diz.
Outra fera das pistas, Ingo Hoffmann, 12 vezes campeão da Stock Car, destaca a necessidade do exame antidoping. “Nunca vi nada disso na categoria, mas o mais relevante em tudo isso é a realização do exame, como acontecem em vários esportes. Agora faz parte do regulamento e temos de botar em prática.â€
Para Cacá Bueno, bicampeão da Stock Car, as crÁticas feitas pelo Renato Russo doem. “Entendo a indignação do Renato, levando em conta o momento que ele passou, mas não concordo que os pilotos sejam desunidos. A criação da comissão de pilotos, que visa principalmente Á segurança, mostra que as falhas existem, mas que tanto nós, quanto a própria Stock Car, estamos em busca de melhores condições para a categoria.”
Vencedor da Stock Light em 2007, o paulista Norberto Gresse Filho, afirmou ter tomado um susto com as afirmações de Russo. “Não acreditei quando vi. Durante minha passagem pela Light eu nunca presenciei nada parecido com issoâ€, finaliza.